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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

AMAZÔNIA: 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e suas Multivozes ( Lançamento de Livro)

 

Convite



Ontem, dia 17/08/2025, domingo, em Belém do Pará, na 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, foi lançado o volume III, da Coleção Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: o Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME. 



Convite



Livro produzido por ex-professores, ex-alunos, alunos, pesquisadores e professores do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME e organizado pela Professora Marina Costa, professores Sérgio Bandeira e Ribamar Oliveira, editor do Blog do Riba. O Volume III da coleção "Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: o Sistema de Organização Modular de Ensino" conta com a participação, além dos Organizadores, de Autores como Carlos Alberto Prestes, Flávio Figueredo Santos Filho, Agenor Sarraf Pacheco, Altelmara de Sousa Silva, Luciandro Tássio Ribeiro de Sousa, Tânia Suely Azevedo Brasileiro, Luiza Cardoso de Melo, João Paulo da Conceição Alves, Gevanildo dos Santos Silva, Auristeles de Sousa Silva, Edinilson Sérgio Ramalho de Souza, Cláudia do Socorro Carvalho Miranda, Iorque Garcia Filgueiras e Francisauro Fernandes da Costa.



Estande no Hangar



A 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes que começou no sábado e neste segundo dia, em um domingo ensolarado e alegre, logo nos foi enfatizado um ambiente para as inúmeras e diversificadas atividades, apresentações e livros à disposição dos leitores e leitoras que andam nos corredores procurando temas de seus interesses. Um evento grandíssimo e belo que faz a gente refletir o contexto de tanta peregrinação dos profissionais liberais, estudantes, pesquisadores,  escritores e público em geral.  Local de encontros e reencontros entre pessoas e amig@s! As imagens retratam a grandiosidade da 28ª Feira, no Hangar - Centro de Convenções.



Livros nas estantes


Ribamar Oliveira, Marina Costa e Sérgio Bandeira - Orgs.




Presença de amig@s e familiares no Lançamento do Livro



Jussara Sofia no Lançamento


Ilaci Júnior presente no Lançamento



Entrevista na Tv Educativa - 7.2





Autográfo para o leitor



Visão geral da Feira, ontem, pela manhã



Organizadores com leitor Alim


Organizadores com Prof. Gilberto Garcia e Neto


Organizadores com os Profs. Lucideia e Valdivino


Organizadores na arrumação do lançamento


Organizadores com Prof. Gilberto



Professores e leitores do Livro no lançamento


quinta-feira, 17 de março de 2022

Mães do SOME

 

                                                  * Danielle Figueiredo





Março é um mês de luta para lembrar de conquistas e direitos que temos conseguido, mas que também ainda temos ainda para garantir, e aqui exponho as conquistas ainda que precisamos lutar no campo da maternidade e sua relação no mundo do trabalho.


Nos últimos anos, temos tidos dentro da pauta do feminismo, o tema da maternidade, que ainda é um lugar bem espinhoso para se falar, uma vez que é feito de crenças construídas ao longo da história da humanidade, que perpassa por um determinismo biológico, que nos coloca condicionado a instintos biológicos maternais. Hoje, as discussões em torno da questão da maternidade, desconstrói essa ideia biológica exclusiva, e coloca em análise aspectos sociais, culturais e econômicos para entendermos de que maternidade é essa estamos falando e a partir de que contexto estamos querendo analizar. 


E, como uma mãe e professora, gostaria de poder me colocar no lugar de fala de uma mãe "modulenta", pois sou uma dessas mães há cerca de 4 anos (quase idade do meu filho). Mas antes disso, vamos aos significados da palavra “modulenta” pro leitor fora do ensino modular entender. Uma mãe "modulenta" é a que trabalha na educação do ensino médio rural durante 5 dias da semana, num período de 50 dias em uma determinada comunidade rural, aldeia, quilombo ou assentamento de algum município desse nosso estado. Muitas conseguem ir e voltar para suas casas, passar final de semana com seus filhos, parceiros e familiares. Contudo, outras mães modulentas passam, praticamente, módulo todo (50 dias) longe de seus filhos e familiares, tendo as vezes uns feriados prolongados pra ir “visitar” (isso mesmo, a palavra é visitar, por que essa mãe acaba muitas vezes virando visita de seus próprios filhos).


Em prol de garantir a educação dos filhos de outras mães, tem muitas professoras mães modulentas, deixando o conforto de suas casas, perdendo abraços de seus filhos e cônjuges e se ausentado de comemorações  familiares para se deslocar e atender in loco esses mais de 32 mil jovens espalhados por todo Pará, que estão residentes nessas 454 comunidades rurais, 29 quilombos, 44 aldeias indígenas e 24 assentamentos.


Não precisamos dizer, que é um trabalho árduo, doloroso e que requer que não romantizemos. Pois, estamos falando novamente de configurações da estrutura machista que se ramifica dentro do mundo do trabalho, e como isso pode ser sentida por nós professoras modulentas, que tem uma atividade laboral que perpassa pelo campo material (muitas delas são mãe solos, exclusivamente responsáveis financeiramente pelo sustento de seus filhos ou mães com companheiros que convivem juntos ainda, mas são a maior renda no seu grupo familiar, muitas vezes ajudando até parentes  como pais) e pelo campo subjetivo (a pouca ou ausência da divisão das tarefas domésticas e dos cuidados com filhos mesmo trabalhando a semana toda ou módulo todo, tendo que deixar esses filhos sob cuidados de pessoas de sua confiança, mesmo tendo um cônjuge e pai dos filhos morando com estes, e em casos de mães solos, o que vemos muitas vezes é ausência desse pai ou pouca participação na vida afetiva e financeira com estes filhos).


Diante disso, queremos dizer que para garantir direitos a educação desses jovens, há por trás toda uma lógica que se estrutura machista e patriarcal que invisibiliza no âmbito privado essas mães que mantém organizada suas casas ( e ainda são as únicas e/ou exclusivamente responsáveis) antes de seguir seus deslocamentos a lugares longínquos, a qual estas vão desempenhar outro papel, acumulando papéis, que são reconhecidos no âmbito doméstico e público.

 

É necessário que essa dolorosa e gratificante jornada de uma mãe "modulenta", seja pautada e refletida por nós professoras (mães ou não), professores e gestores em reuniões , planejamentos pedagógicos e encontros do SOME que discuta  os aspectos da maternidade no some e a influencia na nossa produtividade laboral.  Uma vez essa atividade laboral é realizada com sucesso, graças a  uma estrutura  patriarcal e machista que começa no âmbito privado e se prolonga ao âmbito público, a exemplo da licença maternidade das mães "modulentas", que segue sendo violada pelo poder público, com a retirada de sua gratificação durante o período que mais precisamos, seja por questões financeiras ou pelos alterações emocionais que os hormônios causam no puerpério dessa mãe. 


Que possamos garantir o direito de maternar no SOME com mais afetos, menos machismo e mais direitos as mulheres.


*Danielle Figueiredo é Socióloga e Professora do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME/SEDUC/PA.. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Sistema Modular de Ensino

 

           * Eulália Soares Vieira

 

A educação no Pará, a exemplo a educação em outros Estados, passa por profunda crise> fatos não faltam para provar isso!

 

O Pará, muitos desconhecem, é pioneiro em uma iniciativa que muito vem contribuindo para melhoria do ensino, sobretudo no interior do Estado: trata-se do Sistema Modular de Ensino de segundo grau, que já existe há 16 anos e vem rendendo bons frutos. Através de um trabalho itinerante, professores qualificados da capital, atendem a clientela de segundo grau dos municípios paraenses em que não há profissionais capacitados para tal.

 

Contribuindo para a formação de professores de primeiro grau numa perspectiva mais dinâmica e progressista, o Sistema Modular tem, ainda, aprovado muitos alunos nos vestibulares do interior e da capital, sem a necessidade de cursinho, oportunizando melhores condições de vida a esses interioranos.

 

Destaca-se, ainda, o trabalho desenvolvido pela maioria dos professores do Sistema Modular, que vai além dos limites de suas salas. São trabalhos sérios e de altíssimo nível, feitos junto aos professores de primeiro grau e à comunidade desses municípios. Cito alguns encontros de educadores, reciclagem nas diversas áreas de ensino, treinamentos para confecções de recursos didáticos alternativos, palestras sobre drogas, doenças sexualmente transmissíveis, feiras de ciências entre outras.

 

A partir de uma reportagem na revista “Nova Escola” sobre o Sistema Modular de Ensino, outros Estados e até países estrangeiros têm demonstrado interesses em copiar esse modelo alternativo de ensino de segundo grau.

 

É bom que se diga, que apesar de tudo isso, a Secretaria do Estado de Educação do Pará, vem fazendo cortes nos investimentos para este projeto, alegando que os gastos são mito grandes: de uns tempos pra cá, nós, professores do Sistema Modular, viajamos com pouco material didático, as passagens aéreas para alguns municípios foram cortadas, e o cerco continua se fechando!

 

Para mim, a maior responsável por toda a crise da educação brasileira ´é a ideia entranhada nas cabeças dos que planejam a educação, que consideram um gasto e não um investimento.

 

*Artigo publicado no Jornal O Liberal, em 31 março de 1997. A autora é formada em Pedagogia (UFPA,1987); Mestrado em Educação em Ciências (UFPA, 2008) e Doutorado em Educação (Universidade do Minho/UFAM,2016). Também é poetisa, palestrante na área de educação, escritora e trabalhou como professora do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME. Atualmente, funcionária da UFPA.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Leitores do livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O SOME (VI Parte)










Os últimos exemplares do livro publicado recentemente "Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino" estão a venda pelos autores e continuam com as entregas pra quem adquiriu. Na imagem acima, a Profª do SOME, Oneide Moraes, da URE de Itaituba, acaba de receber o seu e será uma leitora assídua.    






O mestrando de história, da UFPA, Prof. Anderson Rabelo, da rede pública estadual recebeu o seu exemplar das mãos de um dos Organizadores, o Prof. Dr. Sérgio Bandeira do Nascimento.




  


O Professor do SOME, Auristeles de Sousa, URE de Santarém, acaba de receber o seu exemplar.  Segundo o referido professor, diz o seguinte: "É uma honra tê-lo na minha pequena biblioteca. Uma leitura essencial para entender a maior política educacional do Estado".

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Construção da Casa dos Professores do SOME em Belterra: Uma história singular





 

Na figura 1 (1989), as ex Professoras do SOME: Marina Costa e Socorro Magno, juntamente com Jorge, ex aluno do SOME.


Na figura 2 (2020),  os ex professores do SOME: Glauco Filgueras, Marina Costa, Valderina Correa, Maria José Viana, Ângela Prata,   Rui Meireles, Daniel e Nonato Bandeira.


No ano letivo de 1988, equipes de professores ingressam na rede estadual de ensino, lotados no Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, política pública gerenciada pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará – SEDUC/PA. Deslocam-se de Belém, capital do Estado, para as localidades da Unidade Regional de Educação – URE, de Santarém, que envolvia os municípios de Aveiro, Fordlândia, Belterra e Mojuí dos Campos, formando um circuito.

 

Desde o início do referido ano, os professores que desenvolveram suas práticas educativas no município de Belterra, ficavam no abrigo dos professores em um prédio conhecido como “Unidade”. Apesar de possuir um espaço amplo, quarto grande com banheiro, entretanto, a “Unidade” não oferecia condições para moradia, não havia cozinha, refeitório, não havia mesa para beneficiar o trabalho do professor no exercício da docência, portanto, um complicador, segundo a ex Professora do SOME, Marina de Sousa Costa: “Além do mais ficava isolado, bem distante da escola. Como não tinha refeitório, os professores tinham que se deslocar para a  casa de uma senhora contratada para fornecer refeições”. Para chegar à escola andavam muito, já que não tinham transporte para buscá-los ou deixá-los. Vale ressaltar, que passaram algumas reivindicações, no ano 1988, porém, Belterra era uma base física do Ministério da Agricultura, portanto, era federalizada e suas demandas dependiam das decisões de Brasília, complicando burocraticamente para se tentar resolver algumas situações.  Da troca de ideias entre os professores e a comunidade escolar (estudantes, pais, lideranças sociais...), constatou-se a necessidade da obtenção da Casa dos Professores, mais próximo da Escola, sendo então, realizada uma campanha na comunidade para construção da residência.  Primeiro conseguiram o terreno ao lado da escola, era floresta mesmo, já no ano de 1989, consolidando a campanha Escola com a comunidade, de inicio um empresário fez doação de duas toras, a serraria se propôs transformar as toras em tábuas, conseguiram o transporte para buscar as toras nos ramais e entregar na serraria. Essas ações destacam a união e a participação da comunidade, entre pais, alunos, professores, amigos e comunitários em todo o processo, inclusive, na serração das madeiras, juntamente com um profissional da serraria, já que, só foi cedido um profissional; então, a comunidade participou efetivamente das atividades. Em forma de mutirão se deu o processo de construção da casa dos professores, que foi mais rápido, e posteriormente sua inauguração, com as equipes subsequentes se envolvendo, as outras equipes das outras localidades também participaram.

 

A imagem inicial é a foto da primeira casa quando foi inaugurada, tinha só uma porta e uma janela na frente, dois quartos e uma pequena cozinha, com banheiro interno. Importante frisar que os professores e alunos, foram para Santarém e receberam bastante apoio do comércio local, com doações, como material para o banheiro, material para cozinha, as pias, lâmpadas. Portanto sendo superada a situação da problemática da moradia dos professores.

 





Parte da equipe dessa época retornou neste ano (2020), à Belterra, numa visitação informal, mas intencionalmente programada para revisitar as memórias do SOME, portanto, 31 anos depois e fizeram o reconhecimento de que a Casa que construíram aumentou, já não pertence à Escola, sendo uma propriedade privada. Profª Marina Costa, que participou da equipe de construção da Casa, relembra que durante esse período, um escritor (Jayme Monteiro), fazia observações pela Amazônia, publicou em seu livro "À Margem do Tapajós" um capítulo inteiro sobre a Educação no Pará, com base nas observações que fez sobre as experiências educacionais do SOME em Belterra. Destaca o grande exemplo que a Amazônia representa para a "selva de pedra", que é São Paulo.





 

Importante ressaltar a equipe inicial de professores: Marina Costa, Socorro Magno, Marlene Teixeira, Eliana Reis, Safira Santos, Carlos Lima, Francisco Valente, Glauco Filgueras e Nilza, que já partiu.


Informante, revisão e credito de imagem: Marina de Sousa Costa, Ex Profª do SOME.


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Autores e Organizadores do Livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O SOME fazem doações para os IES






Os Autores e Organizadores do livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino  estão fazendo doações para as Instituições de Ensinos Superiores - IES do referido livro que se faz necessário como forma de serem incorporados aos acervos das bibliotecas públicas das Universidades e Faculdades, entre elas, Universidade Estadual do Pará – UEPA, Universidade Rural do Pará – UFRA, Universidade Federal do Pará - UFPA, incluindo a Escola de Aplicação do Núcleo Pedagógico Integrado – NPI, CENTUR, entre outras.


Na imagem acima, o Prof. Dr. Willame Ribeiro, Coordenador do Mestrado em Geografia da UEPA, recebendo o seu exemplar e outro doado pelos Autores e Organizadores para o acervo da Biblioteca do Programa do Mestrado. Segundo o Prof. Ribeiro o livro aborda temas que são debatidos tanto na graduação como na pós.

 

Quando os Autores e Organizadores do livro decidiram doar para o ensino superior, tinham como principal objetivo incentivar e estimular a consulta de um dos temas interessantes e importantes de uma das políticas públicas de inclusão social da Amazônia de educação voltada para os interiores do Estado do Pará, em que os alunos do ensino médio não têm oportunidade de estudar nas zonas urbanas e no ensino regular.


 





O Prof. Dr. Sérgio Bandeira do Nascimento, um dos autores e Organizadores do livro, entregando o da Profª. Ms. Antônia Brioso, do NPI, que também recebeu seu exemplar e doação de um para a Biblioteca da Escola e agradeceu bastante.


Como a leitura favorece o conhecimento do ser humano em vários sentidos, com o volume do livro nas bibliotecas proporcionará um mundo novo com visões críticas sobre educação, além de ampliar a compreensão das ideias.


Importante iniciativa dos professores da educação básica e ex alunos do SOME que não são meros receptadores e transmissores de conhecimentos. Agenor Sarraf Pacheco, Ana Célia Nascimento Morais, Ana da Conceição Oliveira, Cláudia do Socorro Carvalho Miranda, Cléia Maria Leão Gaia, Eulália Soares Vieira, Frank Carlos Corrêa de Araújo, Haroldo Rivelino Carvalho Miranda, Ilca Pena Baia Sarraf, João Gomes Tavares Neto, Jone Clebson Ribeiro Mendes, José Ribamar Lira de Oliveira, Manoel Viegas Campbell Moutinho, Marina de Sousa Costa, Sérgio Bandeira do Nascimento e Tiese R. Teixeira Júnior são os professores-pesquisadores que assumem a própria realidade escolar como objeto de curiosidade epistemológica e a problematizam em seu campo de atuação profissional – a Educação – sem prescindir de percebê-la em um contexto sócio, histórico e cultural dinâmico. Estão presentes no livro com relatos de experiências e artigos acadêmicos. 


Interessados em adquirir o livro, entre em contato com os Organizadores e Autores. Por aqui, faça seu comentário.


segunda-feira, 23 de março de 2020

Os velhinhos do SOME estão indo embora!




*Professor Valdivino Cunha













A frase acima foi dita por uma professora mais jovem do município de Bujaru. Era nosso último dia de aula do módulo lá em São Lopes. Já havíamos desocupado a casa e já estávamos partindo quando uma professora que ficaria na casa dos professores gritou lá de dentro:


- Os velhinhos do SOME estão indo embora! 


Eu, professores Lázaro, Ribamar, tia Bené (se não me falha a memória) nos entreolhamos e as  gargalhadas foram inevitáveis  pois a ficha caiu porque nós éramos os velhinhos que estávamos partindo. 


As palavras da professora  em tom de brincadeira tornaram-se depois proféticas tendo em vista algum tempo depois, alguns velhinhos já partiram “dessa pra melhor”, como é o caso da professora Bené, do professor Aluízio e mais recentemente, o professor Chaves. Eles deixaram pra nós suas experiências, suas amizades  suas marcas e suas particularidades. 


O professor Aluizio tinha como marca ser metódico, todo certinho e por isso mesmo fazia, como ele mesmo dizia, “ o melhor café do mundo”. Gostava de usar a frase   como é que pode! quando alguém saía dos trilhos. 


A professora Bené tinha como marca um cigarrinho inseparável. Também levava todos os “trecos” que iria precisar na casa dos professores, sem contar sua paixão pelo açaí no almoço ou no jantar, fino ou grosso, inverno ou verão, com chuva ou com sol. 


O professor Chaves, tirava barato com a cara de todo mundo. Quem nunca viu ele cantar versos da letra da musica de abertura da novela Escrava Isaura, para a professora Ray? Ele não apenas cantava (ilê, ayê, ylê, ayê, ailê, ayê) mas também imitava a dança(movimentando os braços em forma de L para frente e para trás). O bom de tudo isso é que a Ray por mais que quisesse lhe dá uns tabefes, sempre levou na esportiva essa encarnação do Chaves. Ele tinha um apelido para cada um de nós, por mais que não soubéssemos. Quanto ele estava junto, ninguém ficava quieto, havia sempre um motivo pra sorrirmos com as encarnações e palhaçadas dele 


Aos professores Aluizio, Bené, e Chaves, presente!


*O autor é Sociólogo lotado em Bujaru, pelo Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME -

SEDUC/PA.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Educação no campo: Trilhando no ensino do Sistema Modular (XI)







Orgulho de estar presente na defesa da Dissertação tendo como título "O Sistema de Organização Modular de Ensino: o estudo sobre as interfaces sobre a cultura vivida e o cotidiano escolar em Vila Cristal - Viseu/Pa", na linha de pesquisa Educação e Sociedade, da Professora Viviane Silva Pereira, na Universidade Federal do Pará, hoje pela manhã, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, tendo na banca examinadora o Prof. Dr.Carlos Jorge Paixão(Orientador e Presidente - Ufpa), Profª. Dra. Lúcia Isabel da Conceição Silva (Examinadora - Ufpa) e Profª Dra. Lucélia de Morais Braga Bassalo (Examinadora - Uepa)..    






A estrutura da dissertação da mestra e professora do SOME Viviane Pereira trata na Introdução sua relação com o cotidiano e influencia que fez se interessar pela formação de ciências. Aborda também como se deu sua entrada na maior política pública e inclusão da Amazônia estimulando através lado cultural como objeto de estudo através do SOME., inclusive, tendo a cultura como guia.para poder compreender melhor o seu trabalho, assim como pelos referenciais. Aborda também o caminho da investigação através do aspecto fenomenológico.  






Importante destacar o nível bastante elevado em sua linguagem e ordenações das ideias, chamando atenção e interesse dos membros da banca examinadora, proporcionando várias anotações em suas agendas.   Durante sua exposição, enfatizou seu interesse com o objeto de estudo através da cultura vivida, portanto, valorizando bastante a fala dos alunos. Ressalto, que é a primeira dissertação que tem o SOME como objeto de pesquisa, com enfase voltada para o alunado.






Em sua exposição cita alguns teóricos importantes que deram embasamentos em seus estudos sobre a cultura vivida, através da Sociologia Cultural e referenciais do cotidiano. 






Enfatiza o desbravamento etnográfico, através de seus percursos, assim como o empírico, o regresso a comunidade, da escola e dos participantes., como algumas categorias fundamentais para ampliar seu leque de conhecimento e suporte teórico. Digo, que é interessante ressaltar que a Professora Viviane Pereira é da área de Química. 







Trata um pouco do histórico do SOME, acrescentando a importância da itinerância para o projeto que vai até 2014, passando a ser uma política pública.






A Professora Viviane Pereira aborda dados importantes para literatura e educação no estado do Pará e na Amazônia. Quando por exemplo, trata de memórias, torna-se inédito também nas obras que falam sobre o SOME, fazendo a leitura de algumas falas dos alunos. 







Outros dados foram levados em conta pela expositora e depois pelos examinadores que fizeram algumas considerações em relação a dissertação e me chamaram atenção, entre eles, como frisou a Professora Lúcia Silva, que no Processo Seletivo Especial - PSE, da Ufpa,, 80% são alunos vindos do SOME.   






Parabenizo pela vitória, Professora Viviane Pereira, e agradeço pelo convite. Adorei, muito, mesmo!









































terça-feira, 31 de dezembro de 2019

RESGATE DA HISTÓRIA E MEMÓRIA DO SOME





Prof; Fabio sempre presente nas lutas da categoria




Por vários anos, a organização administrativa do ensino de Segundo Grau (Atualmente Ensino Médio) no nosso Estado ficou sob a responsabilidade da FUNDAÇÃO DE EDUCAÇÃO DO PARÁ - FEP, hoje extinta, surgindo a Universidade Federal do Pará – UEPA, em seu lugar. Na década de 70, durante a gestão do governador Tenente Coronel Alacid da Silva Nunes, alunos da então Vila de Marituba, hoje município da região metropolitana de Belém, concluintes pertencentes a diversos interiores do curso de Primeiro Grau (Atualmente Ensino Fundamental Maior), desejando dar continuidade a seus estudos, mas não tendo condições de arcar com os custos dessa continuidade em Belém, reivindicaram junto à base política aliada do governador que os atendessem com o curso de Segundo Grau sem ter que se deslocar para a capital. O governador então pediu à FEP que encontrasse uma maneira de atender a reivindicação das comunidades. A FEP que na época tinha à frente de sua Direção o Professor Manuel Campbell Mourtinho, criou equipes de técnicos, que se deslocaram até as comunidades para fazer as diagnoses das necessidades urgentes para atender os alunos e a alternativa encontrada pela equipe técnica foi através de blocos ou módulos de disciplinas da Grade Curricular do Segundo Grau.




O Professor atento nas intervenções da categoria



Uma equipe de professores permanecia na localidade por um determinado período de dias letivos (hoje são 50 dias letivos) ministrando um Módulo de determinadas disciplinas. Finalizado um período, outra equipe se deslocava para a comunidade para ministrar mais um Módulo de disciplinas, até que todas as disciplinas da respectiva série fossem ministradas durante o ano.



Encontro dos Profs do SOME, em 2010


Avaliação efetuada pela FEP concluiu pela viabilidade de se implantar o atendimento aos alunos das comunidades do interior do Estado com Ensino de Segundo Grau por Módulos de disciplinas; o que veio a ocorrer a partir da década 80 nas sedes dos municípios que ainda não tinham o ensino de Segundo Grau implantado.  



     




Em 2010, o Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME) atendia o ensino médio e fundamental a 98 municípios do Estado do Pará, que somava em 423 localidades, funcionando por meio de quatro módulos efetuados em cinquenta dias letivos, trabalhando blocos de disciplinas que durante o ano foram ministradas nas quatro localidades seguindo rigorosamente a matriz curricular que estava em vigor, sendo que foram realizadas ações pedagógicas, sempre valorizando o cidadão no campo e atendeu 32.000 alunos, que não precisaram sair de sua região para terminar o ensino médio e temos muitos relatos de Professores e Alunos que pertenceram ou pertencem ao Ensino Modular, assim como hoje que temos 465 localidades, sendo atendidas em 96 municípios, com aproximadamente quarenta mil alunos. Entre os relatos, temos a entrevista do educador Fabio Silva Pinto, lotado atualmente no município de Acará, concedida para o Blog do Riba, em 2010.








Segundo o Professor Fábio Pinto: “Entrei no SOME que coincide com minha entrada no Estado e foi minha primeira experiência em 1995, portanto 16 (25 anos atualmente) anos de Módulo, apesar de tido uma experiência no regular, sempre estive ligado ao Módulo, que na época era vice-diretor da Escola Maria Gloria Paixão, no município de Jacundá, com 18 turmas e assumia a Coordenação do Sistema Modular, no período de 2001 a 2003”.






Uma das perguntas para o informante relaciona aos anos de experiências e o que marcou em sua trajetória: “É uma experiência única e impar na vida de um educador principalmente quando se trata do conceito de diversidade, o que mais me marcou é a diversidade que nós temos no Estado, existem as similaridades da cultura de modo geral, mas pelo fato de sermos uma região de fronteiras de deslocamento de pessoas é um atrativo muito grande, nesses 16 anos (2010) tive oportunidade de ter contato com culturas diversas, valores diversos ao mesmo tempo, sonhos e necessidades diversas da população já que aqui temos gente de todo o Brasil. Principal marca é a diversidade que nossa região acolhe, pra mim tem sido a situação de fundamental aprendizagem, que quando entrei no Estado era recém-formado ai se depara não só com a diferença geográfica, mas diferença social, econômica e cultural, ai soma é o maior ganho que a gente tem tido e o Sistema Modular da oportunidade de enriquecimento enquanto pessoa a partir dessa diversidade que a gente tem alunos, diretores, serventes e a comunidade de modo geral”.



Outra questão que foi perguntado ao entrevistado fui Eu até fiz está pergunta no Programa SOME e a COMUNIDADE, da Rádio Web SEDUC, o Modular não trabalha só com conteúdos, porém, também desenvolve projetos nas comunidades. Que tipos de projetos você participou ao longo desses anos? “A nossa experiência no Modular se divide em dois momentos bem específicos: Que quando trabalharmos no tempo do Curso de Magistério, com Formação de Professores desenvolveram projetos sobre a estrutura da organização escolar, o primeiro dele foi à discussão sobre a implantação dos Conselhos Escolares, como você sabe no Sistema Modular; além da sala de aula o compromisso dos professores de trabalhar é uma de suas marcas principais desenvolverem projetos, não só com alunos, porém, também com a comunidade em geral. Nesse período do Curso Magistério, tínhamos como atividade básica a discussão sobre o Conselho Escolar, até porque hoje é uma exigência, já que existe financiamento direto para as escolas, mas antigamente não existe essa cultura de Conselho Escolar e a gente trabalhou muito em cima disso e nesse segundo momento que consideramos que estamos vivendo no Módulo, através das disciplinas Filosofia e Sociologia desenvolvemos muito sobre organização comunitária como o Projeto de Elaboração, Execução e Avaliação de Projetos Comunitários, isso faz parte tanto da linha de liderança como da linha de formação ilimitada, trabalhando a formação de grêmios estudantis, da organização da categoria estudantil no interior do Estado e nós percebemos que temos muitos valores e pessoas com a capacidade de liderança, e às vezes não tem percebido isso e aproveitamos através da disciplina Sociologia, já que temos um conteúdo chamado Movimentos Sociais, trabalhando nessa linha, com a formação de lideranças estudantis no interior do estado, através da Filosofia e Sociologia”.



 E continua enfatizando, o SOME e sua importância nos interiores, como foco principal: “Estamos resgatando, Prof. Ribamar, essa prática de envolver a comunidade nos projetos, houve, felizmente em Acará, o primeiro evento em comemorações dos 30 anos (2010) do SOME e percebemos que ela se encontra disposta, a comunidade anseia por esse tipo de atividade, como coloquei na mesa que fiz parte no debate, já que o forte do Sistema Modular é a ligação escola/comunidade e a gente percebe que são tantas necessidades e tantas demandas que esses projetos faz com que essas comunidades percebam que são agentes de mudanças, de transformação e a aceitação é muito grande, infelizmente, nós tivemos uma paralisação neste tipo de atividade até pela desobrigação que o Estado colocou o município de 2003 a 2006 com o governo passado dos tucanos com a descentralização e a paralisação da parceria entre Estado e município e então as comunidades ficaram desobrigadas e desinteressadas neste tipo de atividades, mas estamos retomando a essa prática, que é importante e serve como ferramenta para uma educação de qualidade e melhor. Só para se ter ideia, no encontro em Acará à participação dos pais dos alunos, dos alunos, corpo técnico e administrativo; assim como corpo docente e servidores foram fundamentais para a realização do evento. Até os pais dos alunos e alunos disseram: Há quanto tempo não tinha acontecido um evento dessa natureza. Esse tipo de ação é que sentimos as necessidades e as demandas e que momento deveu intervir detectando os maiores problemas e com isso a comunidade percebe seu potencial, com uma aceitabilidade muito grande. E a tendência é que com a descentralização aconteça com a mobilização das comunidades que tem a verdadeira visão de suas demandas”.




Com a última entrevista do ano de 2019, com o Educador Fábio Pinto, que atua 25 anos no Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, o Blog do Riba e sua equipe de apoiadores e colaboradores tem Gratidão, já que é difícil expressar essa homenagem, para agradecer e desejar a todos seus leitores o carinho de dedicação e tempo para acessar o Blog.




Queremos desejar a tod@s um excelente final de ano e que possamos fazer de 2020 a construção de uma sociedade melhor, feliz e cheia de esperanças, através das lutas com vitórias e conquistas. Abraços e felicitações fraternas a tod@s.



Blog do Riba