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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

São Joaquim de Ituquara (Baião) : História e Memória - Parte I







Pesquisa parcial realizada pelos alunos do primeiro ano e segundo ano do ensino médio, que são matriculados no Sistema de Organização Modular de Ensino -SOME, durante reposição de janeiro de 2014, na localidade de São Joaquim de Ituquara, no município paraense de Baião, sobre alguns temas da comunidade, tendo como recurso metodológico a história oral. 


HISTÓRICO 


De acordo com os dados pesquisados junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE apontam que pela Lei Municipal Nº 1091, datada de 21 de junho de 1990, foi criado o Distrito de São Joaquim de Ituquara, tornando-se anexo ao município de Baião, o qual permanece até hoje. A partir de 01 de julho de 1995, juntamente com Joana Peres e Baião tornam-se Distritos constituídos.




Para os pesquisadores Carlos Alberto Gaia Assunção, Erivaldo Sanches Cruz, José Paulo Gaia Assunção e Miguel Rodrigues Pinheiro que nos forneceram a maioria das informações aqui escritas, a organização sócio-político da Vila de Ituquara, o nome da Vila não tem uma origem certa, o que se tem são algumas possibilidades. Entre elas, atribui-se a chegada de um imigrante pernambucano e sua família no final do século XIX de nome Joaquim, daí a homenagem ao Santo de adoração do primeiro morador dessa localidade. Outra explicação, segundo os pesquisadores, coleta feita aos moradores antigos diz que uma prática comum dos moradores, seria o modo de lavar roupas na beira do Rio Tocantins. Em conversa na, hora da lavagem entre duas senhoras uma teria dito “eu lavo e tu quaras”, surgindo aí à denominação de Vila Ituquara. Tudo isso fazem parte do folclore dessa localidade, aliás, o Pará é um estado rico em lendas, histórias e “causos” como esta narrada acima.


O Distrito de São Joaquim de Ituquara é dividido em duas partes. A primeira que deu origem a comunidade, ficando na margem direita do Rio Tocantins, é mais conhecida como parte “Baixa” de Ituquara. A outra, mais conhecida como parte “Alta”, já urbanizada, com grande fluxo de pessoas e serviços.

EDUCAÇÃO

A educação é um aspecto crucial no desenvolvimento de qualquer sociedade, principalmente em nossa comunidade, onde já obtivemos várias conquistas e vitórias, através de algumas modalidades de ensinos, programas e projetos beneficiando os moradores da zona urbana e moradores da zona rural; assim como os que moram nas ilhas e ribeirinhos.



Para o Professor de Sociologia do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME Pedro Diono Campelo de Carvalho “A educação melhorou sensivelmente para você ter uma ideia, só tinha até a oitava série, pelo menos até quando eu estudei aqui, e agora já temos o Ensino Médio Modular”. Quando relata sobre a educação de tempos atrás em Ituquara, diz: “A educação no Ituquara, antigamente, vamos imaginar dois períodos onde existia uma carência de formações de professores e, em outro período onde os professores começam a se formar e melhorar a educação. Contudo a educação no Ituquara referente ao antigamente não era muito diferente na maioria das comunidades da Amazônia, a carência de professores qualificados, baixa qualificação de alunos, falta de carteiras nas escolas, não existência de computação. Eu acredito na educação de antigamente nos aspectos de valores, respeito pelas pessoas, mas para vocês terem uma ideia, os professores de quinta série, davam aulas para alunos de quarta série”. E aborda que “A educação melhorou sensivelmente para você ter uma ideia, só tinha até a oitava série, pelo menos até quando eu estudei aqui, e agora já temos o Ensino Médio Modular, de lá pra cá a educação melhorou bastante, vários professores com muito esforço se qualificaram no ensino fundamental, temos professores de qualidades no Ensino Médio Modular. O governo federal estabeleceu uma regra, que estava contido no Plano Nacional de Educação, que é de qualificação, os professores que estão na sala de aula tem que ter nível superior”.

E continua: ”Eu não lembro a data mais se eu não me engano em 2017 a 2020 todos os professores que estão em sala de aula tem que ter nível superior”.

                                                             
Já o Professor Wilson Fernandes de Almeida, diz que a educação de antigamente em Ituquara era “Apesar de rígida e severa, era muito importante para o aprendizado do aluno e, concedia ter responsabilidade e conseguia aprender e tornava-se um estudante de qualidade”. E continua: “Hoje em dia, eu vejo uma educação de má qualidade em todo o Brasil não é que seja pelos professores, eles levam o ensinamento, mas os alunos tem pouca vontade de aprender, os alunos salvos alguns que tem interesse, os demais fazem que aprendam, mas não aprendem e com isso os professores fazem que ensinam, mas não ensinam”.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Imagens dos educadores do SOME



Algumas imagens que retratam o trabalho desenvolvido pelos trabalhadores em educação, lotados no Sistema de Organização Modular de Ensino -SOME. Projeto gerenciado pela Secretaria Estadual de Educação do Pará, que este ano completará 34 anos. 


Apesar de não receber muitas condições no trabalho, onde  os professores atuam nas 444 localidades, por parte do governo tucano, como falta de transporte escolar, escolas sem as mínimas condições de funcionamento, inclusive algumas funcionando em barracões, falta de carteiras escolares para os alunos, falta de convênio entre prefeituras e governo estadual, algumas localidades falta de moradia entre outros. Os educadores recebem apoio das comunidades por onde passam, além das relações "familiares" entre eles, o que faz a diferença. 


Outra diferença, que faz nesses trinta e quatro anos de SOME, são os projetos desenvolvidos pelos educadores nas localidades, como: Seminários, Feiras Culturais, Semanas com eixo temático, Pesquisas das diversas disciplinas, Oficinas, Jogos escolares, Torneios envolvendo comunidades, Formação para professores, Encontros Estudantis e Cursos preparatórios. Muitos desses projetos de intervenções tornam-se fundamentais nas localidades e municípios, onde muitos permanecem nos calendários escolares e do municípios.

























sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Massacre aos trabalhadores públicos do estado do Pará








Os trabalhadores públicos do estado do Pará paralisaram, ontem, em função do não cumprimento dos acordos por parte do governo do estado e decisões que mexem com bolsos dos servidores. Este governo que representa uma parte da oligarquia estadual, através do governador Simão Já Teve.





A paralisação serviu como advertência, já que o governo decidiu entre suas medidas fazer cortes que influenciará na implantação dos Planos de Cargos Carreira e Remuneração (PCCRs), logo atingirão diretamente os trabalhadores, que atuam servindo o estado.


A paralisação foi significativa em boa parte dos órgãos públicos. A concentração foi na Praça do Operário, em São Braz, saindo em passeata até o Centro Integrado de Governo – CIG, com a participação de aproximadamente mil pessoas.






Em reunião com o governo, os trabalhadores decidiram até o dia 20 de fevereiro o prazo por uma resposta, senão fica acenada a possibilidade de greve geral das diversas categorias.



A organização e mobilização da paralisação contaram com a participação de diversas associações e sindicatos; além de apoio de várias centrais sindicais, como: Central Única dos Trabalhadores – CUT e Central dos Trabalhadores do Brasil – CTB. Os trabalhadores da educação, cultura, saúde, segurança, meio ambiente entre outros estão estruturados, mobilizados e organizados para mais esse enfrentamento com o governo. Vamos para luta.



                                  



Imagens: Cristina Leão.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

A gente não quer só dendê


                                                                           Valdivino Cunha da Silva*

Talvez esse não seja o local mais apropriado pra essa modalidade de escrita, mas é um local privilegiado é muitas vezes mal utilizado.  Vamos lá então.


Não é necessário ser cientista, ambientalista, agrônomo ou de áreas afins para entender os males que a cultura do dendê está trazendo ao meio ambiente e aos pequenos agricultores, notadamente aqueles que residem nos municípios que compõem o Nordeste Paraense ( Bujaru, Concórdia, Tomé-Açu, entre outros) além  Igarapé Açu,  Acará e Tailândia que se enquadram dentro de outra mesorregião paraense.


O que está ocorrendo nesses municípios é uma das modalidades de violência por parte do grande capital, que é o aliciamento financeiro. Estão praticando uma verdadeira afronta aos agricultores familiares e ao meio ambiente. São os cercamentos modernos, poderíamos classificar assim, pois trazem similaridades com os cercamentos que ocorreram na transição Canto dobrado: 1do Sistema Feudal ao Modo de Produção Capitalista, a diferença é que naquele tempo, a expulsão da terra se dava para a criação de ovelhas para a produção de lã, matéria prima para fabricação de tecidos, hoje se expulsa o agricultor para produzir dendê.


Aparentemente há “uma compra” e é aqui que está o problema, pois,  o capitalista vê a terra como uma mercadoria, mas para o agricultor, ela tem valor de uso e até cultural. Para o agricultor familiar que herdou um pequeno pedaço de terra de seus antepassados, a terra é a garantia de sua sobrevivência e das gerações futuras.


O valor que o capitalista oferece ao pequeno agricultor parece, num primeiro momento, um bom dinheiro e ele terminam se curvando ao capital. Efetuado a venda ele parte, via de regra, pra capital, Belém, ou à cidade mais próxima. Chegando lá se depara com uma nova realidade e percebendo que não vez um bom negócio, quer voltar, mas é tarde demais, já passaram cercas em sua ex-terra e as placas indicam a proibição de lá adentrar.


Consumada a “compra” em pouco tempo a flora, rios e igarapés serão destruídos impiedosamente. Inicia-se o processo de instalação da monocultura do dendê, a dendeicultura, visando a produção dos biocombustíveis ou biodiesel e o agronegócio se instala definitivamente como uma onda impetuosa que devasta tudo.


Estima-se que a área ocupada com essa monocultura já se aproxime dos 150 mil hectares. Como consequência de tudo isso, do ponto de vista econômico, temos, por exemplo, o aumento do preço da farinha ou mesmo do açaí e a instalação do agronegócio. Claro que não é só esse fator que contribui para o aumento desses produtos básicos  mas é um dado relevante. Os impactos sociais são incalculáveis. Quanto à questão ambiental, os igarapés, que são fontes de vida do agricultor familiar na Amazônia como um todo, estão desaparecendo velozmente, estão matando quase todos, muitos viraram apenas escoadores de produtos químicos maléficos ao ecossistema, sob as pontes não há mais igarapés, só vagas lembranças.



É necessário ações do IBAMA, Ministério Público, ministério do Desenvolvimento Agrário, Agricultores Familiares e Sociedade Civil, pois se nada for feito agora, em pouco tempo nada mais poderá ser feito.


                                                               * Professor do SOME - SEDUC/Pa.