O Sistema de Organização Modular
de Ensino – SOME, foi uma política pública em educação, criado em 1980 pela
Fundação Educacional do Estado do Pará – FEP, através de circuitos, totalizando
naquele momento 04 municípios, que foram Igarapé-Açu, Nova Timboteua,
Igarapé-Miri e Curuçá. Em 1982, foi homologado através da Resolução Nº 161/82,
de 03.11.1982, passando para a Secretaria Estadual de Educação do Estado do
Pará – SEDUC e aprovado em 18 de abril de 1991 pelo Conselho Estadual de
Educação, através da Resolução Nº 135, vigorando a partir deste momento. Em 29
de abril de 2014, através da Lei Nº 7.806, que regulamenta o Sistema de
Organização Modular de Ensino - SOME, como Política Pública Educacional do
Estado, estabelecendo normas gerais para sua adequada estrutura e funcionamento.
O SOME FICA
A importância do SOME nas comunidades,
caracteriza pela democratização as oportunidades aos alunos da zona rural matriculados
tendo como principal objetivo, proporcionar a garantia da permanência do mesmo
em sua localidade de origem, logo, evitando seu deslocamento para os grandes
centros onde possua o ensino regular. A dimensão territorial do Estado do Pará,
possibilita essa dinâmica e estrutura de funcionamento através de módulos
desenvolvidos em 50 dias, para atender o desenvolvimento de conteúdos programáticos
e aplicação das duas avaliações, seguido de recuperação. Ao final das
atividades, através das diversas disciplinas, com professores qualificados, em
avaliação constante dos resultados das várias atividades pedagógicas aplicadas
pelos profissionais. O ano letivo é de 200 dias divididos em 04 módulos,
funcionando simultaneamente em quatro localidades, que constituem um circuito,
através do rodízio dos professores, com bloco de disciplinas que durante o ano
são dados em quatro localidades, tendo a Grade Curricular em vigor, sendo
utilizado rigidamente. O calendário é específico para o uso SOME.
O SOME é presencial. Os
professores dos SOME possuem uma qualificação profissional, observando que as
maiorias possuem experiência no magistério e percebemos que, também, a maioria
antes de ingressarem no Módulo, já tinham atuados em escolas de grande porte
dos centros urbanos. Desde sua criação, um dos pré-requisitos para seu ingresso
no Sistema, teria que ter a Licenciatura Plena e experiência em sala de aula. A
presença dos professores das disciplinas em sala de aula é fundamental para o
desenvolvimento e construção de uma educação digna e de qualidade. Os
professores presentes em sala de aula, como acontece atualmente, no SOME,
utilizam todas as criatividades e metodologias possíveis para proporcionar
possibilidades de conhecimentos para os alunos dos interiores, onde funciona o Sistema,
ressalto, também, que a maioria dos professores utilizam parte de sua Carga
Horária para desenvolver e aplicar os projetos de intervenções que são construídos
nas comunidades escolar ou na comunidade em geral. Daí ter o SOME, sua marca,
através das Feiras Culturais, Feiras de Ciências, Semana de História, jogos
estudantis, seminários, palestras, filmes, vídeos, livros das localidades,
produções de textos, Semana de Lendas e Mitos da Amazônia entre outras
atividades pedagógicas. Muitos desses projetos são paralelos ao conteúdo programático
ou complementar, facilitando a aprendizagem do discente. Quando cada professor
com sua disciplina atuante e presencial, como no SOME, a educação avança em
termos de qualidade, já que temos profissionais qualificados e comprometidos,
muitas dessas atividades produzidas nas comunidades são realizadas através do
relacionamento e entrosamento dos professores que muitos convivem na mesma
residência e com a comunidade. Sem a presença do professor para direcionar as
atividades pedagógicas, a educação ficará precária, como pretende o SEI, tendo
como o centro, o Estúdio, em Belém.
FORA SEI
No Sistema de Organização Modular
de Ensino (Some), o aluno participa de aulas presenciais, onde os professores
se deslocam da cidade, para as localidades,
com quatro módulos efetuados em cinquenta dias para o desenvolvimento do
conteúdo programático, aplicação de avaliações, recuperação paralela, além dos
professores se dedicarem exclusivamente para os estudantes, diferente do
Sistema de Ensino Interativo (SEI) que é um programa, muito parecido, como
estudo à distância, onde as aulas são oferecidas a distância por meio de
vídeos, tendo como sede a capital do Estado. Isto significa que o aluno não
precisa ir até um polo de apoio presencial para assistir as aulas, mas
precisará ir até o polo para realizar suas provas que precisam ser presenciais,
logo o aluno estudará sozinho, retirando do seu cotidiano escolar.
Torna-se inviável quanto sua estrutura
para a implantação do SEI nos interiores, onde grandes partes não possuem
sequer energia elétrica, além, da falta de segurança para receber os diversos
equipamentos, como, tvs, antenas, e demais equipamentos necessários ao
funcionamento do projeto. Logo o aluno não terá aquele entrosamento e relação
com os colegas, se isolando gradativamente, diferente do SOME, onde a Escola é
o espaço de concentração de estudo, alegria e lazer.