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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
Feliz ano Novo!
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
Um Jardim para se bem viver
(por Zé Ribamar e Zé Trindade, com contribuições de vários outros autores)
O texto que segue é um breve histórico do Conjunto Maguari, sendo o esforço de fazer um relato de como se formou nosso conjunto, mas principalmente da vida de seus moradores ao longo dos anos. Convidamos todas e todos a lerem e divulgarem, bem como acrescer detalhes ou propor alterações, porque toda história tem detalhes que somente quem os viveu pode contar.
Nosso conjunto-bairro tem o nome do rio que o atravessa, nome de um belo pássaro: Maguari. Essa ave pode ser encontrada em grande quantidade na América do Sul, tornando-se comum em alguns Estados do Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul e restrita na região Nordestina e Amazônica. Dependendo da localidade, recebe várias denominações como Cegonha, Cauauná, Cauauã, João-grande, Maguarim e outros. Vale destacar esse aspecto para a memória do conjunto.
O nome do rio deveu-se a presença das aves à sua beira. Deve-se considerar que os primeiros moradores desta localidade contribuíram decisivamente para o nome, inclusive fazendo relação e estando presente no imaginário da população ribeirinha com as lendas e contos populares do pássaro Maguari.
Essa fusão entre o rio das águas e o rio das ruas que constituirá o Conjunto Maguari lembra o poeta Rui Barata que nos ensinou que na Amazônia os “rios são as ruas”.
O Conjunto Residencial Jardim Maguari localiza-se às margens da Rodovia Augusto Montenegro, Km 09, área metropolitana de Belém, limita-se ao norte com o bairro do Tenoné, a oeste com a Rodovia Augusto Montenegro, a leste com o rio Ariri e ao sul com o Conjunto Satélite.
Na sua origem foi construído para atender a classe média baixa, principalmente, os funcionários públicos e profissionais liberais, o conjunto foi projetado para 2.500 unidades habitacionais, distribuídas em 33 alamedas. Sua construção deu-se no final da década de 1970 e início de 1980, envolvendo grande quantidade de mão de obra durante sua construção, muitos operários que vinham do interior do estado, como também de outros estados.
Aspecto importante para ser abordado é que naquele momento, muitos adquirentes dos imóveis consideraram o conjunto muito distante do trabalho e do centro da cidade.
Pode-se avaliar que a negociação desses imóveis naquela época tinha dois objetivos: adquirir um bem longe do centro da cidade que servisse de refúgio aos seus proprietários, e o outro, para a especulação imobiliária.
Portanto, moradia propriamente dita, era uma opção secundária. Esses, e outros fatores contribuíram para o abandono das casas, que por sua vez estimularam o processo de ocupação, haja vista a grande quantidade de imóveis prontos a serem habitados e o grande número de trabalhadores sem moradia e sem condições de adquirir um imóvel.
O conjunto possui cinco tipos de casas A, B, C, D, E. É composto por quadras e alamedas. As plantas das casas foram vendidas a partir do ano de 1978. À proporção que as casas iam ficando prontas eram entregues as chaves das casas.
O conjunto tinha como principal objetivo atender aos funcionários do Centro Administrativo da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), que na época funcionava na Praça da República, ao lado do Instituto de Educação do Pará (IEP).
A divisão das empresas que financiaram o conjunto ficou assim: da primeira alameda a vinte ficou a cargo da financeira SOCILAR e o restante (alamedas 21 a 33) ficou sob responsabilidade da VIVENDA. Essas incorporadoras ficaram responsáveis no inicio pela regularização das residências e depois o Banco do Estado do Pará (Banpará) e Caixa Econômica Federal ( CEF), através do Sistema Financeiro Habitacional ( SFH). Ainda durante o final de 1980 e meados de 1990, o Conjunto Maguari teve também como incorporadora, a ENEL, que depois teve mudança de razão social para COIMBRA.
No inicio o saneamento básico era satisfatório e as ruas eram todas asfaltadas, porém aos poucos se degradando.
Quanto ao transporte público, era ineficiente, sendo atendido apenas pelos ônibus que passavam na Rodovia Augusto Montenegro, que eram os ônibus que atendia Icoaraci.
O transporte deficiente e precário sempre foi um dos grandes problemas do Conjunto, porém, recentemente com o crescimento populacional e ocupações de várias áreas a dificuldade e precariedade dos ônibus se acentuaram, se tornado complicado para quem depende do transporte coletivo.
Porém os moradores do Maguari sempre se organizaram e lutaram por seus direitos. Várias manchetes de jornais, como foram estampadas em O Liberal de 28 de agosto de 1986, mostram como se deu o processo de ocupação do conjunto.
Foi impressionante a coragem e ousadia dos novos moradores, ditos “posseiros”, os quais ocuparam as casas desabitadas, porém encontrando resistência por parte do ostensivo policiamento a serviço do Estado e das financeiras.
A líder comunitária Nises Lourinho lembra que em primeiro de janeiro de 1981, as incorporadoras começaram a entregar as casas e a partir de 1982 começaram as ocupações de forma ilegal.
Por várias vezes a polícia tentou retirar os moradores que ocupavam as casas, mas não conseguiam, pelo poder de mobilização das lideranças e organização.
O ano de 1986 foi ano de incertezas para muitas famílias, e o Conjunto Maguari, tornou-se uma praça de guerra.
Os jornais da época noticiaram inclusive algumas mortes que ocorreram no conjunto Maguari, em função da resistência e luta dos moradores para manterem seu direito de morar.
No momento em que se deu a ocupação do conjunto, estávamos iniciando a redemocratização brasileira, após vinte anos de Ditadura Civil-Militar e diversos movimentos organizados começaram a lutar pela garantia de direitos socais: Diretas Já, Direito à Liberdade, Direitos Políticos e Sociais e Direito a Moradia.
Naquele cenário, o Movimento Popular Nacional de Moradia organizou e mobilizou a população pelo direito de morar.
Com a bandeira popular “Luta pelo direito de morar” começou a ocupação do Conjunto no início da década de 1980. Com a ocupação “o conjunto transforma-se num palco de conflitos entre ocupantes das casas e as financeiras, que acionaram a Polícia Militar do Estado para defender seus interesses” (Jornal: O Liberal, 28/08/1986).
Os moradores perceberam que organizados eram mais fortes e com esse objetivo foi criada a Associação dos Moradores do Conjunto Maguari (UMOJAM), em 07 de dezembro de 1983. Para o Presidente da UMOJAM, daquela época, o advogado José Maria Costa “aparentemente não havia nenhum candidato ou partido político respaldando o movimento de ocupação do Conjunto Maguari. Aqui estão morando cerca de 20 mil eleitores e não será uma boa política para quem governa”. Costa conclui: “que ninguém fará especulação entre os ocupantes. Os que forem descobertos serão retirado das casas que estão ocupando e oferecido a outra família carente” (Jornal O Liberal, 28.08.1986 ).
Segundo o jornal acima citado o dia de muita tensão no conjunto foi 27 de agosto de 1986, segundo dia de ocupação das 163 últimas casas, marcado por um clima de tensão e medo da ação da PM. A Socióloga Benedita Pereira de Barros, vice-presidente da UMOJAM, declarou que “os ocupantes do Conjunto Maguari estão bem mobilizados, garantiu que todos os ocupantes das alamedas 26 a estavam cientes dos atos que estão praticando e perguntou o que era mais imoral, a ocupação de casas abandonadas e entregues a especulação ou de que existem milhares de pessoas vivendo nas condições mais subumanas possíveis, na cidade de Belém”.
Naquele dia o Presidente da União dos Moradores do Conjunto Maguari, mesmo fazendo denúncias para a imprensa foi ameaçado de ser preso solicitando ajuda dos vizinhos e dos membros da UMOJAM. A Alameda 07, onde ficava a residência de José Costa, foi bloqueada, já que ,o objetivo da Divisão de Ordem Política e Social (DOPS) era prender as lideranças comunitárias para desarticular o movimento.
Os pedidos do vereador Humberto Cunha, que foi detido, naquele momento, também foi ignorado, pois não foi levado em consideração a prisão violenta de uma mulher e de um rapaz que protestavam contra a ação da polícia.
O ocupante Ronaldo Lopes da Silva que residia há mais de quatro anos no Conjunto ficou indignado com o aparato policial para desocupar as casas onde moravam trabalhadores e diz: “E agora o governo permite que a Polícia Militar e a Divisão de Ordem Política e Social venham despejar os posseiros, gente indefesa, que vieram de barracos, outros de baixo de pontes sem ter onde morar, inclusive a maioria já fez benfeitorias nas casas”(Jornal).
Mesmo com toda a situação em que passaram os ocupantes, após a saída dos policiais, eles retornaram a ocupar as residências.
Através das memórias percebe-se a organização e participação do coletivo dos moradores na defesa dos seus direitos.
Ao longo do período de ocupação do Conjunto Maguari os moradores obtiveram diversas vitórias significativas através de sua associação de moradores (UMOJAM), como a construção de quatro escolas públicas de nível básico, um centro de saúde, uma feira e o centro comercial. Por outro lado, a realidade do conjunto impõe uma série de novas reivindicações que necessitam da ação organizada da comunidade e da ação dos governantes.
Problemas como saneamento, falta de equipamentos de esporte e lazer público, ocupação desordenada, problemas ainda com as financeiras, ameaças de despejos por inadimplência, desemprego, subemprego, falta de qualificação profissional, falta de política ambiental, falta de alternativas de enfrentamento à pobreza, que desencadeiam uma série de problemas sociais e que tem tido conseqüências sérias entre os jovens e adolescentes.
No conjunto Maguari, o movimento de rádio comunitária foi o pioneiro na região metropolitana de Belém. Sendo o Professor Valdivino, juntamente com os Professores Ribamar de Oliveira, Marcos Souza e o Sr. Otávio Rodrigues, antigo morador do Conjunto, os principais articuladores de sua implantação na década de 1990.
No inicio da década de 1990, as mobilizações dos comunitários continuam através da entidade maior representante dos moradores, a UMOJAM, passando pelo processo eleitoral, através das vitórias de várias chapas e entre os principais presidentes eleitos, temos: o Professor Marcos Roberto da Silva Sousa, com mandato de dois anos; depois teve o corretor Laércio Marruaz; outro importante presidente da entidade foi o professor Valdivino da Silva Cunha e por última ficou a assistente social, Lucidéia Paiva, que após sua eleição a diretoria da entidade ficou sob a responsabilidade de uma comissão.
Portanto, a atuação dos movimentos sociais e populares, em especial a União dos Moradores do Conjunto Maguari, foi fundamental para as conquistas e vitórias dos direitos dos moradores.
Como nos falou o poeta "se muito vale o já feito, mas vale o que será", por isso acreditamos na mobilização da sociedade e a história nos prova o quanto isso é necessário.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
O SOME na Associação Nacional dos Professores de História - ANPUH/PA.
A seção paraense da Associação Nacional de História (ANPUH) promove no momento (02/12 a 04/12) o XII Encontro de História (ANPUH-PA), com a participação de docentes, pesquisadoras/es, professores da educação básica e interessados, sendo o evento realizado de forma online.
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
Andanças nas estradas do Pará
No
ano de 2001, fui deslocado para desenvolver minhas práticas educativas no
município de Canaã dos Carajás. Este, localizado na região sudeste do Estado do Pará,
surgiu, a partir do assentamento, através do projeto Carajás, implantado pelo
Grupo Executivo das Terras do Araguaia e Tocantins (GETAT). Município recém-emancipado,
pelas atividades dos projetos, tornava-se um atrativo maior para grande
quantidade de pessoas que vinham de outros Estados em
busca de emprego, principalmente com a forma de relações trabalhistas, através
do serviço terceirizado.
A
distância entre Belém e o município de Canaã é
de 764,9 km, com aproximadamente 12 horas de viagem. O turno das aulas
contribuía para que eu e o colega saíssemos de Belém, de
carro particular, por volta das cinco horas da manhã e chegássemos,
aproximadamente, por volta das 18 horas de algumas das segundas-feiras, já que
não era toda semana que vínhamos em Belém. Geralmente, era de 15 em 15 dias.
Essas
andanças nas estradas ajudavam a conhecer ainda mais o nosso Estado. Naquele
ano, o chão era piçarra mesmo, com muita poeira, mas pra nós era um lazer e
diversão, como quem tem bem menos idade, apesar
do compromisso e responsabilidade com uma das maiores políticas públicas de
inclusões sociais da Amazônia.
Neste
módulo, o funcionamento do SOME era apenas pela parte da noite, com mais um
profissional que revezava os horários de aulas durante este turno. Em
princípio, com número pequeno de alunos nas turmas; porém,
à medida que se dava o andamento das práticas educativas chegavam mais pessoas
para se matricularem no ensino médio. A escola era arejada,
ventilada, construída através da velha planta do ex-governador Hélio Gueiros,
com doze salas de aula, porém apenas quatro turmas em funcionamento, sendo duas
turmas do primeiro ano e uma de todos os restantes das séries.
Partes
significativas dos alunos trabalhavam nos projetos ao redor da sede do
município, o que fez com que percebêssemos, como consequência imediata, que os
alunos apresentavam uma fisionomia cansada e sonolenta durante o transcurso das
aulas, trazendo um enorme desgaste à produção.
Mesmo assim, sempre buscávamos alternativas, descontração e atividades que
pudessem estimular os alunos a participarem das aulas. Lembro-me desse período como
se fosse hoje: em um momento, nas atividades, um dos alunos estava tão
distraído que trocou meu nome pelo do outro professor. Quando peguei a folha de
atividade, percebi logo os nomes trocados, porém, as
questões propostas estavam respondidas perfeitamente, o que me chamou a
atenção. Claro, chamei o aluno e mandei apenas
acrescentar meu nome.
São essas experiências marcantes, como as andanças nas estradas, atravessando um município e
outro, que faziam com que não só sentíssemos as
diferenças econômicas e culturais, principalmente, mas víssemos essas
diferenças expostas aos nossos próprios olhos. Olhos de pesquisadores. Rememorar
me deixa feliz, apesar das diversidades que vivenciamos durante alguns períodos
e contextos. Assim, como o reconhecimento de parte dos
governantes do Pará, para que se interessem, realmente,
por essa política pública.
Revisão: Carlos Prestes (Ex SOME)
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
Divulgação da Lista de Livros de Professores do SOME - Sistema de Organização Modular de Ensino (SEDUC/Pará)
Com a intenção de prestigiar, divulgar e valorizar as iniciativas vindas da parte de profissionais da educação que tiveram ou têm a sua biografia ligada à história do SOME, queremos pedir a todos os mais de mil professores do modular que participem dessa campanha, quer comprando o livro, quer ajudando a divulgar nos diversos grupos do SOME e em outros grupos de amigos , no Facebook, Twitter , nos contatos privados , ou seja, nas diversas ferramentas das redes sociais , esse trabalho ímpar na história da nossa cultura amazônica . São de autores que enveredam pelos seguimentos da educação, artes, cultura, filosofia, temáticas sociais, folclore, lendas e outros tantos assuntos, como é o caso das obras:
1. "Amor e Razão", de Valdo Rosário, com preço ainda não divulgado. Será lançado no início de dezembro.
2. "Educação na Amazônia em repertórios de saberes: O Sistema Modular de Ensino ", de Marina Costa, Ribamar Oliveira e Sérgio Bandeira, que está sendo vendido à R$ 40 reais;
3. "Educação no campo da Amazônia Paraense", de Arodinei Gaia, com o preço de R$ 30 reais;
4. "Formação Colaborativa e Docência: As possibilidades e os desafios", de Eulália Vieira, com o preço de 40 reais , e que pode ser encontrado na Confraria do livro, na Cipriano Santos, 211, esquina com a Nina Ribeiro, e no contato: (91) 985887920 ;
5. Professor Silvio dos Anjos
a) "Brincando com as Palavras"(poesia),
b) "Eles foram _ Eu fiquei" (romance),
c) "Os Escravos" (romance) e
d) "A pior viagem do mundo" (romance, aventura), de Silvio dos Anjos (sem preço).
6. " Viajantes do Giz", do prof. Arogas;
7. "Silenciados negros no ensino de História" do prof. João Furtado;
8. "Lendas e Visagens de Moju" da professora Ana Márcia;
9. Professor Arnaldo Rodrigues
a) "Cabeleira: o papa chibé em prosa e verso" (poemas e contos),
b) "Flores na Praia Grande" (romance tipo folhetim, que tem como ambiente a ilha de Mosqueiro),
c) "Sonetos para Belém e Outros Poemas" (em parceria com outros autores) do prof. Arnaldo Rodrigues.
10. "O Ensino Modular em pequenas comunidades da Amazônia" do prof. Dr. Francisco Edson Oliveira.
11. "José Veríssimo: Raça, Cultura e Educação" (dos autores Dra. Sônia Araújo, Dr. Celso Vaz, dr. Telmo Araújo, Dra Maria do Socorro França e prof. Especialista Carlos Prestes) - esgotado
Toda obra tem um custo , esforço, sonhos, expectativas e suor, muito suor de seu criador ou criadora. Criamos a expectativa dentro de nós mesmos , de ver nossas criações sendo folheadas, mexidas e remexidas, nas mãos do leitor ávido pela sua leitura. Talvez essa seja a grande recompensa do criador : o prazer de ver sua obra sendo lida por outros , além dele próprio.
E quando a compramos e a lemos, não percebemos nas suas entrelinhas , as noites, os dias, as madrugadas intermináveis na frente do computador onde "Beneditino escreve, na paciência e no sossego, trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua". Isso: Beneditino sofre e sua pra dar vida à obra. Por isso, o valor material passa a ser simbólico, irrelevante, porque não compra, nem concebe a dedicação de seu autor.
Portanto, compremos, prestigiemos as obras de nossos amigos poetas, escritores, dramaturgos, filósofos, historiadores , porque, valorizando-os, estaremos valorizando a nós mesmos , à nossa história, à nossa biografia.
Então, vamos às compras?
Obs: podem ser acrescentadas outras obras e autores que não foram anunciadas até o momento.
Atenciosamente,
Prof. Carlos Prestes
domingo, 15 de novembro de 2020
VAZA PANDEMIA...
*Maria Fátima de Oliveira
Lembrar da eleição, é lembrar do Jurunas, bairro marcado predominantemente pelos partidos da direita. A nossa alegria começava com o visual nas portas, janelas e onde pudesse usar o vermelho para tirar o brilho do "amarelão". Um fato marcante era a habitual feijoada do PT, assim denominada pela D. Preta, dona da casa/ nosso QG, também conhecida como "Pretinha". Mas, no final da tarde estávamos interagindo com os vizinhos do "amarelão", tudo organizado por ela que fazia questão da política da boa vizinhança. .
Ao raiar do dia já estávamos indo para o Jurunas, votar e fazer boca de urna , é claro.!
À tarde, o agito aumentava com muito bate boca, denúncias e correria da polícia, fazer boca de urna escondido ?? Como ?? Tirava todo e qualquer acessório vermelho e saíamos distribuindo os santinhos .Era um ir e vir atrás de ônibus para ganhar o voto dos indecisos, às vezes dava certo..ufa !! Muita confusão, muita correria, mas éramos nós da esquerda que fazíamos a diferença. Nem vou entrar no mérito das conquistas sociais e econômicas da esquerda no Brasil.
Fizemos sim a diferença, porque incomodávamos àqueles que até hoje querem tirar nossas conquistas adquiridas com tantas lutas.
Hoje, a eleição está mais calma, no entanto, os santinhos e a dinheirama continuam valendo para aqueles que usam da politica para se auto promover e governar para a sua família, intensificar a perda dos nossos direitos .
Esse é o país que eu não quero que governa através do ódio, da intimidação e das regalias ..
Vaza pandemia, queremos fazer eleição como sempre fizemos, porque a luta e árdua. .
Boa eleição, vote certo !!
*Professora da rede estadual de educação.
sábado, 14 de novembro de 2020
O QUE SERÁ DE NÓS?
*Antônio Carlos Moura
Quando analisamos o nosso Sistema Educacional, percebemos então o quanto estamos distante do ideal, daquilo que gostaríamos de ver como resultado dos esforços das pesquisas, das implementações que aplicamos a um povo, a uma Nação.
Os mestres olham com tristeza o aumento da criminalidade, da ignorância que perdura mesmo com nossa busca por um ensino mais acurado. Vemos os reflexos da falta de Educação, na escolha dos governantes, no aumento da miséria, na incompreensão para com os seus semelhantes, na prática do racismo... Temos a impressão que ao buscarmos o aparelhamento para um melhor aperfeiçoamento educacional da sociedade, ela se afunda mais no abismo da desinformação, de desigualdade, dando-nos a impressão de que o nosso papel como professores e orientadores, segue no sentido retrógrado acelerado rumo ao caos sem precedentes e apocalíptico, como se o cocheiro perdesse o domínio das charretes.
Resta-nos invocar ao Divino para que Ele venha em nosso socorro e nos ajude a conduzir, com equilíbrio, a turma por caminhos de luz.
*Educador da rede estadual de educação, lotado no Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME.
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
O presidente e o palhaço ou vice versa...
*Valdir Ribeiro
Não se sabe quem é que chega primeiro, se é o mandante ou o brincante. Quando chega um, o outro ainda está pelo caminho. Se o um se atrapalha o outro pisa de mansinho, seguindo aqui, parando acolá, lá se vão os dois, sem regras, pelo ampliado caminho.
Assim, segue nossa vida, assim segue, a vida do povo, esperando o sorriso de um, esperando atitude do outro.
Nesta confusão de imagens, ninguém sabe quem brinca. Se ele da um salto, o outro já tira a camisa, se o palhaço corre, o presidente veste a roupa. Se este apressa o passo, aquele sempre se esquiva.
Lá se vão os dois sujeitos atrapalhados, brincando com a vida do povo. Tirando sarro de um, zoando com a vida do outro, mexendo com quem passa do lado. Sorrindo daqui para acolá, pisando em quem já está sendo pisado.
O palhaço avisa:
- Tomem cuidado!
O presidente diz:
- Não liguem para esse coitado!
E vão seguindo caminho, falando besteiras hoje, dizendo bobagens amanhã e o tempo vai passando. O palhaço e o presidente comandando a multidão, ninguém entende bem, quais dos dois tem a razão. Um está enciumado porque o outro está bem, sendo aplaudido sem nada ter feito, apenas por estar sorrindo para quem de seu lado passa.
O tempo fica nublado, o espaço, esfumaçado, aí o palhaço avisa:
- O circo está queimando.
- O presidente fala:
Deixa de bobagem, é apenas um estilhaço.
O palhaço dá um salto junto com o ´presidente, aí ninguém se segura é riso certo, os dois se abraçam sem distinção, o palhaço e o presidente sorrindo de toda gente, zombando de toda nação que pensava em ter razão escolhendo um deputado presidente, ou senão, um presidente palhaço.
Quando um fala sério, ninguém percebe, pois o engano está virando um mistério.
- Quem será o presidente?
- Quem será aquele palhaço?
A confusão está formada, diante dos dois sujeitos, agora, todos querem saber se os dois foram eleitos, pois um não sabe de nada, o outro... do mesmo jeito.
E vão seguindo a viagem, percorrendo pelos caminhos, pedindo ajuda ao governo, logo depois ao prefeito para saber quem de fato é ocupante de direito, se o palhaço é o presidente ou este é aquele sujeito.
* Dr. Valdir Ribeiro é doutor em educação, músico, escritor, professor da rede estadual, lotado no Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME e ex aluno dessa importante politica pública que fez 40 anos no dia 15 de abril passado..
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
Leitores do livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O SOME (VIII Parte)
sábado, 24 de outubro de 2020
Leitores do livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O SOME (VII Parte)
O Livro Educação na Amazônia em Repertório de Sabres: O Sistema de Organização Modular de Ensino continua sendo entregue para quem adquiriu. Na Imagem acima o acadêmico de medicina, Lucas Santana, representando sua mãe, ex professora do SOME, Cláudia Simone Ferreira.
Tânia Trindade, companheira de lutas e sonhos, também adquiriu seu exemplar. Boa leitura para todos e agradecemos o apoio.
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
Leitores do livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O SOME (VI Parte)
O mestrando de história, da UFPA, Prof. Anderson Rabelo, da rede pública estadual recebeu o seu exemplar das mãos de um dos Organizadores, o Prof. Dr. Sérgio Bandeira do Nascimento.
terça-feira, 20 de outubro de 2020
Construção da Casa dos Professores do SOME em Belterra: Uma história singular
Na figura 1 (1989), as ex Professoras do SOME: Marina Costa e Socorro Magno, juntamente com Jorge, ex aluno do SOME.
Na figura 2 (2020), os ex professores do SOME: Glauco Filgueras, Marina Costa, Valderina Correa, Maria José Viana, Ângela Prata, Rui Meireles, Daniel e Nonato Bandeira.
No ano letivo de 1988, equipes de professores ingressam na rede estadual de ensino, lotados no Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, política pública gerenciada pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará – SEDUC/PA. Deslocam-se de Belém, capital do Estado, para as localidades da Unidade Regional de Educação – URE, de Santarém, que envolvia os municípios de Aveiro, Fordlândia, Belterra e Mojuí dos Campos, formando um circuito.
Desde o início do referido ano, os professores que desenvolveram suas práticas educativas no município de Belterra, ficavam no abrigo dos professores em um prédio conhecido como “Unidade”. Apesar de possuir um espaço amplo, quarto grande com banheiro, entretanto, a “Unidade” não oferecia condições para moradia, não havia cozinha, refeitório, não havia mesa para beneficiar o trabalho do professor no exercício da docência, portanto, um complicador, segundo a ex Professora do SOME, Marina de Sousa Costa: “Além do mais ficava isolado, bem distante da escola. Como não tinha refeitório, os professores tinham que se deslocar para a casa de uma senhora contratada para fornecer refeições”. Para chegar à escola andavam muito, já que não tinham transporte para buscá-los ou deixá-los. Vale ressaltar, que passaram algumas reivindicações, no ano 1988, porém, Belterra era uma base física do Ministério da Agricultura, portanto, era federalizada e suas demandas dependiam das decisões de Brasília, complicando burocraticamente para se tentar resolver algumas situações. Da troca de ideias entre os professores e a comunidade escolar (estudantes, pais, lideranças sociais...), constatou-se a necessidade da obtenção da Casa dos Professores, mais próximo da Escola, sendo então, realizada uma campanha na comunidade para construção da residência. Primeiro conseguiram o terreno ao lado da escola, era floresta mesmo, já no ano de 1989, consolidando a campanha Escola com a comunidade, de inicio um empresário fez doação de duas toras, a serraria se propôs transformar as toras em tábuas, conseguiram o transporte para buscar as toras nos ramais e entregar na serraria. Essas ações destacam a união e a participação da comunidade, entre pais, alunos, professores, amigos e comunitários em todo o processo, inclusive, na serração das madeiras, juntamente com um profissional da serraria, já que, só foi cedido um profissional; então, a comunidade participou efetivamente das atividades. Em forma de mutirão se deu o processo de construção da casa dos professores, que foi mais rápido, e posteriormente sua inauguração, com as equipes subsequentes se envolvendo, as outras equipes das outras localidades também participaram.
A imagem inicial é a foto da primeira casa quando foi inaugurada, tinha só uma porta e uma janela na frente, dois quartos e uma pequena cozinha, com banheiro interno. Importante frisar que os professores e alunos, foram para Santarém e receberam bastante apoio do comércio local, com doações, como material para o banheiro, material para cozinha, as pias, lâmpadas. Portanto sendo superada a situação da problemática da moradia dos professores.
Parte da equipe dessa época retornou neste ano (2020), à Belterra, numa visitação informal, mas intencionalmente programada para revisitar as memórias do SOME, portanto, 31 anos depois e fizeram o reconhecimento de que a Casa que construíram aumentou, já não pertence à Escola, sendo uma propriedade privada. Profª Marina Costa, que participou da equipe de construção da Casa, relembra que durante esse período, um escritor (Jayme Monteiro), fazia observações pela Amazônia, publicou em seu livro "À Margem do Tapajós" um capítulo inteiro sobre a Educação no Pará, com base nas observações que fez sobre as experiências educacionais do SOME em Belterra. Destaca o grande exemplo que a Amazônia representa para a "selva de pedra", que é São Paulo.
Importante ressaltar a equipe inicial de professores: Marina Costa, Socorro Magno, Marlene Teixeira, Eliana Reis, Safira Santos, Carlos Lima, Francisco Valente, Glauco Filgueras e Nilza, que já partiu.
Informante, revisão e credito de imagem: Marina de Sousa Costa, Ex Profª do SOME.
domingo, 18 de outubro de 2020
DIA DOS PROFESSORES E DAS PROFESSORAS
* Marina de Sousa Costa
Nas alegrias desse momento festivo, percebemos que nossas
emoções evidenciam a dimensão dos lastros de amizade formados no universo da
docência em territórios paraenses, através do Sistema de Organização Modular de
Ensino (SOME). Junto percebemos que ensinar vai muito além de transmitir
conhecimento; se não envolver inúmeras provocações que desafiem a inércia dos
sujeitos que transformam a sociedade, perde em grande parte seu sentido. Juntos
amadurecemos diante dos gritantes desafios de fazer da Educação, uma ação
consequente na imensa territorialidade da Amazônia paraense, especialmente com
os povos dos campos, das ilhas, quilombolas, etnias diversas... nos fizemos
fortes, mesmo no cansaço dessa estrada, politicamente enlamaçada. As
dificuldades desse processo fizeram nascer em nós um misto de valentia e
docilidade, de fúria e generosidade... de um monte de coisas antagônicas e
necessárias. Me arrisco a dizer que dos 15 anos como docente no SOME e outros
15 anos nas escolas de Belém, nunca vi e vivi elo tão forte e tão alentador
para as lutas que travamos, contra a tirania de sucessivos governos que
representam frentes de impedimentos para o avanço social do proletariado
através da Educação. Juntos aprendemos a
parear o exercício da docência com nossos estudantes, sem se ausentar dos
movimentos reivindicatórios de rua por educação de qualidade, dignidade
salarial e justiça. Nos nossos distanciamentos espaciais e temporais, é nas
ruas que nos últimos 15 anos, temos nos encontrado e de lá, saem nossas sugestões
para esses reencontros de alegria e fortalecimento.
Aproveito esses registros para parabenizar meus amigos
professores, minhas amigas professoras, todos e todas que trabalham com
educação, em qualquer lugar, inspirados/as nos sentimentos de "Educação:
compromisso, responsabilidade e luta"; pra vocês, tenho todo prazer em
dizer: FELIZ DIA DOS PROFESSORES E DAS PROFESSORAS. Estou muito feliz com vocês.
* Professora da rede estadual de ensino, ex professora do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME e uma das Organizadoras do livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O SOME, Editora Paka-Tatu, 2020. Texto publicado na pagina Facebook de Marina Costa, em 2017.
terça-feira, 13 de outubro de 2020
Autores e Organizadores do Livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O SOME fazem doações para os IES
Os Autores e Organizadores do livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino estão fazendo doações para as Instituições de Ensinos Superiores - IES do referido livro que se faz necessário como forma de serem incorporados aos acervos das bibliotecas públicas das Universidades e Faculdades, entre elas, Universidade Estadual do Pará – UEPA, Universidade Rural do Pará – UFRA, Universidade Federal do Pará - UFPA, incluindo a Escola de Aplicação do Núcleo Pedagógico Integrado – NPI, CENTUR, entre outras.
Na imagem acima, o Prof. Dr. Willame Ribeiro, Coordenador do Mestrado em Geografia da UEPA, recebendo o seu exemplar e outro doado pelos Autores e Organizadores para o acervo da Biblioteca do Programa do Mestrado. Segundo o Prof. Ribeiro o livro aborda temas que são debatidos tanto na graduação como na pós.
Quando os Autores e Organizadores do livro decidiram doar para o ensino superior, tinham como principal objetivo incentivar e estimular a consulta de um dos temas interessantes e importantes de uma das políticas públicas de inclusão social da Amazônia de educação voltada para os interiores do Estado do Pará, em que os alunos do ensino médio não têm oportunidade de estudar nas zonas urbanas e no ensino regular.
Como a leitura favorece o conhecimento do ser humano em vários sentidos, com o volume do livro nas bibliotecas proporcionará um mundo novo com visões críticas sobre educação, além de ampliar a compreensão das ideias.
Importante iniciativa dos professores da educação básica e ex alunos do SOME que não são meros receptadores e transmissores de conhecimentos. Agenor Sarraf Pacheco, Ana Célia Nascimento Morais, Ana da Conceição Oliveira, Cláudia do Socorro Carvalho Miranda, Cléia Maria Leão Gaia, Eulália Soares Vieira, Frank Carlos Corrêa de Araújo, Haroldo Rivelino Carvalho Miranda, Ilca Pena Baia Sarraf, João Gomes Tavares Neto, Jone Clebson Ribeiro Mendes, José Ribamar Lira de Oliveira, Manoel Viegas Campbell Moutinho, Marina de Sousa Costa, Sérgio Bandeira do Nascimento e Tiese R. Teixeira Júnior são os professores-pesquisadores que assumem a própria realidade escolar como objeto de curiosidade epistemológica e a problematizam em seu campo de atuação profissional – a Educação – sem prescindir de percebê-la em um contexto sócio, histórico e cultural dinâmico. Estão presentes no livro com relatos de experiências e artigos acadêmicos.
Interessados em adquirir o livro, entre em contato com os Organizadores e Autores. Por aqui, faça seu comentário.
domingo, 11 de outubro de 2020
O SOME no ensino fundamental
Segundo o parágrafo único do Artigo 2º da Lei Nº 7.806, de 29 de abril de 2014, trata: "O Ensino Modular é direcionado a expansão de oportunidades educacionais em nível de ensino fundamental e médio, para a população escolar do interior do Estado, onde não existir o ensino regular, de modo complementar ao ensino fundamental”¹.
Refletindo sobre a lei acima e o Sistema de organização Modular de Ensino – SOME, sendo uma política pública importante para o desenvolvimento do Estado, enquanto alternativa para os alunos que não têm oportunidades de estudar na zona urbana. Até antes de tornar o SOME uma política pública de Estado, ele era um projeto de governo, logo ao bel prazer de cada governante. A lei do SOME foi fruto de muita luta muito suor e labuta de companheiros e companheiras que sabiam a importância do projeto para a educação paraense no campo.
O SOME
quando foi idealizado em fins de 79 e inicio de 80 o principal propósito seria
o ensino médio, porém, em meados da década de 1990 em diante, foi sendo readaptado
para o ensino fundamental, atendendo as demandas de alguns municípios, entre
eles: Aveiro, Abaetetuba, Ponta de Pedras, Bujaru, entre outros. Em 1994, passou a funcionar com o ensino de 5ª a 8ª séries, inicialmente na zona rural do município de Aveiro, no Tapajós, na localidade de Apacê, Cametá, Brasilia Legal e Santa Cruz. Neste mesmo ano, o SOME atendeu 12 localidades e cerca de 700 alunos do ensino fundamental. Expandindo localidades e cargas horárias nos interiores do Estado do Pará.
Com a área territorial de nosso Estado e principalmente com a chegada de grande contingentes de pessoas oriundas de outros estados, além do crescimento da população através dos diversos projetos implantados na década de 80, 90 e 2000, o SOME se estrutura e funciona para atender também esse novo público.
Atualmente
só o município de Abaetetuba permanece com o SOME no ensino fundamental, gerenciado
pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará – SEDUC, assim como no
ensino médio. No livro Educação na Amazônia em Repertório de
Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino. Editora Paka-Tatu, 2020.
(...)O projeto SOME/fundamental, nas comunidades ribeirinhas dos rios Ajuaí,
Furo Grande, Itacuruçá e Urubuéua, no município de Abaetetuba, no período de
1996 a 2001, no intuito de reconstituir a história do projeto SOME/Fundamental
por meio das reminiscências narradas pelos atores sociais envolvidos“. Artigo
que ressalta o processo de implantação do SOME, no município de Abaetetuba².
Ressalto que a dissertação do ex-professor do SOME, Angelino Júnior, enfatiza características de uma das localidades, tendo como objetivo de estudo, a comunidade de Rio Doce, no município de Abaetetuba, de ensino fundamental: “Os moradores desta comunidade vivem quase que exclusivamente sobre as águas. As casas, na sua maioria são de madeira, cobertas por telhas de barro, produzidas em olarias de localidades próximas, ou de palha extraída de palmeiras locais. A maioria das casas tem o seu assoalho alteado, pois o movimento das marés inunda e escoa os arredores das casas todos os dias. Devido a esse fator, quase toda movimentação do povo desta localidade é feito através de barcos, casquinhos e rabêtas, que são pequenas embarcações com motores a diesel no centro de seu casco. Trabalham basicamente no extrativismo vegetal e animal, sua subsistência, complementado-a com a atividade artesanal voltada para o utilitário e comercial”³.
Destaco a dinâmica da estrutura e funcionamento do SOME em diversos municípios e localidades proporcionando uma educação melhor para os alunos/as dos interiores, tanto no ensino médio, quanto no ensino fundamental. Interessante mesmo, e termino com um depoimento de uma informante do referido município que participou de todo o processo de implantação do SOME nas localidades que contribuiu com o artigo citado, diz: “(...) Lembrei que antes de chegar o SOME na comunidade as meninas que não arrumavam logo um filho, fugia com namorado ‘Era moda do momento’ e os professores começaram a fazer campanhas, reuniões pra conscientização (...)”.
1 - Lei Nº 7.806, de 29 de abril de 2014
2 - MIRANDA,
Claudia; MORAIS, Célia; OLIVEIRA, Ana; MIRANDA, Haroldo. O SOME e a educação
serpenteada entre ilhas e rios no município de Abaetetuba: Vivências e Práticas
educativas IN COSTA, Marina; OLIVEIRA, Ribamar; BANDEIRA, Sérgio (Org).
Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O Sistema de Organização Modular
de Ensino. Editora Paka-Tatu, 2020.
3 – Júnior,
Angelino Gomes Ferreira. “Os limites e
possibilidades do emprego de multimídias no ensino de arte no Município de
Abaetetuba/Pará”. Dissertação. Instituto Presbiteriano Mackenzie, do Programa de Pós-Graduação
em Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura, no ano de 2009,
sábado, 10 de outubro de 2020
Leitores do livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O SOME (V Parte)
O arte educador popular Wagner Neves adquiriu seu exemplar e achou muito interessante a iniciativa. Agradecemos o apoio de todos e o segundo volume já se encontra no forno. Aguardem!