QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 2012
Mobilização cadastra voluntários
Professor José Gilson Matias (MEC), ministra palestra de
lançamento do PMSE
Os resultados positivos do I Encontro do SOME Pará/Amapá,
realizado em Santarém, no período de 15 a 17 de novembro de 2012 foi o
cadastramento de mais 12 mobilizadores voluntários, que se propuseram a
participar da criação do Comitê de Mobilização Social pela Educação do Sistema
de Organização Modular de Ensino (SOME), dos estados do Pará e Amapá.
O cadastramento foi realizado após a palestra de lançamento
do Plano de Mobilização Social pela Educação (PMSE), do Ministério de Educação
e Cultura (MEC), que foi ministrada pelo professor José Gilson Matias (foto).
Os cadastrados são: Maria Violeta de Freitas Alves, Gordiano
Santana Amaral, Olinda Rocha Alves, Cléia Corrêa da Silva, Graciete Tavares
Pinheiro, Maria Luiza Santos da Rocha, Elaíne Cristina Silva Carvalho, Alcilene
do Socorro Matos Ferreira, Ivonete Isacksson, Roberto Lino dos Santos, Silvania
da Silveira Sousa e Rosenilde dos Santos Mira.
O comitê está em fase de criação e terá como principal
objetivo mobilizar a sociedade pela valorização da educação e de expandir o
movimento, por meio do alcance de outras localidades e pessoas. Para participar
do COMITÊ SOME PELA MOBILIZAÇÂO SOCIAL é só entrar em contato através do
endereço eletrônico eladiocarneiro1957@gmail.com, para receber os informes
necessários, para a participação.
A formalização da criação do comitê do Ensino Modular está
programada para acontecer no II Encontro do SOME Pará/Amapá, que será realizado
no período de 5 à 7 de setembro de 2013, em Macapá, no estado do Amapá.
Interação - O MEC aponta o seguinte sobre como interagem os
integrantes do comitê: “...se ligam horizontalmente a todos os demais,
diretamente ou através dos que os cercam. O conjunto resultante é como uma
malha de múltiplos fios, que pode se espalhar indefinidamente para todos os
lados, sem que nenhum de seus nós possa ser considerado principal ou central,
nem representante dos demais. Não há um “chefe”, o que há é uma vontade
coletiva de realizar determinado objetivo (...) todos têm o mesmo poder de decisão,
porque decidem só sobre sua própria ação e não sobre a ação dos outros (...)
todos têm o mesmo nível de responsabilidade que se transforma em
corresponsabilidade na realização dos objetivos da rede (...) O poder, como a
informação, é de todos. (...) Numa organização em rede só pode caber a
participação livre e consciente de seus
membros [e a sua ação inicia] quando todos e cada um de seus membros começam,
por decisão própria, a se mover, a atuar”.
Postado por Eládio Delfino Carneiro Neto às 08:46 0 comentários
Protagonismo & Precarização
O professor Salomão Hage ministra palestra de abertura do I
Encontro do SOME Pará/Amapá
A palestra “Os desafios
do Ensino Modular frente às Demandas por Educação dos Sujeitos do Campo”
ministrada pelo doutor Salomão Antônio Muffarej
Hage (GEPERUAZ/ UFPA), foi a primeira atividade laboral do I Encontro do
SOME Pará/Amapá. Através dela, o professor situcionalizou a Educação do Campo
considerando duas vertentes: protagonismo e precarização (negação e violação de
direitos).
Primeiramente Salomão Hage faz uma abordagem histórica da
luta dos movimentos sociais, a partir da “Marcha das Margaridas”, que reuniu
100 mil mulheres trabalhadoras rurais de todo o país em Brasília, em agosto de
2011. Elas marcharam pelo reconhecimento das mulheres no desenvolvimento
sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
Ele falou também sobre o 18o Grito da Terra, que foi
realizado no dia 30 de maio de 2012, em Brasília, quando os trabalhadores do
campo sob a coordenação da CONTAG, que reúne 20 milhões de trabalhadores
rurais, 27 Federações de trabalhadores na agricultura e mais de 4 mil
sindicatos de trabalhadores rurais, manifestaram sua postura a favor de um
desenvolvimento rural sustentável e solidário. Na pauta do movimento questões
como: políticas agrícolas, reforma agrária, questões salariais e políticas
sociais.
Salomão discorreu também sobre os 10 mil trabalhadores,
povos do campo, das águas e da floresta, que marcharam em Brasília, no dia 22
de agosto de 2012, por terra, território e dignidade e pela Educação do Campo,
Indígena e Quilombola. O movimento pede a efetivação do Programa Nacional de
Educação no Campo – Pronacampo, que foi lançado pela presidenta Dilma Rousseff
em 20 de Março de 2012.
O Pronacampo prevê apoio técnico e financeiro aos Estados,
Municípios e Distrito Federal, para a implementação da política de educação do
campo, conforme Decreto n° 7.352/2010 e ações voltadas para o fortalecimento e
a melhoria do ensino nas redes existentes e ampliação de acesso a educação para
as populações do campo.
O professor doutor Salomão Hage, usou de estatísticas para
mostrar as desigualdades nas matrículas no campo para o Ensino Fundamental e
Ensino Médio. Os dados dizem que, para cada seis vagas nos anos finais do
Ensino Fundamental existe apenas uma vaga no Ensino Médio. No estado do Pará,
grande parte dos jovens do campo estuda no Sistema de Organização Modular de
Ensino (SOME).
Sobre o nome da Proposta – Para Salomão Hage, modular é uma
palavra que implica em ações estanques - se esgota na duração dos módulos e não
estimula a interdisciplinaridade, a interação entre os docentes, a
transversalidade dos conhecimentos. Além disso, ele diz que modular dá a ideia
de que o curso não é regular, pela rotatividade dos docentes e pela organização
dos módulos, porém, os estudantes têm aulas regularmente, o curso é contínuo e,
portanto, regular.
O nome modular também não estimula a integração com a
Educação Profissional e nem reflete as boas práticas que estudantes e docentes
realizam, mesmo nas condições adversas que enfrentam em determinadas
localidades.
Ele advoga também que é preciso ouvir os sujeitos:
professores, estudantes, gestores, pais e integrantes das comunidades onde as
turmas funcionam, para identificar as maneiras como que eles se reconhecem,
considerando seu pertencimento às diversas territorialidades existentes na
Amazônia Paraense.
Concluindo, Salomão orienta que o nome da proposta implica
na construção coletiva de sua identidade, pois as populações do campo
desenvolvem suas atividades produtivas de forma coletivizada, envolvendo todos
os membros da família, seja na agricultura, na pesca, no extrativismo, etc,
sendo esse, portanto um aspecto fundamental de sua constituição identitária,
que traz implicações diretas para o processo de escolarização.
Visitação – Para o palestrante a visita e o acompanhamento
às turmas são fundamentais, pois as escolas do campo no Pará encontram-se em
comunidades, vilas, distritos ou polos localizados a uma certa distância das
sedes dos municípios e as vias de acesso e os meios de transporte são muito
precários. Além disso o número restrito de profissionais e de viaturas da SEMEC
dificultam o acompanhamento às escolas, às turmas e aos docentes.
Sem a visita in lócus e o acompanhamento do processo
educativo que se desenvolve nas turmas, se torna difícil garantir a efetividade
da proposta.
Formação – Outro ponto abordado pelo professor Salomão Hage
foi sobre a formação contínua e valorização dos educadores, gestores e
servidores, para afirmar a proposta pedagógica e planejar as atividades
curriculares e de inovação a serem implementadas no campo. De acordo com
estatísticas do INEP/2011, o campo tem um total de 342.845 professores. Destes
160.317 não tem educação superior. Com ensino médio são 156.190 e com o Ensino
Fundamental são 4.127.
Operacionalidade – Com relação a referências operacionais
para o funcionamento das turmas, Salomão Hage, diz que os estudantes e
professores precisam sentir orgulho de estudar e trabalhar no meio rural e para
isso se faz necessário atender a um conjunto de requisitos básicos que
configure um ensino de qualidade, com ambiente pedagógico acolhedor,
estimulante, prazeroso e propiciador da aprendizagem. Para isso pede a melhoria
da infraestrutura das turmas, na lotação
dos docentes, no deslocamento e acomodação dos estudantes e professores, na
alimentação e recursos pedagógicos.
Além disso, a proposta deve afirmar a interculturalidade que
constitui os seus integrantes, a fim de fortalecer o pertencimento dos mesmos a
sua comunidade local e à Amazônia paraense.
Para encerrar ele diz que a nova proposta pedagógica e
curricular deve incorporar os avanços acumulados das experiências implementadas
pelos movimentos sociais, organizações não governamentais ou poder público em
suas várias esferas, como: Pedagogia da Alternância, EJA integrado à educação
Profissional (currículo integrado), ciclos de formação, que têm confrontado com
a seriação e sua hegemonia em termos de organização de ensino.
Postado por Eládio Delfino Carneiro Neto às
08:30 0 come
Fonte: http://modularnoticiassomepolodesantarem.blogspot.com.br/
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