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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

NAS ASAS DO CORDEL


(Uma gincana de aprendizagem no SOME)

*Arodinei Gaia







Gincana de Linguagem, é o nome do projeto educacional que as competentes professoras do Sistema Modular Lilian Gaia, Shelsy Cardoso e Elimara Mota vem desenvolvendo com os alunos do SOME da 2ª Ure Cametá.




            O projeto pretende proporcionar a produção do conhecimento de uma forma mais dinâmica e prazerosa, tornando os próprios estudantes os autores dessa produção. O envolvimento da comunidade escolar como funcionários da escola fundamental, dos pais e responsáveis como telespectadores e/ou participantes ativos na organização do evento é outro importante complemento do referido trabalho.








As professoras que ministram as disciplinas de português, redação, arte, literatura e língua estrangeira, reservam o final do módulo para a exposição e culminância do que foi produzido durante os 50 dias letivos de aula. Assim, arte, dança, teatro, música, gincana do conhecimento em português e inglês, soletrando em português e inglês, pintura, paródia com assunto das disciplinas, são algumas das atividades que temperam esse importante projeto pedagógico.




            Na terceira edição, desenvolvido no encerramento do terceiro módulo 2018 na localidade de Marinteua, as professoras resolveram homenagear o também professor do modular e escritor Arodinei Gaia juntando o seu trabalho literário ao mencionado projeto. O estilo literário escolhido foi a literatura de cordel, desta forma, quatro obras do citado poeta foram teatralizada com maestria pelos estudantes do 1º, 2º e 3º anos. As obras selecionadas foram: “A Pureza de Gertrudes”, “A astúcia do pescador e a ferroada de arraia”, “Proezas de São Benedito” e “O encontro com a morte” obra que o cordelista paraense escreveu em parceria com o poeta baiano Zeca Pereira.








As obras do poeta costumam retratar os costumes, a cultura e o linguajar característicos do interior amazônico, principalmente da região cametaense. Sendo assim, o projeto veio oportunizar o contato dos estudantes com uma literatura com a qual não estão acostumados que é o cordel e ainda mostra-los como a nossa cultura interiorana é forte e bonita de se ver e que portanto, precisa ser valorizada, preservada e aliada ao processo ensino aprendizagem.




            Importante relatar que a gincana ocorre em um trabalho coletivo em que os alunos são divididos em equipes e cada equipe (geralmente três ou quatro), envolve alunos das três turmas, promovendo a interação entre alunos de salas e séries diferentes num trabalho interdisciplinar. As equipes formadas são identificadas por cores (amarela, verde, azul e rosa) e a “brincadeira do conhecimento” acontece. Ao final os pontos adquiridos por cada equipe, atribuídos por um grupo de jurados, são somados e anunciada a equipe vencedora, entretanto, a euforia com que todos comemoram juntos o final do evento, nos mostra que o que menos importa no projeto é o ganhador, pois todos os envolvidos são os verdadeiros vencedores, e a maior conquista vem para o processo educacional moduleiro.


* O autor é educador do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME (Cametá) , escritor e cordelista.

A DINÂMICA DA GRATIFICAÇÃO SOME






                             Por Paulo Roberto Almeida Tavares.
                             Professor do SOME.
                             Cametá-Pa.



A gratificação SOME paga aos professores da Rede Estadual de Ensino do Estado do Pará, lotados no Sistema de Organização Modular de Ensino-SOME, gera muita discussão, principalmente quando o governo usa, a referida gratificação, para manipular a sociedade contra os professores alegando que os paga salário exorbitante, o que não é o caso. Pois bem, esta gratificação é utilizada para deslocamento, alimentação e outros gastos dos docentes que passam 4 módulos de 50 dias, acrescido de reposição nas mais de 400 localidades rurais atendidas pelo SOME nesse imenso Estado Paraense. Grande partes dessas localidades é de difícil acesso, o que torna o custo relativamente mais dispendioso.  Hoje pela falta de moradias nas localidades, disponibilizada pelo Estado para atender esse profissional, esta gratificação também tem servido para suprir tal necessidade: o custo com hospedagem.



De acordo com publicação feita no site Modular Notícias sobre os valores da gratificação, do ano de 1995 a 2002, referente aos dois mandatos consecutivos do Ex-Governador Almir Gabriel a gratificação correspondia a 100% do salário base pago naquele período, cujo professores recebiam nos 12 meses e também no 13º salário.



No governo seguinte que se estendeu de 2003 a 2006, primeiro mandato de Simão Jatene, o percentual da gratificação foi achatado para 60% do salário base.



Depois veio o Governo da ex-Governadora Ana Júlia Carepa 2007 a 2010. Neste mandato continuou 60% o valor da gratificação, porém foi suprimido o pagamento no mês de julho sob a alegação de férias do professor e no 13º salário pago no mês de dezembro gerando impactos na vida financeira de muitos que não esperavam pela mudança.



A partir do duro golpe na gratificação implementada pelo governo Simão Jatene em seu primeiro mandato, os professores do Sistema de Organização Modular de Ensino se organizam e iniciam uma luta pela permanência do ainda projeto SOME, entretanto, com o referido corte muitos professores evadiram para o Ensino Regular. Anos mais tarde, inicia-se também a luta pelo Plano de Cargos Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação- PCCR no qual os professores do SOME pudessem ser amparados.



No governo Ana Júlia, mais precisamente no último ano de seu governo, vem a aprovação do PCCR da categoria garantindo novamente gratificação de 100% incluída também no mês de julho e no 13º salário. O destaque está no art.30, que descreve:



“O servidor que exercer suas atividades no Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, fará jus a gratificação no valor correspondente a 100% (cem por cento) sobre o vencimento -base acrescido da gratificação de escolaridade, repercutindo sobre a parcela salarial referente a férias e ao décimo terceiro salário.


Parágrafo único. Lei específica do Poder Executivo estabelecerá sobre o Sistema de Organização Modular de Ensino”.



LEI N° 7.442, DE 2 DE JULHO DE 2010.




No segundo mandato de Simão Jatene, iniciado a partir de 2011 foi detectado uma inconstitucionalidade jurídica no Art. 30 do então PCCR, porque contradiz o art. 37, inciso XIV da CF ao regulamentar gratificação de 100% sobre o vencimento base, acrescido da gratificação de escolaridade, quando tal vantagem deveria incidir apenas sobre o vencimento-base.



Para que a correção não trouxesse perdas na gratificação do SOME foi proposto num projeto de lei aprovado por unanimidade na ALEPA, no ano de 2012, gratificação de 180% sobre o vencimento base. Ficando da seguinte forma:




“Art. 30. O professor que exercer suas atividades no Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, fará jus a gratificação no valor correspondente a 180% (cento e oitenta por cento) sobre o vencimento-base, repercutindo sobre a parcela salarial referente a férias e ao décimo terceiro salário. ”




L E I Nº 7.643, DE 12 DE JULHO DE 2012




A luta da categoria permitiu ainda conquistar a almejada “lei do SOME”, LEI Nº 7.806, DE 29 DE ABRIL DE 2014 que legitima a sua existência. Porém, muitos pontos desta lei não vêm sendo cumprido.



A gratificação SOME permanece desta forma até os dias de hoje por ainda estar amparada pela Lei, porém os ataques ao SOME proveniente do governo agora visam a sua substituição por projetos como Mundiar e o Sistema Educacional Interativo – SEI.




Fonte:


quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Projeto: A Cor da Cultura



                                                                     *Valdivino Cunha da Silva














No dia 20 de novembro, no Brasil, comemora-se o Dia da Consciência Negra que marca o dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder negro. Sua morte que ocorreu em 1695, após anos defendendo o Quilombo de Palmares de expedições que pretendiam escravizar, novamente, os negros que conseguiram fugir.






Ninguém nasce preconceituoso, as pessoas se tornam preconceituosas e a escola, que é um lugar privilegiado de aprendizado, tem que “desconstruir” os preconceitos, entre eles, o racial. No dia 28 de novembro/18 a comunidade, professores e alunos da Escola Francisco Portilho, na Vila Forquilha em Tomé-Açu-Pa. Debateram a temática diversidade cultural e o preconceito racial com uma didática diferente e bastante interessante.









Ao longo da semana alunos e professores em forma de puxirum (mutirão) transformaram algumas salas de aula retirando azulejos quebrados, lixando as paredes, pintando e lavando a mesma com água e sabão (limpando também a intolerância). Depois de tudo isso, começou processo de pintura (arte) das paredes como a temática do preconceito racial. As pinturas ficaram a cargo exclusivamente dos alunos, eles deram asas às suas imaginações e extravasaram suas repulsas ao preconceito. Os trabalhos ficaram maravilhosos quer porque expressaram seus sentimentos dizendo não ao racismo, quer pela beleza da arte. A educação naqueles dias tornou-se uma ação coletiva onde no ensinar também se aprende. Que lição seus alunos deram a nós, seus mestres!









Por certo período nossos alunos deixaram seus terçados e suas enxadas (são alunos da zona rural) substituindo-os por pinceis e tintas. O labor (trabalho pesado) deu lugar a poiesis ( poesia). Fica provado que um quadro, um pincel (ou giz), uma sala fechada (muitas vezes quente demais) não é o melhor local de aprendizagem.





A culminância da discussão da temática racial deu-se na própria escola, à noite onde todo o corpo discente, docente e a comunidade se fez presente em massa. Houve palestra, danças com raízes africanas, desfiles, participação de povos indígenas e visitação às artes criadas pelos alunos. Depois dessa atividade a questão racial será vista de outra forma.  Todos em um gesto simbólico e coletivo disseram não ao preconceito. Despertou também em toda a ideia de pertencimento em relação à escola onde estudam, simbolizada numa frase que ouvir de um aluno:






- “ Eu não vou deixar que ninguém risque esta sala que ficou tão bonita”










































* O autor é educador do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, lotado na 11ª URE, Santa Izabel.


Créditos: Imagens dos Professores

terça-feira, 27 de novembro de 2018

A Cor da Cultura: Diversidade cultural construindo a identidade étnica racial, atividades lúdicas da cultura afro descendente no contexto escolar dos alunos do SOME







Amanhã, o blogueiro estará presente, em Forquilha, Tomé Açu, na Escola Municipal "Francisco Portilho", como convidado dos organizadores do Projeto a Cor da Cultura: Diversidade cultural construindo a identidade étnica racial, atividades lúdicas da cultura afro descendentes no contexto escolar dos alunos do SOME.


O objetivo do projeto será o enfoque sobre a consciência negra. 


Todos estão convidados para participar do evento, Vamos!





quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Consciência Negra em Viseu, Pará





Ontem, no Brasil, considerado Dia da Consciência Negra, em homenagem ao Zumbi dos Palmares, sendo o último dos lideres do Quilombo dos Palmares, que ficava localizado no estado de Alagoas e foi educado por um sacerdote. Se destacou como um grande combatente, em defesa de seu território. Por ser um guerreiro feroz contra os colonizadores, durante o período colonial, foi assassinado pelo capitão Furtado de Mendonça , subordinado de Domingo Jorge Velho, no ano de 1695.Para servir de exemplo para os outros negros, foi decapitado e sua cabeça levada para Recife onde ficou exposta em praça pública. 








No Brasil, diversas atividades foram programadas pelo movimento negro, pelas escolas particulares e públicas, entre elas, na comunidades de Curupaiti, no município de Viseu, no estado do Pará.








No evento, de ontem, o projeto foi executado pela comunidade escolar, envolvendo todo o corpo docente, tanto do fundamental quanto do ensino médio; além  dos servidores de apoio e aluno(a)s das duas modalidades de ensino. 







A programação foi intensa, com participação efetiva de todas as categorias da escolas, além de membros da comunidade que proporcionaram através da linguagem da fotografia, teatro, música, roda de capoeira, apresentações e alimentação tipica ao evento, um sucesso total.





Os educadores do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, que participaram do evento foram: Edilberto Santos (Matemática/Física), Adriano Mesquita (História), Linvaldo Gaspar (História), Vânia Silva (História), Rui Bronze (Geografia), Maria Barros (Geografia) e Aimee Silva (Inglês).







O Blog do Riba parabeniza esses verdadeiros guerreiros, que trabalham nos rincões do Estado, que retrataram através de uma atividade pedagógica produtiva, uma parte da História do Brasil. 













quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Trabalhadores em educação do SOME são beneficiados pelos direitos trabalhistas





Nayana Bittencourt e sua bb




Dois educadores do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME política pública que possui 38 anos de atuação no Estado do Pará, desenvolvendo suas práticas pedagógicas no ensino médio, nos interiores onde não possui o ensino regular, foram beneficiados pelos direitos trabalhistas, sendo decisão do Tribunal de Justiça.  Os educadores Cosmo Cabral e Nayana Bittencourt comemoraram a conquista após o jurídico do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará – Sintepp, recorrer judicialmente.


Cosmo Cabral em Assembleia da categoria


Para o pedagogo, advogado e geógrafo Cosmo Cabral, lotado na Unidade Regional de Educação de Abaetetuba, que tem atuação sindical e partidária foi eleito pela comunidade escolar da Escola Estadual “Augusto Meira”, que se localiza na Av. José Bonifácio, esquina da Gentil Bittencourt, em Belém do Pará, Escola vinculada a Secretaria Estadual de Educação – Seduc, para assumir a função de diretor, no mandato de março de 1999 até março de 2002. Com a greve que o diretor aderiu e apoiou em janeiro de 2002, deflagrada pelo referido sindicado. Com essa posição assumida pelo Cosmo Cabral incomodou os dirigentes da educação do Estado, inclusive, o próprio governador, na época o falecido Almir Gabriel, alegando irregularidades na efetivação de matrículas, afastando-o da função.


bb de Nayana Bittencourt


Inconformado com essa arbitrariedade, o educador resolveu permanecer no prédio do Colégio Augusto Meira. Neste mesmo dia foi surpreendido com a presença de mais de 30 homens do Batalhão da Polícia Militar, um delegado e um investigador de polícia, tendo recebido ordem de prisão, o que só não se efetivou porque sofreu crise hipertensiva e foi levado com urgência para o Pronto Socorro Municipal do Guamá, lá ficando por quatro dias cercado por policiais. O fato surreal foi amplamente divulgado na imprensa a época, segundo o site do Sintepp.



Cosmo Cabral na luta sindical


Com isso o site continua: a Assessoria Jurídica do sindicato impetrou Habeas Corpus, que lhe foi concedida, e Mandado de Segurança, pelo qual foi reconhecida a ilegalidade do ato do Subsecretário, mas a ordem foi denegada porque o mandato de Diretor de Cosmo Cabral já havia encerrado. No processo criminal, o Ministério Público Estadual resolveu não denunciá-lo.


O Blogueiro, Cosmo Cabral e sua irmã


Com esse contexto, o educador que tem mais de 30 anos em sala de aula, ingressou com Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais contra o Estado do Pará, requerendo o equivalente à gratificação da função de direção, pelo período de 08/01/2002 a 30/03/2002, quando permaneceu afastado da função e, por danos morais, no valor de R$150.000,00.



Dessa forma, a Juíza Marisa Beline, julgou PROCEDENTES os pedidos do professor para condenar o Estado ao pagamento, em benefício do Autor, do montante de R$ 150.000,00, a título de danos morais. E dos valores remuneratórios a que faria jus mês a mês, desde a sua demissão ilegal, a título de danos materiais. O advogado do SINTEPP, Walmir Belaz, que participou efetivamente da peça comemorou a conquista com Cosmo Cabral e com a categoria.



A educadora NAYANA DIAS PAJEÚ BITTENCOURT, do Sistema de Organização Modular de Ensino – Some lotada na Unidade de Ensino de Conceição do Araguaia, conseguiu o parecer favorável da desembargadora CÉLIA REGINA DE LIMA PINHEIRO, do Tribunal de Justiça do Pará, em 08/11/2018, com a inclusão da gratificação que a referida educadora tem direito em sua remuneração, quando foi retirada ao gozar licença maternidade. Para os advogados Walmir Belaz e Suzane Xavier, do Sintepp, que assinaram a ação, o direito de licença maternidade, sem prejuízo da remuneração, é constitucional, por isso se sobrepõe a qualquer outra norma inferior. Grande vitória da assessoria jurídica do Sindicato.



O blogueiro parabeniza a assessoria jurídica do Sintepp, que com empenho, dedicação e responsabilidade conseguiu essas duas vitórias diante do Tribunal de Justiça do estado. Mando abraços para esses dois guerreiros, Cosmo e Nayana, que lutam por uma educação digna e de qualidade nos rincões de nosso estado.


Fonte: Site do Sintepp

terça-feira, 13 de novembro de 2018

O Brasil que saiu das urnas








Ontem, aconteceu a exposição do Professor Doutor da Unicamp Márcio Pochmann, com Rosaly Brito, Professora da UFPa, seguido de debate sobre o tema O Brasil que saiu das urnas, no Sindicato dos Bancários, na Rua 28 de setembro, em Belém do Pará, sendo promovido pelo Instituto Ernest Mandel.





Após o debate, aconteceu autografo do livro Capitalismo, Classe Trabalhadora e Luta Política no início do século XXI, do expositor com Reginaldo Moraes, da Fundação Perseu Abramo.






Com excelente exposição, de Márcio Pochmann, focada na conjuntura política e econômica atual do Brasil. Reflexões históricas importantes contextualizadas. Além, do debate, que possibilitou uma compreensão mais ampla pós eleitoral.





Quem participou do evento teve uma verdadeira aula de cidadania. Parabenizo os membros do Instituto pela organização e sucesso.