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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

FOLHA DE JORNAL


                      *Prof. Carlos Alberto Prestes


Certas coisas são difíceis de esquecer. Mas esquecemos de muitas coisas, naturalmente, porque nossas memórias não podem guardar tudo. Informações relevantes, que sejam de algum modo, importantes para nós, separamos e preservamos a um canto de nossa mente. Informações supérfluas, rotineiras, que, talvez, não contribuam para nada em nossa vida, rapidamente esquecemos.



Por que nos enchemos de tantas informações? Para que elas servem? Apenas para sabermos? Acho que, mesmo as informações consideradas supérfluas, têm contribuído muito para o nosso crescimento, assim como as relevantes.



O que seria de nosso dia-a-dia sem as notícias passageiras? Elas são como as ondas do mar: vão, mas retornam ao mesmo lugar. Retornam porque elas se repetem no nosso cotidiano. “Policial é morto quando chegava a sua casa!”, “Dois homens em uma moto executam policial quando saia de supermercado!”, “Homem é preso depois de bater na companheira!”, “Mulher denuncia marido por maus tratos!”, “Homem é enquadrado na lei Maria da Penha depois de esfaquear sua mulher!”, “Lei Maria da Penha leva pra prisão homem que tentou matar a própria mulher!”, “Homem que matou esposa na porta de casa vai responder por feminicídio!”, “Mulher de 22 anos é morta quando saia do trabalho. O principal suspeito, Jeferson Ferreira, ex-marido de Daiane Ferreira, está sendo procurado e vai responder por feminicídio!”, “Adolescente é morto na rua próxima de sua casa por dois homens em uma moto!”, “Adolescente é morto no Aurá por dois homens em uma moto. A polícia suspeita de execução por divida de drogas!”, “Deputado é filmado pegando uma mala com dinheiro na sala de um empresário!”, “Vereador desviava dinheiro do Bolsa Família para sua conta particular”



Tá vendo como as notícias se repetem? E, na maioria das vezes, são as piores possíveis. Elas se repetem porque refletem o cotidiano. Os jornais, esses feitos de papel, que o jornaleiro vende de porta em porta ou que podemos comprar numa banca de revistas (quando as bancas de revistas vendiam jornais), esse jornal que podemos toca-lo, apalpa-lo, esmiuçar suas páginas, caderno de esporte, caderno policial, coluna social, classificados, notícias internacionais, quadrinhos. Isso, até quadrinhos de desenhos infantis havia nesses jornais. E eu me lembro quando eu e meu irmão mais velho fazíamos histórias de desenhos em quadrinho e mandávamos para ser publicado no O Liberalzinho, que tinha uma seção reservada para futuros desenhistas de quadrinhos. Ficamos muito felizes quando uma de nossas histórias em quadrinhos foi publicada com uma nota: “futuros artistas”. Hoje, só alguns fiéis seguidores ainda continuam comprando e lendo jornais na sala ou na porta de casa. E a maioria são jovens que já estão lá com os seus sessenta anos pra frente. Os jovens de dezoito, vinte, vinte e cinco não querem saber das folhas; eles dizem que não é do tempo deles, que isso já está ultrapassado e só faz acumular lixo. A internet, a era tecnológica facilitou tudo pra eles, basta um click e a notícia está na cara deles, seja que tipo de assunto for. É difícil competir com isso, com essas quantidades de informações instantâneas e extremamente efêmeras que andam pra cima e pra baixo nos celulares.

        


Mas acho que, no nosso tempo, no tempo dos jornais, se lia mais, se aprendia mais. Sim, se aprendia mais porque os olhos buscavam as informações com avidez. Naquelas dez a quinze folhas estavam todas as informações que se deveria saber. E o habito de ler era sempre incentivado cotidianamente. Um jovem do meu tempo tinha conhecimento de vários temas do dia-a-dia que um jovem de hoje, talvez, não tenha percebido. Sabíamos falar sobre esporte, mas também falávamos de política, de corrupção, de eventos sociais, de violência urbana. Isso tudo graças ao senso comum, à noticia comum, que vem das ruas, das histórias reais de um ser humano real.

        


O próprio conhecimento científico especializado, só existe graças à informação supérflua. É a partir do senso comum que se extrai a primeira pista a ser investigada pelo pesquisador, a fim de se chegar a um fato confiável, que possa ser endossado pela ciência.

        


Toda essa conversa de informações relevantes e irrelevantes me fez lembrar uma cena, quando me dirigia por uma estreita rua escura, a uma igrejinha, à qual, no momento, não me lembro do nome, num bairro qualquer da periferia de Belém.

        


Nos meus olhos havia indícios de uma noite estupenda. Quando desviei-os para cima, para o céu, havia um espetáculo me esperando. Sim, parecia que estava à minha espera. As estrelas, no céu, brilhavam tanto, que pareciam querer fazer contato comigo, aqui, neste pedaço de chão, neste asfalto duro que impede o caminho das águas. Milagrosas águas das chuvas, tão peculiares de Belém.

       


Eu andava a passos largos, admirando o glamour daquelas pequenas divindades. E imaginava como podem ser tão belas, tão perfeitas, e, no entanto, não podem falar ou ouvir, gesticular. Mas, logo percebi que as estrelas não necessitam falar ou ouvir, ou gesticular; elas foram feitas para serem vistas, como testemunhas de uma suprema criação. Nós é que temos que falar a respeito delas, de como elas nasceram, como foram parar ali, no alto do céu, sem ninguém para segurá-las. Sim, elas são testemunhas perpétuas de que um ser, cuja existência simplesmente incompreensível para nossas mentes tão pequeninas, tão pouco exploradas, as criou, e a tudo que existe no universo deu nome e significado, deixando a sua assinatura em cada matéria, natureza, átomos, partículas, células, mundos, planetas, seres. Ele se intitula: Deus.

        


Como estava dizendo, eu andava a passos largos, despreocupado e feliz. Sim, feliz, aproveitando aquele momento precioso de felicidade, pois creio que poucas coisas temos para admirar nesse mundo, que nos cause, por vezes, um regozijo de esperança. Haja vista, as notícias dos jornais matutinos, desses que são vendidos nos cantos das ruas ou nas bancas de revistas que, na maioria das vezes, enchem a nossa vida de tristeza, de desalento, porque as notícias que chamam a atenção do público são as que falam de morte no trânsito, de chacina nos subúrbios de Belém, de marido que mata a esposa por ciúme, de adolescente que rouba e mata porque queria comprar um tênis de marca igual ao do colega de sala de aula. Essas notícias estão sempre estampadas na primeira página do jornal.

        


Mas o que eu percebo de mais triste em tudo isso é o estado de completa inércia em que as pessoas se encontram. Parece que a morte, a tragédia, a dor fascinam as pessoas, como se fosse algo comum e corriqueiro. Sim, na verdade, tudo isso já é corriqueiro mesmo. E, talvez, por isso, o ser humano tenha passado por uma espécie de anestesia que o fizeram aceitar, pouco a pouco, a morte como senso comum.

        


E deveria ser assim? A morte separa pessoas, amigos, famílias, causa sofrimento, e nos acostumamos com ela, passamos ao lado dela todos os dias, nos aculturamos a esse senso comum.

        


Não! Não deveria ser assim. Não podemos, nem devemos aceitar as misérias do mundo como algo comum.

 

* Prof. Carlos Alberto Prestes - Ex Professor do SOME/SEDUC


domingo, 27 de setembro de 2020

Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino






A semana que passou foram entregues o livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino, no Cristo Rei, em Santarém, pela Organizadora do Livro, Profa.  Ms. Maria de Sousa Costa. 



Muitos docentes, lotados no SOME, na região Oeste do Pará, adquiriram o livro, entre eles: Eládio Delfino Carneiro Neto, Glauco Roberto Soares Figueira, Nelma Mary Sousa, Willians Valentim, Graça Pedrosa, Elyne Figueira, Rita Angélica Lourido, Adriane Andrade Tavares, Albanisa Siqueira e Silvia Rocha. Ainda temos vários pedidos desta região.  











Em Belém, uma das autoras do Livro, a Profa. pós doctor Eulália Vieira, entregou para o Professor de Biologia, Arnaldo Lima e sua esposa, Profa. Arlete Paz que adquiriram o livro; assim como o Prof. Esp. Ribamar Oliveira, um dos Organizadores, entregou para o Prof. Carlos Alberto Prestes..




 

Aos interessados em adquirir o livro Educação na Amazônia em Repertório de saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino, entre em contato com os Organizadores: Marina Costa - 91991921516, Ribamar Oliveira - 91984996619 e Sérgio Bandeira 91983020140.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Uma janela para Alça Viária

 


Quando percorremos os longos 74 kms de estrada e 4,5 kms de pontes da Alça Viária, percebemos uma série de características importantes que retratam a beleza da natureza e também é possível visualizarmos o solo durante o trajeto. Particularmente, isso me é possível quando me desloco para localidades cujo acesso se faz necessário utilizar essa rodovia. Recentemente a tenho utilizado quando me desloco para localidades onde ocorre o funcionamento do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME- nos municípios de Tomé Açu, Concórdia do Pará ou Bujaru, e especificamente nas vilas de: São Raimundo, Tracuateua e São Sebastião, entre tantas outras, com entrada no ramal do Km 24 dessa via. 



No Estado do Pará o Projeto Alça Rodoviário (PAR) representou um novo paradigma nas obras de infraestrutura na região norte devido às ações que contemplaram a variável ambiental. O empreendimento denominado Alça Rodoviário é um sistema constituído de rodovias e pontes, com 66 km de rodovia implantadas e quatro pontes. Estas recobrem os rios Guamá (1.976,80 m), Moju (com 880 m) e Acará (876 m).



E dessa percepção ressalto que algumas áreas de capoeira, em trechos da floresta de várzea, são pequenas extensões desmatadas já pela ação predatória do homem. Percebe-se ainda o predomínio de vegetação secundária ao longo das margens da estrada, esse processo erosivo é influenciado devido a pouca presença de cobertura vegetal, composta por gramíneas e arbustos em algumas partes da área, provocando em determinados trechos da estrada bastante poeira, prejudicando a visibilidade de quem dirige. Existem também áreas que possuem ramais com saídas de caminhões pesados carregados de terra , ou de cascalhos para aterros, muitos utilizados nas áreas degradadas da capital paraense, ou em vicinais que foram se formando ao longo da rodovia por conta da criação de muitas fazendas e empresas com o decorrer dos anos . Outra mudança verificada é o crescente povoamento ao longo da estrada diminuindo a distância entre as comunidades que já haviam na antiga estrada de chão, e as novas que foram se formando. E por todas essas alterações, é notório a mudança climática da via, pois quando passou a ser trafegada no início, ao adentrá-la sentíamos uma baixa na temperatura que se estendia por todo o percurso, o que representava um alívio ao deixarmos o calor que impera na área urbana.



Na tentativa de traçar um paralelo entre a ida e a vinda das localidades acima citadas, enfatizo que ao retornar das mesmas e ao me aproximar da Alça Viária, percebo como se estivesse me aproximando de uma janela , cujo cenário é bem diferente daquele do qual vou me distanciando, já que a velocidade do carro diminui e provoca bastante poeira deixando a vegetação suja para trás, principalmente, neste período de verão. Não sei se é uma janela que vai me trazer alegria e prazer com todas essas mudanças ocorridas, porém, é importante pelo fato de chegar ao chão do asfalto tornando a viagem mais confortável e segura, apesar dos inúmeros perigos que a Alça oferece. 


Texto: Prof. Ribamar Oliveira (Blogueiro)

Revisão: Prof. Flávio Filho (Prof. do SOME)


terça-feira, 22 de setembro de 2020

CULTURA - SOME

 




Modular Notícias recebe livro do SOME


A equipe do Modular Notícias, representada pelo editor Eládio Delfino Carneiro Neto esteve na manhã de hoje, 22/09, no Cristo Rei, em Santarém, para receber a obra Educação na Amazônia  em Repertório de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino, organizada pelos professores Marina de Sousa Costa, José Ribamar de Oliveira e Sérgio Bandeira do Nascimento.

O livro, que foi entregue pela professora Marina Costa, é um trabalho coletivo.

"É produto de uma prenhadez em torno de se fazer presente como professores que ousam constantemente em serem pesquisadores, também.", como definem-o os organizadores nos agradecimentos.

Muitos docentes do SOME na região adquiriram a obra: entre eles: Glauco Roberto Soares Figueira, Nelma Mary Sousa, Willians Valentim, Graça Pedroso, Elyne Figueira, Rita Angélica Lourido, Adriane Andrade Tavares e Albanisa Siqueira, Fada Isism Aurinete, entre outros.


Fonte: SOME 40 anos (Grupo WhatsApp). 

Postagem: Professor Eládio Delfino Carneiro Neto.

domingo, 20 de setembro de 2020

Oeste do Pará recebe livro do SOME





A Organizadora do Livro Educação na Amazônia em Repertório de saberes:O Sistema de Organização Modular de Ensino, Profª Marina de Sousa Costa, fez entrega da obra no Oeste paraense. No município de Belterra fez entrega para a Profª Nelma Mary Sousa. 





Em Alter do Chão, o livro foi entregue ao Prof. Glauco Roberto Soares Figueira, que fez questão do autógrafo.





Nas entregas, a Organizadora do Livro do SOME estava acompanhada dos Professores Nonato Bandeira, Daniel, Rui e Angela Meireles, Maria José Viana e Valderina Correa.  





As entregas foram um sucesso, na terça-feira será para quem comprou o Livro do SOME, em Santarém. 




Primeiro livro publicado que trata do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, politica pública que atende os alunos do ensino médio nas comunidades interioranas, no Estado do Pará. Já tem previsão de entregas para os municípios de Curuçá e Abaetetuba.

 



 


Aos interessados em adquirir o livro, entrar em contato com os Organizadores:

Marina Costa: 91 991921516

Ribamar Oliveira: 91 984996619

Sérgio Bandeira:91 983020140


sábado, 19 de setembro de 2020

Dia do Patrono da Educação Brasileira

 

Data de hoje é importante e comemorativa em função do aniversário de nascimento de um dos maiores educadores do mundo, referência teórica para vários estudiosos, pesquisadores e Patrono da Educação Brasileira.

 

Estou me referindo ao ex Secretario de Educação de São Paulo, Paulo Neves Freire, que se vivo estivesse, estaria completando 99 anos.  Um grande filosofo e pensador  brasileiro na área da pedagogia, que tem grande influencia na concepção da pedagogia crítica.

 

Mesmo preso e depois exilado no período da ditadura militar, sempre tratava que a história molda os discursos, sempre abordando e defendendo a educação como prática de liberdade. Autor de várias obras como: Pedagogia da Autonomia, Pedagogia do Oprimido, Educação como Prática de Liberdade, Educação e Mudança entre outros.

 

Mesmo se formando em Direito, Karl Marx, Rousseau, Gramsci, Illich entre outros pensadores influenciaram bastante nas praticas educativas e pensamentos de Freire, contribuindo de forma positiva para a educação no Brasil e no mundo.



quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Andanças no SOME





 

O falecimento do professor de história do Sistema Modular Municipal de Melgaço, no Marajó, Nilton Leal Rodrigues, que morreu em um acidente de rabeta enquanto entregava atividades para estudantes sem aulas presenciais por conta da Pandemia, ao se chocar com outra embarcação,  fez-me refletir sobre os perigos que eu passava durante as viagens de ida, às segundas - feiras e na volta, às  sextas-feiras, nos anos de 2006, 2007 e 2008 nas localidades de funcionamento do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, no município de Abaetetuba. 



Durante as viagens de deslocamento da cidade de Abaetetuba para as localidades, que naqueles anos somavam 24 localidades em funcionamento,  entre as quais  trabalhei nas de Itacurucá Médio, Sapucajuba, Maúba, Tucumanduba, entre outras.  E já enfrentávamos diversos tipos de adversidades durante as viagens de rabetas, além do medo de assalto que poderia acontecer a qualquer momento,  também havia a circulação de grandes embarcações, o que provocava  fortes maresias, causando impacto no fundo da rabeta, balançando bastante a embarcação, o que poderia acabar em naufrágio. E o que é interessante, é que esses tipos de embarcações são bastante velozes e muito utilizados nos rios da Amazônia. Além do que, com a velocidade, às vezes,  muito encostado a beira da água,  provoca a destruição dos barrancos de areias , aquilo que conhecemos por erosão. Geralmente,  a duração das viagens era de duas horas, ou uma hora e meia, mas esse tempo dependia muito da maré, se era a favor ou se era contra e por aí vai...! Foram vivências importantes que adquiri  nessas andanças pelo SOME.



Vale ressaltar o conhecimento e a perícia dos ribeirinhos que pilotavam essas rabetas , pois quando passavam as grandes embarcações que  provocavam as  grandes maresias , ou os “banzeiros”, na linguagem amazônica, era com habilidade que contornavam e dominavam a embarcação evitando o que poderia ser um acidente, como virar o casco da rabeta ou outra situação que poderia causar um trágico acidente, como aconteceu com o professor Nilton Rodrigues. 



Portanto, os ribeirinhos enfrentam essas situações diariamente e como precisava de seus serviços, através de alugueis semanais, enfrentava  também essa rotina de insegurança e perigo . Vale ressaltar o intenso fluxo  de embarcações nos rios, aumentando ainda mais os riscos , sem contar que quando estão paradas , essas embarcações, não param de balançar e,  dependendo da maré dos rios esse movimento não deixa de ser outra preocupação para os navegantes. A quebra de motor é outro fator que faz com que os ribeirinhos tenham problemas sérios, já que precisam desse meio de transporte vinte quatro horas por dia.  



É preciso ter um espírito aventureiro e guerreiro e  muita coragem para os enfrentamentos que nós professores do SOME, essa importante política pública educacional,  que funciona nos interiores do estado do Pará dirigida ao ensino médio, para enfrentar o deslocamento das cidades para as localidades nas quais desempenhamos nossas atividades. Não nos consideramos heróis e na verdade,  só gostaríamos que nossos governantes soubessem valorizar esse empenho dedicado a tão nobre missão!!!!


Texto: Ribamar Oliveira (Professor e Blogueiro)

Revisão textual: Flávio Filho (Professor do SOME)

Crédito da imagem: Maria Antônia Gonçalves.(Profa. do SOME)

Localidade: Baixo Anapu - Igarapé Miri - Pará - Brasil.

Data: 17/09/2020.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Retorno às aulas - SOME









Olá, gente!                                             


🔴 AO VIVO!

                             

                                                                                 

No dia 11 de setembro de 2020 (Sexta-feira) às 17 hrs, temos um encontro marcado.


Retorno às aulas - SOME é o tema do nosso bate-papo com os convidados.           

                    

 Vamos conversar com os Prof. Nery Azevedo, Profa. Rainilza Rodrigues, Prof. Elói Nunes e Prof. Iran Monteiro.     

                 

  Mediador: Prof. Vinicio Nascimento                          

          

Transmissão pela nossa página no Facebook:    

                                                                                                                                                                      https://www.facebook.com/profvinicionasc                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            


 Esperamos vocês!                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

Prof. Vinicio Nascimento

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

RETORNO ÀS AULAS: UM CHAMADO À SENSATEZ.


 

O recuo por parte do Governo Helder para o retorno às aulas presenciais na rede estadual de ensino, conquanto parcial, é uma vitória de nossa categoria, por meio de seu sindicato, bem como dos demais movimentos sociais engajados na luta pelo direito à educação e à vida.



Apesar dessa inflexão, o governo estadual cedeu à pressão do setor privado mantendo a liberação para a retomada das atividades presenciais nesses estabelecimentos, jogando toda a responsabilidade da decisão para as prefeituras, que também deverão definir sobre o retorno da rede municipal, além do indicativo de retorno presencial da rede estadual em outubro.



Esse ardil eleva a pressão pelo retorno em todas as redes, sem que as redes públicas, e diversas escolas privadas, ofereçam as condições para um retorno seguro, especialmente nesse período prolongado de estabilização em alta dos casos de Covid-19 no Pará.



Qualquer decisão neste nível deveria vir precedida de um processo de queda consistente e contínua de casos, testagem para identificação e controle, garantias estruturais e sanitárias, com a construção/colocação de lavatórios próximos à entrada das escolas, distribuição de equipamentos de proteção individual – EPI’s a trabalhadores/as e estudantes, e insumos para a manutenção da assepsia mãos e de espaços escolares, somados ao distanciamento e ventilação adequadas.



Esse foi o teor da audiência com os Ministérios Públicos Estadual e Federal – MPPE e MPF. Aos/às fiscais da lei foi apresentado nosso documento (ver aqui) disponibilizado para nossa categoria.



Com o recuo do governo nesse momento, foi avaliado pela maioria dos/as Promotores/as e Procuradores/as que o instituto da Ação Civil Pública não se aplicaria nesse momento, não sendo descartada em caso de descumprimento das orientações por parte dos/as gestores/as públicos/as e privados/as.



Na rede estadual, o governo definiu pela retomada das atividades para terceiro ano de maneira remota, devendo os/as professores/as encaminhar materiais para a confecção dos cadernos de atividades.



Avaliamos essa medida como excepcionalmente necessária, por conta do não adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, e com isso o imensurável prejuízo aos/às estudantes da escola pública. O correto seria que o exame fosse realizado em maio, como apontou a consulta pública realizada pelo Ministério da Educação – MEC, mas não respeitada por este.



O cômputo das atividades para a certificação dos concluintes deve ser entendida também como excepcionalíssima, visto que muitos/as desses/as estudantes não conseguirão ter o acompanhamento qualitativo de aprendizagem, que obviamente está muito comprometido.



Contudo, se faz necessário reunir virtualmente cada escola, seu corpo gestor, técnico-pedagógico e professores/as, com tranquilidade e respeito, para readequar os conteúdos possíveis de serem abordados, bem como estabelecendo um tempo mínimo para o encaminhamento das atividades e reprodução de materiais.



Em havendo possibilidade, e de maneira dialógica, professores/as poderão encaminhar áudios e vídeos explicativos, para ajudar no entendimento das atividades, não devendo ser obrigatório realizar aulas online, especialmente por não haver formação e subsídios tecnológicos universalizados para nossa categoria.



Não devemos tolerar a política de ASSÉDIO praticada por diversos/as gestores/as nesse momento, o que necessariamente será combatido por nosso sindicato.



É necessário que a Secretarias de Estado de Educação – SEDUC, juntamente  com as secretarias municipais de educação através da União dos Dirigentes Municipais de Ensino – Undime, Conselho Estadual de Educação e conselhos municipais, assumam o debate da necessidade de realizar dois anos em um, readequando o calendário 2021, e muito provavelmente de 2022, apontando a suspensão desse ano letivo, mantendo-se as atividades de reforço e rotinas de estudo.



Dessa maneira, se procederia a renovação automática das matrículas, assumindo-se o compromisso de redução dos danos pedagógicos e educacionais irreversíveis, além dos riscos iminentes, se mantida a retomada das atividades neste momento.



Naturalmente essa proposta recebe a resistência do setor privado, mas que precisa ser enfrentado por toda a sociedade paraense.



Esta é uma decisão que precisa de debate, e só cabe a estadistas, efetivamente preocupados e comprometidos com seu povo.



Saudações a quem tem coragem!

 

Sem segurança, sem retorno!

 

Coordenação Estadual do SINTEPP

 

AGENDA:

PRECATÓRIOS DO FUNDEF EM DEBATE – Quinta (03/09) às 9h.

ASSEMBLEIA GERAL INTERATIVA – Sexta (04/09), às 9:30h.

Ambas pelo Facebook/SinteppEstadual


Fonte: Sintepp.org.br