Um dos fatos que desestruturou o
Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, foi a quebra do convênio que
havia entre as prefeituras dos municípios e a SEDUC, em 2003, quando ocorreu o
primeiro mandato do Governador Simão Jatene, que revelou-se um grande defensor
da extinção do Sistema Modular. Esse fato deu início a um período turbulento de
um tratamento indigno aos professores do SOME que tange ao quesito “habitação”,
sem se falar em outros aspectos de igual importância. Nesse período, houve
também por parte das prefeituras, a suspensão do repasse de um salário mínimo,
referente a ajuda de custo ao professor, durante a sua estadia na localidade.
Esses fatos possibilitaram que grande parte da infraestrura do SOME fosse
desmoronando, inclusive com a saída de grandes profissionais pertencentes ao
Sistema.
Antes de 2003, os
educadores e as educadoras, lotados no SOME, gerenciado pela SEDUC/Pa, se
deslocavam, na sua maioria, da “capital das mangueiras”, para desenvolverem
suas práticas pedagógicas, tanto nos municípios perto, ou mais próximos de
Belém, como também nos mais distantes, com o apoio da Secretaria de Educação, a
qual, às vezes, proporcionava passagens aéreas para os rincões do Estado, como
era o caso do sul do Pará. São Felix do Xingu é um exemplo desse fato. Com esse
conjunto de possibilidades, o professor tinha o mínimo necessário para que
tivesse condições de trabalho. Com esse desmonte do SOME, os convênios ficaram
apenas oralmente, o chamado “boca a boca”, o que não deu mais estabilidade para
a moradia do professor do módulo, o qual passou a vivenciar adversas situações,
até mesmo constrangedoras. Por exemplo, há casas em que faltam utensílios
básicos para o seu funcionamento como: cama, geladeira, mesa, entre tantos
outros que são indispensáveis para uma boa estadia na mesma, enquanto que
outras apresentam-se dignamente mobiliadas e possuem uma boa estrutura física.
Também há situações em que os professores tinham que dividir o pagamento do aluguel
da casa por falta da parceria com as prefeituras, assim como há situações em
que os professores do SOME tem que dividir o imóvel com os professores do
município, o que torna ainda mais difícil a situação, não só pelo número
excessivo de pessoas, como também por se tratarem de pessoas pertencentes a
esferas diferentes do executivo.
Nos anos anteriores a
2003, o quadro era bem diferente, pois a casa do professor do módulo se
igualava a casa de um médico, ou de um juiz, já que tinha tudo que uma casa
confortável requer.
Infelizmente, o que temos hoje é esse quadro incerto, em relação as moradias do professor do SOME, e até o apoio da comunidade já não é o mesmo de antes, quando a comunidade fazia de tudo desde o bom acolhimento do mestre, assim como a sua boa acomodação, que ali estava para levar a educação aos filhos da terra,
Quiçá, esse quadro
mude futuramente com o cumprimento por parte dos novos gestores municipais, do
convênio que existe e não é cumprido, e pelo restabelecimento da credibilidade
e do real papel do professor do módulo nas comunidades onde o SOME atua.
Texto: Ribamar
Oliveira, ex professor do SOME
Revisão: Professor Flávio
Filho, Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME
Professor Ribamar, além disso existe também a moradia de equipes de professores, dividindo algumas casas com as famílias. Sem levar em conta que nos professores temos que ter nosso espaço, onde possamos desfrutar de nossas privacidade.
ResponderExcluirAqui em Abaetetuba, eu particularmente só encontrei uma cama beliche em uma Comunidade apenas na localidade do Rio Sapucajuba.
O Estado assume os aluguéis das casas. Porém todas sem um mínimo de infraestruturas.
Tem equipes de professores que estão construindo ou fazendo reparos de banheiros e até pontes.
Penso que vão construir até escolas para funcionamentos do Some.