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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A ARTE REFORÇANDO O PODER DOMINANTE

Na cultura egípcia, a arte parece retratar claramente as relações sociais vigentes. O estilo egípcio obedecia a uma série de normas rígidas, cuja adoção era obrigatória a todos os artistas. As estátuas, por exemplo, tinham que ter mãos sobre os joelhos, e os homens tinham que ser pintados com a pele mais escura do que as mulheres. Da mesma forma, cada deus possuía aparência rigorosamente estabelecida. Todo artista tinha, ainda, que aprender a arte da escrita, uma vez que os desenhos vinham acompanhados dos hieróglifos. Outro aspecto importante encontrado na arte egípcia é a frontalidade, pelo que podemos entender a representação da figura humana com toda a caixa toráxica voltada para o observador, de forma que a metade superior do corpo é sempre divisível em duas partes, inversamente simétricas, segundo uma linha vertical.

Segundo alguns autores, esta representação frontal está vinculada a um sistema de correlações que é definido em função do observador. Isto pode ser explicado pelo fato de a arte egípcia ser utilizada como propaganda de poder dos deuses e dos faraós, motivo pelo qual torna-se importante seu observador, uma vez que é para este que ela é produzida.

Esses autores salientam-se que as representações egípcias da figura humana apresentavam partes do corpo vistas sob ângulos diferentes, o que o autor compara à maneira de desenhar da criança. Assim, já que a cabeça era vista mais facilmente de perfil, era representada lateralmente, enquanto os olhos, diferentemente, eram desenhados como se fossem vistos de lado, eu seja, plantados de frente em uma vista lateral da face.

A rigidez e a importância dada ao observador, alvo de uma certa catequização através da arte, parecem caracterizar, claramente, uma sociedade em que a arte assumia uma função de manter relações dominantes, sendo a liberdade do artista completamente limitada. Nesta cultura, portanto, podemos ver a arte como forma de reforçar valores dominantes, como a importância do faraó, a hierarquia, a superioridade do homem sobre a mulher e por aí vai.
      

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