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quarta-feira, 30 de julho de 2025

“Someando nas águas marajoaras”

 

 

           Levando em considerações que percorrer diferentes regiões do Estado do Pará faz parte das atribuições de determinados profissionais que se deslocam geralmente da capital do Estado para municípios e localidades. Percebemos que, no entanto, esta é uma profissão que, em geral, não recebe grande reconhecimento da sociedade em geral. Podemos apresentar a seguir, que serão feitas considerações relacionadas às viagens desempenhadas por profissionais dessa categoria no Pará, que são, em sua maioria, dos educadores do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), política pública gerenciada pela SEDUC/PA, que atende os filhos dos extrativistas, assentamentos, ribeirinhos, quilombolas, pescadores, camponeses, indígenas, ramais, estradas,... Esses educadores atuam durante toda a semana nas localidades em equipe, desenvolvendo tanto atividades pedagógicas em sala de aula quanto projetos de intervenções adaptados à realidade local, seja na comunidade ou na Escola de funcionamento dessa política pública. O SOME tem como objetivo ampliar o acesso dos alunos do ensino médio e do ensino fundamental da rede pública estadual. em colaboração com os municípios.

  

 

          O deslocamento dos educadores do Sistema de Organização Modular de Ensino é realizado por via marítima e terrestre, já que desde 2003 a Seduc deixou de oferecer transporte aéreo devido à centralização das escolas-polo. Isso faz com que educadores ainda enfrentem viagens longas e arriscadas, como a travessia para municípios da ilha do Marajó, onde o uso de embarcações é essencial, especialmente entre julho e dezembro, período de ventos fortes e maresia. Logo, essa situação acarreta riscos significativos para os docentes, tema que será detalhado em seguida.

  

          Vejam aí, durante uma travessia para um município marajoara, o barco atrasou cerca de duas horas devido ao mau tempo, partindo somente quando o comandante considerou seguro.  A travessia foi difícil, com o barco enfrentando tempestades e muita instabilidade, causando preocupação entre os passageiros, especialmente idosos. Apesar das condições perigosas, conseguimos chegar ao destino após oito horas de viagem pela baía. Essas viagens pelas ilhas do Marajó são sempre desafiadoras, especialmente para quem depende delas para trabalhar nas localidades ribeirinhas da região e adjacências.

  

          O retorno não apresentou grandes diferenças em relação à ida; saímos por volta de 1 hora da manhã, aguardando o tempo melhorar, pois as condições estavam ruins e enfrentamos bastante maresia durante o percurso, tinha momento que sentia medo, vinham tantos pensamentos, lembranças, deduzindo que poderia acontecer coisa pior. Com o passar do tempo, nos acostumamos com essa situação, apesar dos riscos conhecidos, e conseguimos manter um certo controle emocional, além de cuidar dos ocupantes da embarcação. Chegamos a Belém do Pará quase às 9 horas da manhã, todos ainda sob tensão, e o descanso foi difícil, já que mesmo com as redes atadas, era complicado dormir devido à preocupação e ao constante balanço da embarcação. Apenas ao chegar ao Porto da Estrada Nova foi possível sentir um alívio e a certeza de que tudo ocorreu bem e fui correndo para os braços dos familiares.


sábado, 30 de abril de 2011

História de Vida/relembrando a História de São Sebastião da Boa Vista

Tendo o projeto sob a coordenação do Professor Adriano Mesquita de Souza, do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME e a produção dos alunos das turmas da 1ª e 2ª série do ensino médio de São Sebastião da Boa Vista, do IV módulo de 2002, foi executado sob o tema História de Vida/relembrando a História de São Sebastião da Boa Vista.

Segundo o projeto, na apresentação o referido trabalho buscou-se resgatar a memória quase esquecida, a cultura típica de uma região ofuscada pela tecnologia dos modernos meios de comunicação, bem como a valorização dos verdadeiros atores da História do povo paraense.

Entre seus principais objetivos: incentivar os alunos a conhecer novas práticas do ensino da História através da pesquisa; despertar que o ensino da História é mais interessante quando seu conhecimento é produzido pelo próprio alunos e contribuir para uma formação crítica da realidade local, através da investigação.

Segundo o projeto, as origens históricas do município são inexistentes em documentos oficiais, pretendendo dar-se a sua primeira povoação nos idos tempos coloniais, porém, comenta-se em trabalhos de pesquisa que as primeiras lembranças são do ano de 1758, apresentando-se como Freguesia da Presidência de Mendonça Furtado, que deu-lhe esse nome em homenagem ao Santo São Sebastião.

Em 1872 foi-lhe concedido o título de Vila, passando a município no ano de 1873, sob a presidência de Possidônio Rodrigues de Manfredo, A partir de sua fundação até o ano de 1943, esse município ficou alternando,ora deixando de ser município ora passando a ser município.

Situa-se no sul da ilha do Marajó, as margens do rio Boa Vista, com uma área de 1576,4 Km², com 15.804 habitantes(ano de 2000), passando a ficar mais movimentado quando acontece as festividade em homenagem a São Sebastião, no mês de janeiro e no mês de setembro, por ocasião do Festival do Açai, quando é apresentado todo potencial gastronômico do município, tendo como carro chefe da culinária, o tradicional camarão com açai.

As manifestações culturais e religiosas no município é bastante forte, ora seus habitantes procuram manter suas origens através dos grupos parafolclóricos, apresentando danças e músicas baseadas sempre na história e lendas marajoara. O artesanato, também é marcante com destaque para as peças confeccionadas a partir da tala de miriti, que através das mãos do caboclo marajoara ganham formas de chapéus,cestas,tipitis,peneiras e o matapi.

São Sebastião é uma cidade bela e amada pelos seus filhos, sendo chamada carinhosamente de "Veneza Marajoara".

    

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DALCÍDIO JURANDIR


Em 2004, a Professora de História Maria de Fátima Santos de Oliveira, da Escola Estadual Fundamental e Médio “Maria Gabriela Ramos de Oliveira”, em Belém- Pará , apresentou na Universidade da Amazônia ( UNAMA), a monografia intitulada “ EDUCAÇÃO NO GRUPO ESCOLAR BARÃO DO RIO BRANCO: Um olhar de Dalcídio Jurandir”, para obtenção do título de Especialista em História da Amazônia .

O presente estudo tem como objetivo central refletir sobre procedimento ensino- aprendizagem na Escola Estadual “Barão do Rio Branco”, frente aos desafios propostos pelas abordagens teórico metodológicas das diversas áreas de conhecimento presentes nas prescrições curriculares em vigor.

Dar voz aos alunos e professores através de sua vida cotidiana escolar, constitui relevância desta pesquisa, que buscou na análise da coleta de dados identificar mudanças nos paradigmas da educação .Portanto, no decorrer da pesquisa, a abordagem sobre a educação percorre caminhos diferentes do tradicional, melhor dizendo, “uso a literatura para fazer diálogo com a História possibilitando a discussão entre o fato histórico e o fictício .A educação escolar do século XX, será analisada através das narrativas de Dalcídio Jurandir, na obra Passagem dos Inocentes(1984) e para sinalizar a educação atual, tomo por base o que dispõe a Pedagogia das Competências”.

E continua “o que motivou a escolher este tema foi à importância de um estudo referencial para conhecer o cotidiano do Grupo Escolar ‘Barão do Rio Branco’, no Século XX, Escola que foi palco da vida estudantil de Dalcidio Jurandir, nos anos de 1922 a1924. Na obra Passagem dos Inocentes, Dalcidio fez do Alfredo, personagem principal, e, portanto, o porta – voz dos alunos”.

Este trabalho está dividido em dois capítulos. No Capitulo I, procurando dar voz ao aluno, uso as narrativas de Alfredo, o aluno que vem do Marajó, interior do Estado, para conseguir uma vida melhor através do estudo em Belém. “Já “na capital, consegue vaga na escola pública, no Grupo Escolar” Barão do Rio Branco”. Mas, não gosta das aulas. Por que Será?

No Capitulo II, as abordagens são questões de ordem teórica e análise da pesquisa de campo, ressaltando as dificuldades percebidas pelos professores e alunos nas relações ensino-aprendizagem nos dias atuais na Escola Estadual “Barão do Rio Branco”.