Durante
minhas andanças pelo Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, política
pública gerenciada pela Secretaria Estadual de Educação – SEDUC, no Estado do
Pará, que atende os alunos matriculados no ensino médio, nos interiores que não
possuem o ensino médio regular, pude constatar que, até final da década de
1990, esta importante política pública para o desenvolvimento dos diversos
municípios onde atuava, em sua maioria, funcionava na sede dos municípios.
Durante a década de 2000, o SOME amplia sua
expansão atendendo as Vilas, lugarejos e comunidades que tinham demanda desse
grau de ensino.
No IV
módulo deste ano fui deslocado para concluir o meu circuito no município de
Almeirim, o que me fez ir atrás de informações sobre este município, enquanto
estava em Belém, a fim de conhece-lo melhor. Seria a primeira vez que eu iria
desenvolver minhas práticas educativas neste
lugar e, também, conhecer um município de muitas histórias. Apesar da chegada
do homem branco durante o período colonial na região, as atividades econômicas,
culturais e sociais da Tribo dos Tupinambás já vinham a bastante tempo sendo empregadas
no território. Inclusive, durante minha estada, percebi bastantes traços indígenas
no cotidiano da sociedade almeiriense, em especial, no linguajar corriqueiro.
Segundo pesquisas históricas de alguns estudiosos, os nativos ou primeiro homens,
estabelecem relações com os europeus a partir de 1498, portanto, antes da
chegada de Cabral ao Brasil e, depois, no século XVI. Com o surgimento da
Aldeia Paru, através da Congregação dos frades Capuchos de Santo Antônio, em
1620, prosperando com a participação efetiva dos primeiros habitantes da
região, denominados de Tupinambás, como ponto estratégico para os europeus,
entre eles, os ingleses e neerlandeses, e também como forma de segurança,
construíram o “Forte do Morro da Velha Pobre”, ao redor da Aldeia Paru, no ano
de 1623, sendo, posteriormente, destruído pelos portugueses. Com a consolidação
dos portugueses na região, foram construídos vários fortes, entre eles o “Forte
do Desterro”, atualmente o município de Monte Alegre, que possui um vasto
território sobre as pinturas rupestres.
Com
essas informações, iniciei o módulo no dia 20 de outubro de 1989, em três
turmas do 2º Grau, sendo o 1º ano já o ensino médio e as turmas do 2º e 3º anos
ainda com Habilitação no Magistério, turmas, com as quais, adquiri muito
conhecimento com trocas de experiências, já que, partes significativas dos
alunos dessas turmas, atuavam na educação do ensino primário. Havia algumas professoras que dominavam técnicas
pedagógicas que eu não conhecia, além de que o
município era próspero em termos econômicos, por ser um dos mais ricos no estado,
naquele período. Vale destacar que, só para se ter ideia, cada professor/a do
SOME recebia um salário mínimo a cada quinze dias, o que estimulava bastante o
profissional.
Lembro-me
do Prefeito Águila, do PDT, e do Secretário Municipal de Educação Itacelmo, que
davam bastante apoio ao Sistema Modular, mesmo sendo o último módulo. A nossa relação era muito estreita com a
Prefeitura e secretarias, até porque muitos assessores eram nossos alunos, que
estavam sempre disponíveis para aceitar nossos pedidos. Essa relação se dava
também nos diversos setores do município, assim como na saúde, Secretaria de
administração, Sindicatos, entidades e partidos políticos.
No
final do módulo, muitas despedidas, abraços e agradecimentos à equipe presente.
No ano seguinte, foi implantado o ensino regular; inclusive, fui convidado para
fazer parte da equipe de professores do município, mas não aceitei.
Texto: Ribamar Oliveira (Blogueiro)
Revisão: Prof. Carlos Prestes Trindade (Ex SOME)
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