Lucidéia Oliveira - Gestora Pública
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quinta-feira, 11 de setembro de 2025
Experiências Poéticas de um Professor em outras vozes
O Universo Literário na Sociedade e suas Riquezas
Início do Desfile Escolar |
Este blogueiro, Ribamar Oliveira, ficou muito feliz com a homenagem que recebeu da Escola Municipal da Vila de Cumaru, município de Vigia de Nazaré, tendo como tema O universo literário na sociedade e suas riquezas, no dia 06 de setembro passado, O homenageado que publicou o livro Experiências Poéticas de um Professor, pela Editora Letras Periféricas, no ano de 2024, em linguagem poética sendo trabalhado pelas professoras do ensino fundamental menor da Escola.
Apresento neste livro, em
linguagem poética, que segundo o poeta e
escritor que fez apresentação Carlos Alberto Prestes, escreve o seguinte:
“os conteúdos discorrem poderíamos dizer, em três momentos: poesia nativista ou bucólica, poesia de vida ou do cotidiano e poesia política ou social. A poesia nativista mostra
o lado saudosista e regionalista do poeta, que se refugia na paisagem campestre em busca de paz, de
serenidade (...)”
O livro, originalmente concebido
como produção nas horas de folgas do escritor para postagens em grupos
familiares, é inspirado em vivências reais e ficcionais do autor. Cada tema
abordado conta que o livro foi moldado por reflexões em determinadas realidades.
A escrita e transformações dessas produções em poemas veio durante um período
de isolamento e silenciamento em final de noite em que o escritor inspirado
relembra fatos e momentos importantes de sua vida.
Ribamar Oliveira sendo homenageado |
Personagens de Monteiro Lobato |
Prof. Raimundo Seixas |
Importância dos livros na Escola |
Desfile marcante |
Hino Nacional |
Equipe pedagógica da Escola com Ribamar Oliveira |
Fátima, Ribamar e Marluce |
Fátima e Ribamar Oliveira |
Ribamar e D. Cristina Seixas |
quarta-feira, 10 de setembro de 2025
45 anos de Sistema de Organização Modular de Ensino em Curuçá
O Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME foi um projeto educacional que através de módulos surgiu em 15 de abril de 1980 idealizado por uma equipe técnica da Fundação Educacional do Pará – FEP, nos municípios de Nova Timboteua, Curuçá, Igarapé-Miri e Igarapé-Açu e a regulamentação através da Resolução de 161 de 03 de novembro de 1982, do Conselho Estadual de Educação - CEE. Quando assumi a Coordenação Geral no início de 2008, recebendo no total com estrutura e funcionamento em 88 municípios do Estado do Pará, segundo a produção escrita de nosso "Estudo Preliminar das Características Pedagógicas do Sistema Modular de Ensino - SOME" enfatizando principalmente o descaso do Estado com a população dos interiores.
Durante as comemorações
relacionadas à Independência do Brasil, alun@s, professores, funcionários e
membros da comunidade estiveram presentes na Escola "Olinda Vera
Alves", localizada no município de Curuçá, reconhecido como o berço do
Sistema Modular em homenagem aos 45 anos de existência e resistência do SOME.
Para início da experiência foram
selecionados os quatro municípios e apresentamos as características do
município de Curuçá. Segundo Maria da Conceição Correa Saraiva e Glória Maria
Farias da Rocha , na monografia pela UFPA, em dezembro de 1987, com tem "Ensino
de 2º Grau - Sistema Modular de Ensino" escrevem o seguinte: O município
possui uma população de aproximadamente 30.000 habitantes, distribuídos em uma
área de 925 Km². Sua principal atividade econômica é a pesca, embora desenvolva
também atividades de agropecuária. É significativo também o setor terciário,
emprega grande parte da população economicamente ativa.
No aspecto educacional o município possui 48 escolas estaduais, sendo 47 de 1ª a 4ª e uma de 5ª a 8ª, 20 escolas municipais de 1ª a 4ª e uma escola de 1ª a 3ª, mantida pela Colônia de Pescadores em convênio com a SUDEPE. Funcionou no período de 1968/78 o ginásio, regido pela Lei 4024/61, oferecendo ao 2º grau uma demanda de 786 alun@s. Destes, muito se deslocaram para Belém ou Castanhal a fim de continuar seus estudos.
Atendendo a solicitação do Prefeito Municipal, alunos e a necessidade de ampliar a rede de ensino de 2º grau, foi implatado o curso com a habilitação específico de Magistério, uma vez que pela diagnose realizda constatou-se que a maioria do corpo docente atuando de 1ª a 8ª série é de leigo necessitando fazer o 2º grau.
quarta-feira, 3 de setembro de 2025
Educação Ribeirinha
No interior do Pará, populações ribeirinhas tiveram acesso
limitado à educação, especialmente durante a Ditadura Militar, quando os
investimentos nacionais priorizavam grandes projetos em áreas urbanas e rurais. O
Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), criado em 1980 pela FEP,
surgiu como alternativa para incluir estudantes dessas regiões, expandindo-se
para áreas rurais, quilombolas, indígenas e locais de difícil acesso.
Durante três décadas, o SOME promoveu atividades pedagógicas em
diversos municípios e comunidades ribeirinhas, consolidando-se como política
pública educacional voltada à inclusão. Em 2014, a Lei nº 7.806 formalizou o
SOME como política educacional estadual, resultado de articulações entre professores,
SINTEPP e governo.
Apesar dos
avanços, persistem desafios na infraestrutura escolar rural, com aulas
frequentemente ocorrendo em ambientes improvisados e sem recursos adequados,
prejudicando a qualidade do ensino. Em 2017, o SOME atendeu mais de 35 mil
alunos em 97 municípios; em 2024, foram cerca de 33 mil alunos em 86
municípios. Apesar das dificuldades, o sistema mantém sua relevância e continua
evoluindo.
DIÁRIO DE UM USUÁRIO MADRUGADOR DE BANHEIRO.
Paulinho Rodrigues um Zero mas à Esquerda
SE NÃO HOUVER MOBILIZAÇÃO POPULAR A GENTE CAI.
O Brasil atravessa um momento decisivo. A conjuntura política que vivemos é marcada por disputas de poder intensas, manobras institucionais e pelo avanço perigoso da extrema-direita — nacional e internacional. O julgamento de Jair Bolsonaro simboliza uma etapa desse processo, mas não se trata de uma ruptura real com o projeto político que ele representa. Pelo contrário: o que vemos é uma disputa interna entre setores da própria classe dominante, que, em um determinado momento, se sentiram inseguros e insatisfeitos com a radicalização bolsonarista e, por isso, decidiram retirá-lo de cena. No entanto, essa retirada não significa mudança estrutural.
Foi nesse contexto que setores do grande capital, mesmo sem simpatia por Lula, viram nele o único candidato capaz de derrotar Bolsonaro em 2022. Apoiaram, assim, um projeto mais palatável, um governo de conciliação, que não ameaçasse de forma profunda seus privilégios e seus lucros. Mas a solução encontrada foi limitada desde o início: uma mudança promovida dentro das instituições burguesas do Estado, que afastou o povo do centro das decisões políticas e abriu espaço para que as narrativas mentirosas da extrema-direita crescessem e se consolidassem.
Hoje, enquanto os setores progressistas não disputam as mentes e corações da população com propostas concretas e mobilização social, a extrema-direita segue ocupando as ruas, as redes e os discursos, convencendo milhões com mentiras. A ausência de um movimento popular forte, aliado a pautas que toquem na vida real das pessoas, cria o terreno fértil para o avanço do autoritarismo.
Ao mesmo tempo, a chamada “frente ampla” que sustenta o governo Lula virou uma coleira. PP, União Brasil e outros partidos do centrão usam sua força no Congresso para chantagear o governo e bloquear qualquer tentativa de reforma popular.
Querem ministérios, querem a Caixa Econômica, querem poder — e ainda por cima querem anistiar Bolsonaro! E o governo? Não reage!
Não podemos aceitar um governo refém de quem quer destruir a democracia! A governabilidade não pode custar os direitos do povo!
Essa dependência de uma base conservadora freia qualquer tentativa, mesmo modesta, de realizar reformas estruturais em benefício da maioria. Ao invés de aprofundar a democracia e convocar o povo para a luta, o governo se vê tutelado por setores que nunca abriram mão de defender os interesses das elites econômicas. A pergunta inevitável é: qual foi, de fato, a importância da frente ampla para a governabilidade, e a que custo?
Mas o cenário é ainda mais complexo. Fora do Brasil, há um jogo maior em curso. O imperialismo norte-americano, representado pela linha trumpista, vê sua hegemonia global ameaçada pelo fortalecimento dos BRICS e da articulação entre países do Sul Global. Para conter esse avanço, os EUA buscam desarticular o Brasil e toda a América Latina. Isso passa por influenciar diretamente as eleições de 2026, estimular instabilidade política, fortalecer a extrema-direita e criar condições para novos golpes institucionais ou militares.
Diante desse quadro, a resposta não virá apenas de negociações de bastidores ou acordos parlamentares. Só com mobilização popular teremos condições de defender a democracia, proteger os direitos conquistados e impedir o retorno do bolsonarismo — agora ainda mais organizado e fortalecido. O governo Lula precisa compreender que não basta buscar apoio em setores de centro-direita que, em última instância, nunca hesitarão em abandoná-lo. É necessário retomar o diálogo direto com o povo, apostando na construção de uma agenda de transformação social concreta, que devolva esperança e sentido à política.
Isso significa lutar por pautas populares urgentes, como:
• Redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1, garantindo dignidade e qualidade de vida à classe trabalhadora;
• Revogação do arcabouço fiscal, que engessa os investimentos sociais e prioriza o pagamento da dívida aos grandes bancos;
• Reforma tributária justa, taxando os super-ricos e isentando do imposto de renda quem ganha até 5 salários mínimos;
• Defesa da soberania nacional e resistência à influência externa que ameaça os interesses estratégicos do país;
• Denúncia do golpe em preparação pela extrema-direita, com a articulação de figuras como Tarcísio de Freitas e os partidos conservadores, que já trabalham para tomar o poder após o julgamento e possível condenação de Bolsonaro.
O momento exige clareza: a luta não é apenas contra Bolsonaro, mas contra todo um projeto de país submetido à lógica do capital financeiro, da subordinação imperialista e da retirada de direitos. Se não disputarmos a narrativa, se não mobilizarmos o povo e se não nos organizarmos nas ruas, corremos o risco de ver, mais uma vez, o avanço de um golpe que desmontará o pouco que conquistamos.
O futuro da democracia brasileira não será decidido apenas nos tribunais, no Congresso ou nas negociações entre partidos. Ele será decidido na capacidade de o povo se organizar, ocupar espaços, exigir seus direitos e impor sua agenda.
Porque, no fim, a única barreira real contra o avanço da extrema-direita e contra a submissão ao imperialismo é a força organizada da classe trabalhadora. Sem ela, qualquer governo progressista será refém das elites, dos chantagistas do centrão e dos interesses estrangeiros.
OU O POVO VAI À LUTA, OU O GOLPE VOLTA. NÃO EXISTE MEIO-TERMO.
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Grito dos Excluídos e Escluídas - 2025
segunda-feira, 1 de setembro de 2025
Minhas férias nos interiores do Estado do Pará
Durante minha adolescência,
costumava passar as férias nos interiores do Pará, especialmente nos municípios de Viseu e
Irituia, esta cidade de origem da família do meu pai. Lá, convivíamos com muitos
parentes, incluindo minha tia Francisca Birilo de Oliveira, conhecida como
Chiquinha, que tinha uma relação muito próxima com minha mãe. Muitas vezes
ficávamos hospedados na casa dela, tanto em Belém quanto na entrada do município de Irituia, no nordeste paraense.
O acesso era difícil, geralmente feito de kombi, devido à falta de ônibus e
estradas ruins. Nessas férias, aprendemos sobre alimentação típica,
tranquilidade e o estilo de vida pacato do interior. Mesmo hoje, quase aos 70
anos, guardo boas lembranças desses momentos, apesar da ausência de
fotografias, recordando as brincadeiras e amizades da época.
Nesse período, a tia
paterna, por ser a mais idosa da família, era frequentemente procurada pelos
irmãos mais novos e sobrinhos. Isso favorecia o contato em Irituia, o que
facilitava conhecer praticamente todos os parentes do lado paterno. Na época, o
pai residia nas fronteiras do Estado do Amazonas devido à sua carreira militar, enquanto a família
vivia em Belém do Pará com a mãe, em função da necessidade de dedicar-se aos
estudos. Esse contexto contribuía para que, nas férias, fosse possível visitar
diversas localidades do interior. Havia também um tio que morava nas colônias e
trabalhava com agricultura, permitindo que se conhecesse melhor essa rotina.
Entre os principais produtos cultivados estavam juta, tabaco e milho; além
disso, havia criação de gado e pequenas plantações. O cultivo de mandioca
tornou-se significativo apenas posteriormente.
As visitas proporcionavam a
vivência dos hábitos locais, como acordar de madrugada para preparar e amarrar
folhas de tabaco, que eram postas para secar, hábito comum entre 3 e 4 horas da
manhã. Essas atividades representavam importantes fontes de renda para a
família na região rural durante o final da década de 1960 e início da década de
1970, sendo parte da produção destinada à venda ou troca por alimentos
essenciais. Além disso, a alimentação era complementada por carne de caça,
criações domésticas como galos, perus, galinhas e gado, garantindo relativa
autossuficiência alimentar.
A experiência que tive na
adolescência foi fundamental para minha vida profissional, especialmente ao
trabalhar no Sistema de Organização Modular de Ensino. Isso se deve ao meu
conhecimento da realidade dos interiores do Pará, já que meus pais são de cidades
do interior, como Viseu. Sempre visitei a família da minha mãe em São José do
Gurupi, o que expandiu minha vivência nessas regiões e contribuiu para minha
atuação futura.