Aconteceu no dia 04/05/2012, na escola São Benedito, comunidade de São Lopes- Bujaru-Pa a primeira de uma série de oficinas que serão realizadas nos pólos de Bujaru sobre gravidez na adolescência. A escola é atendida pelo Sistema de Organização Modular de Ensino-SOME.
Os ensinamentos sobre essa temática não é apenas o cumprimento de um conteúdo programático, mas fundamentalmente, uma questão de cidadania. A escola não deve apenas preparar para o mercado de trabalho ou para o vestibular. Todo educador que se preze tem que ter essa visão e pô-la em prática. A escola deve fundamentalmente educar para a vida e o SOME tem e deverá sempre ter esse viés.
É comum no nosso retorno as comunidades onde desempenhamos nossa árdua e importante missão de educador, percebermos que um inúmero considerável de meninas pararam de frequentar a escola em função da gravidez precoce. Enquanto educadores, não podemos ficar alheios a essa dura realidade, pois, como sabemos, quando essas meninas engravidam elas se sentem pressionadas a sair da escola porque são submetidas a uma série de constrangimentos. Aliada a questões vexatória, vem a questão econômica-social pois uma das primeiras atitudes da adolescentes pressionada muitas vezes pela própria família, é o abondono da escola.
Um fato preocupante é que assistência a saúde pública que quase não existe ou é precaríssima pois não contam serviços, como creches, que poderiam cuidar dos filhos dessas adolescentes no horário das aulas. Na zona rural, esse serviço não existe e por isso mesmo, a jovem mãe, assume a responsabilidade dos afazeres domésticos e a escola fica num plano insignificante. No outro lado questão social estão os garotos, que embora numa proporção menor, eles também é trocam a escola pelo trabalho para poder sustentar a criança.
Das orientações que constaram sobre a prevenção ministrada durante a oficina, métodos anticeptivos, dominou a maior parte da oficinal com destaque para o uso do preservativo como mecanismo de segurança para evitar uma DST, com destaque para o problema da AIDS, comum em todas as faixas etárias mas que vem trazendo consequências traumáticas aos adolescentes em especial.
Foi alertado que a evasão escolar pode aumentar a probabilidade da jovem vir a ter mais de uma gravidez. Mulheres que geram o primeiro filho mais cedo, geralmente, acabam tendo outros.
Foi mostrado que há uma forte correlação entre as taxas de gravidez juvenil e as baixas taxas de escolarização e de renda, ou seja, aumentando o grau de escolaridade, diminui o numero de meninas grávidas, daí a importância delas avançarem em seus estudos e ainda que "As meninas que estão na escola têm melhor qualidade de vida, auto-estima elevada e um maior controle sobre sua vida sexual e reprodutiva, retardando a gravidez", de acordo com o especialista em segurança alimentar e integrante do Comitê Permanente de Nutrição da ONU, Flávio Valente.
Ainda com base nas orientações importante para a sexualidade das adolescente foi explicado que a mulher só está madura para dar à luz do ponto de vista biológico, em média três anos após primeira menstruação, porque antes disso seu corpo ainda está em crescimento.
A oficina constou de diversos quadros um dos quais era “tô louco(a) prá saber” no qual ao alunos poderiam tirar suas maiores dúvidas sobre sexualidade, garantindo-lhes o anonimato. Surgiram perguntas “ilárias” e respondondidas pela equipe de professores da maneira mais transparente e natural possível. A oficinal constou além da equipe de professores (Valdivino Cunha, Ribamar de Oliveira, Beatriz Brito, Valdecir Alves e Lásaro) esteve também a participação dos professoras da rede municipal, além de pais de alunos e da comunidade de São Lopes.
Valdivino Cunha é Sociólogo do SOME.
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