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domingo, 21 de novembro de 2010

AMAZÔNIA E SUAS OBRAS

Com as construções  das grandes obras na Amazônia é fundamental fazermos algumas reflexões. Neste texto adaptado da obra O Livro de Ouro da Amazônia de João Meireles Filho, pela professora Maria de Fátima Santos de Oliveira, para trabalhar com a 8ª Série da EEEFM "Maria Gabriela Ramos de Oliveira", no Conjunto Maguari.

Em se tratando das Usinas Hidrelétricas, a crescente demanda por energia vem principalmente da expansão do setor industrial com base mineral, especialmente o alumínio. Temos informações que há planos de construir 14 usinas na bacia do Araguaia - Tocantins. As grandes empresas de alumínio, entre as maiores consumidoras de energia do país  ALUMAR e ALBRAS, pretendem investir nas construções.

Considerando o gasoduto Urucu - Porto Velho, é intenção da Petrobras de construir dois gasodutos para transportar gás e óleo das reservas de Urucu, no Amazonas. Assim como sucedeu na abertura de grandes eixos de acesso, a maior ameaça é franquear para penetração de madeireiras inescrupulosas, garimpeiros e tudo o que isto tem representado de conflitos sociais, ameaças a povos indígenas e comunidades tradicionais, desmatamentos, queimadas,caça e etc. Entre os grupos indígenas ameaçados há grupos indígenas considerados vulneráveis, como os Apurinã, Palmari, Deni e Juma. Grupos ambientalistas comparam o potencial impacto do gasoduto ao de uma Transamazônica. A questão é: vale a pena levar uma fonte de energia mais barata a Manaus e Porto Velho em troca de grandes custos ambientais e sociais ?

Quanto as hidrovias, a Amazônia possui cerca de 25 mil Km de rios navegáveis. Além do próprio Amazonas, há 11 afluentes com mais de 1.700 Km sem um único obstáculo à navegação de médio calado. O destaque é para o Tocantins, o Madeira e o Tapajós. Há duas propostas de hidrovias na Amazônia. A primeira seria a hidrovia Madeira, de Porto Velho (RO) e Itacoatiara(AM), aumentando a navegação para o rio Guaporé, na divisa do Brasil com a Bolivia. A outra seria o Araguaia - Tocantins, cobrindo o sul do Pará e o norte de Tocantins, interligada à ferrovia de Carajás, que exportaria via Porto de Itaqui (MA). Ambas serviriam para baratear a soja do planalto central para o gado chique da Europa e Ásia. Há também a terceira proposta, no rio Tapajós.

Novos eixos rodoviários e asfaltamento de antigas rodovias, que seria uma estrada por mais precária que seja, é a maior ameaça que existe à floresta Amazônica. Abre caminho para a grilagem, a invasão de terra por posseiros, o roubo de madeira, o garimpo, resultando em desmatamentos, queimadas e todo tipo de depredação. Os estudos avançam e apontam que o asfaltamento de estradas aumentam o desmatamento, principalmente onde há reservas de madeira nobre.

Quanto as grandes minerações, a mineração de grandes empresas, a mineração industrial, é a maior geradora legal de renda e impostos da Amazônia no momento. São verdadeiras ilhas de prosperidade, cercadas de miséria e caos social e ambiental. Estas minerações surgiram durante a ditadura militar, receberam grandes incentivos fiscais e apoio em infra-estrutura ( estradas, portos, energia elétrica, aeroportos, ferrovia), sem o que jamais seriam instaladas. Estas foram criadas sem levar em conta as populações tradicionais e o impacto que trariam ao meio ambiente. O Programa Grande Carajás, tem influencia em uma zona com 100 mil Km quadrados, equivalente ao Estado de Santa Catarina. Nos grandes projetos só há espaço para as megaempresas. No caso do ouro, por exemplo, nove empresas controlam na Amazônia a quase totalidade da produção.           

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