Valdivino Cunha da Silva*
Esse partido, aliás, as elites,
entre elas política, midiática e financeira, representada pelo PSDB, ainda não
se contentou com as perdas nas últimas eleições, seja para o ex-presidente Lula
por duas vezes consecutivas e repetindo a dose agora com a Presidente Dilma.
Ele não quer de forma alguma aceitar o resultado das unas e quer a qualquer
custo derrubar o governo eleito democraticamente vindo agora com essa história
de impeachment.
Um dos argumentos utilizados para
o tal impeachment recorrem ao período em que ela foi Presidente do Conselho de
Administração da Petrobrás, Naquele período, ela teria praticado crime de
responsabilidade ao não impedir, enquanto Presidente do Conselho de
Administração da Petrobrás, que ocorressem desvios de dinheiro.
O PSDB ataca em duas frentes, uma
política e a outra jurídica. Na frente política ele recorre àquela máxima de
que cada vez pior, melhor. Aliás, ele, o PSDB, não sabe fazer oposição porque
não tem base popular, sua oposição é uma oposição “gravetada” que não lhe dar
sustentação.
Do ponto de vista legal, ele ouve
inúmeros juristas, todos das fileiras do partido que esquece a jurisprudência,
além da neutralidade e objetividade pregada pelo sociólogo francês Emile
Durkheim. Eles sabem que a coisa não é tão simples assim. Aposta na ignorância
das pessoas e no oba-oba.
Não sou jurista nem advogado, mas
eu e muita gente que tem um pouquinho de conhecimento sabemos que a derrubada
de um Presidente só se dá entre outros crimes, pelo crime de responsabilidade,
o que não se aplica à Presidente, pois, naquela época ela era Presidente do
Conselho de Administração da Petrobrás, e não da República Federativa do
Brasil. Neste caso, as acusações devem ser submetidas ao Congresso Nacional,
assegurando-lhe ampla defesa.
O PSDB também finge não saber que
a PETROBRAS é uma empresa de economia mista, a exemplo do Banco do Brasil,
portanto, não é um órgão da Administração Direta, e sim uma sociedade de
economia mista de capital aberto, com acionistas e tudo mais. A nomeação de um
diretor não fica a bel prazer da Presidente, o veredito final neste caso, quem
dar é o Conselho de Administração.
Não estou aqui defendendo a
falência, a depredação, a aniquilação ou roubo do dinheiro e do patrimônio público,
muito pelo contrário, acho que se alguém roubar tem mais é que pagar e devolver
tudo que usurparam, o que não concordo é vê um partido que tem um passado
envolto em corrupção, encampar a bandeira da ética e da probidade achando que
todo mundo é idiota.
* Professor de Sociologia do SOME, da Seduc/Pa.