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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

45 anos de Sistema de Organização Modular de Ensino em Curuçá

 



O Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME foi um projeto educacional que através de módulos surgiu em 15 de abril de 1980 idealizado por uma equipe técnica da Fundação Educacional do Pará – FEP, nos municípios de Nova Timboteua, Curuçá, Igarapé-Miri e Igarapé-Açu e a regulamentação através da Resolução de 161 de 03 de novembro de 1982, do Conselho Estadual de Educação - CEE. Quando assumi a Coordenação Geral no início de 2008, recebendo no total com estrutura e funcionamento em 88 municípios do Estado do Pará, segundo a produção escrita de nosso "Estudo Preliminar das Características Pedagógicas do Sistema Modular de Ensino - SOME" enfatizando principalmente o descaso do Estado com a população dos interiores.


Durante as comemorações relacionadas à Independência do Brasil, alun@s, professores, funcionários e membros da comunidade estiveram presentes na Escola "Olinda Vera Alves", localizada no município de Curuçá, reconhecido como o berço do Sistema Modular em homenagem aos 45 anos de existência e resistência do SOME.





Para início da experiência foram selecionados os quatro municípios e apresentamos as características do município de Curuçá. Segundo Maria da Conceição Correa Saraiva e Glória Maria Farias da Rocha , na monografia pela UFPA, em dezembro de 1987, com tem "Ensino de 2º Grau - Sistema Modular de Ensino" escrevem o seguinte: O município possui uma população de aproximadamente 30.000 habitantes, distribuídos em uma área de 925 Km². Sua principal atividade econômica é a pesca, embora desenvolva também atividades de agropecuária. É significativo também o setor terciário, emprega grande parte da população economicamente ativa.



No aspecto educacional o município possui 48 escolas estaduais, sendo 47 de 1ª a 4ª e uma de 5ª a 8ª, 20 escolas municipais de 1ª a 4ª e uma escola de 1ª a 3ª, mantida pela Colônia de Pescadores em convênio com a SUDEPE. Funcionou no período de 1968/78 o ginásio, regido pela Lei 4024/61, oferecendo ao 2º grau uma demanda de 786 alun@s. Destes, muito se deslocaram para Belém ou Castanhal a fim de continuar seus estudos.



Atendendo a solicitação do Prefeito Municipal, alunos  e a necessidade de ampliar a rede de ensino de 2º grau, foi implatado o curso com a habilitação específico de Magistério, uma vez que pela diagnose realizda constatou-se que a maioria do corpo docente atuando de 1ª a 8ª série é de leigo necessitando fazer o 2º grau.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

A origem do Sistema Modular na Terra do Folclore


                                   Ex-professores do SOME visitam Escola, em Curuçá

   


           Com novas pesquisas que tem como objeto de estudos o Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME temos novas versões e possibilidades de explicações sobre a origem dessa importante política pública para a sociedade paraense, assim como, a sua estrutura e funcionamento, que completou 43 anos no último dia 15 de abril. Atualmente, o estudo na Linha de pesquisa 1- Educação, Estado e Sociedade na Amazônia, tendo como Tema do Projeto de mestrado: O Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME) em Comunidades Ribeirinhas na Amazônia Paraense: desafios e perspectiva da educação itinerante, da ex-professora do SOME Antelmara de Sousa Silva, pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM é uma em fase de estudos. 





                                      Historiador Paulo Henrique com os professores

        

           


          Algumas matérias para esta página eletrônica, enfatizamos  que durante muitos anos, a organização administrativa do ensino de 2º Grau (atualmente Ensino Médio) no nosso Estado estava sob a responsabilidade da Fundação de Educação do Pará – FEP, hoje extinta, surgindo a Universidade Estadual do Pará – UEPA, em seu lugar. Na década de 70, durante a gestão do governador Tenente Coronel Alacid da Silva Nunes, temos pressões de políticos e comunidades que desejavam continuidade em seus estudos, reivindicaram junto à base política aliada do governador que os atendessem com o curso de Segundo Grau sem ter que se deslocar para a capital ou localidades urbanas que tivessem esta modalidade de ensino, que naquele período tinha 83 municípios no Estado e apenas 18 possuía a oferta, tendo uma demanda muito grande de interessados e interessadas em continuar seus estudos. O governador então pediu à FEP que encontrasse uma maneira de atender à reivindicação das comunidades interessadas. A FEP que na época tinha na Superintendência Geral o Professor Manuel Viegas Campbell Moutinho, criou equipes de técnicos, que se deslocaram até as comunidades para fazer as diagnoses das necessidades urgentes para atender os alunos e a alternativa encontrada pela equipe técnica foi através de módulos da Grade Curricular do Segundo Grau.



             

                                        

                                         Professores no auditório do prédio






                    Ex-alun@s do SOME (1ª turma, Odilon Ataíde e 2ª turma, Iris do Socorro)

       Após a beleza, a homenagem aos mortos, durante finados, que é um pouco exótica... como disse o cantor, compositor, escritor, professor e amigo Otácio Ruy, curuçaense e membro da Academia de Letras de Curuçá, um grupo de ex-professores do Sistema Modular (Cláudio Paixão, Ribamar Oliveira, Rosemary Barbosa, Nonato Bandeira, Fátima, Inês, incluindo duas ex-alunas e ex-professoras; Iris do Socoro, Curuçá e Selma Félix: Nova Timboteua) estiveram no dia 03 de novembro no palácio, popularmente “Casarão”, prédio antigo de funcionamento do SOME no município de Curuçá.  Os educadores foram recebidos pelo Presidente da Fundação o historiador, escritor e professor Paulo Henrique que fez  um relato histórico e cultural do município de Curuçá e da importância do SOME para a comunidade  curuçaense. Foram visitados vários ambientes da Fundação, como o auditório onde recebemos uma verdadeira aula e exposição do resgate de história e memória enfatizada pelo Presidente da Instituição; sala de música, local de funcionamento de projeto da escola de música para a comunidade, o que chamou muita atenção dos presentes; o ambiente externo da Fundação que funciona como apresentações de eventos e atividades realizadas pela instituição e empréstimo para outras entidades e instituições; a exposição entre outras atividades, deixando os visitantes interessados e interessadas; sala de funcionamento do arquivo público da Fundação também chamou muito atenção dos ex-professores do SOME pela organização e conservação da documentação desde o século XVIII aos dias atuais, o que outros municípios deveriam seguir o exemplo e valorizar os documentos para sociedade atual e futura. 

     A estrutura e o funcionamento do SOME nos municípios era da seguinte forma, uma equipe de professores permanecia na localidade por um determinado período de 45 dias letivos (hoje são 50 dias letivos) através de módulos de disciplinas, sendo que as equipes se deslocavam e permaneciam nas  quatro localidades onde se originou o SOME, ministravam aulas e aplicavam avaliações nesses 45 dias letivos para concluir a matéria curricular das disciplinas ofertadas a cada módulo que eram 4 durante um ano letivo, ou seja, outra equipe se deslocava para a comunidade para ministrar mais um módulo de disciplinas, até que todas as disciplinas da respectiva série fossem ministradas durante o ano. Caso faltasse uma disciplina em um módulo desses, após o término do ano letivo, tem a reposição para cobrir a necessidade, o que não prejudicaria os alunos e alunas durante o ano letivo, principalmente, quando eram aprovados em concursos ou vestibulares. Importante destacar, que até julho de 2003, os professores do Sistema Modular eram dedicação exclusiva o que era uma de suas características, a partir deste período a Secretaria Estadual de Educação Rosa Cunha, desestrutura o SOME com a centralização das decisões políticas através da Unidade de Regionais de Ensino – URE e Escola Sede. Neste caso, no município de Curuçá, a Escola de funcionamento do Sistema Modular foi na Escola Estadual Prof. "Olinda Verás Alves". Também importante ressaltar, que os educadores e alunos da primeira turma do SOME começaram suas atividades pedagógicas em local provisório, uma sala cedida da Escola Estadual Prof. "Candorina Campos", enquanto se organizava o espaço onde funcionaria definitivamente a então Escola Estadual de 2º grau Prof. Olinda Verás Alves", com 2 turmas, do curso do magistério, com 60 alunos, sendo uma turma a tarde e a outra pela parte da noite.  

          Segundo o historiador Paulo Henrique explicando a frente do prédio da Escola com suas fachadas, com alguns estilos europeus, com as três deusas que são: Minerva, deusa da sabedoria, da arquitetura e da engenharia; do lado esquerdo, Marryanne que simboliza a Republica, na base dela está escrito a República e daqui é um Índio, que representa o Brasil. Esses dados, esses levantamentos só foram possíveis com a restauração. O prédio foi construído em 1895, mas antes dele, já existia uma primeira construção, que é da década de 1830. Este estilo neoclássico incorporando arteneau quando foi incorporado as bandeiras de ferro  e as vidraças é do final do século XIX, até a década de 1920 ainda estava a arteneau, depois vai se acabando, portanto, o neoclássico acabou se inspirando nas características  das antiguidades clássicas gregas e romanas, então estamos vendo as colunas com artetraves na base de cada uma em funções na parte de cima, que são as beirinhas, os enfeites na base, e lá em cima também, muito parecidas com da Grécia antiga e as pinhas na fachada significava poder, significava que a família ou a pessoa tinha, muita influência, poder de mando, socialmente e politicamente daquela época, final do século XIX, faz também voltar para a história da eira, beira. Dois casarões que estão na praça pertencentes ao antigo Intendente e de grande influência que é o patrono dessa praça, o Senhor Horácio Barbosa Lima. Também abordou que o Poder Executivo foi implantado no município em 1890”. O Historiador falou também um pouco sobre a Cabanagem no município, alguns conflitos, entre as forças legalistas e as tropas dos cabanos que até hoje continua viva como momentos históricos e importantes dos movimentos populares e sociais tanto municipal quanto estadual. 

           São dados importantes levantados em exposições pelo Historiador Paulo Henrique, atualmente é o Diretor do Palacete Barbosa de Lima onde funcionou o SOME a partir de 15 de abril de 1980, inclusive, com toda formalização e presença de autoridades no dia da implantação no município, fez seu relato complementado pela ex-aluna, pertencente a segunda turma do SOME Iris do Socorro R. Gomes que é curuçaense e depois formada em Pedagogia  e pós graduada em Gestão Escolar e Letramento que se tornou professora do SOME por 14 anos. A visita foi um show e sucesso com muito aprendizado e produtividade.


                                 Ex-alunas do SOME, das primeiras turmas, em Curuçá

       Ressalte-se que durante esse processo de avaliação efetuada pela Fundação Educacional do Pará - FEP concluiu pela viabilidade de se implantar o atendimento aos alunos das comunidades do interior do Estado com Ensino de Segundo Grau através de bloco de disciplinas; o que veio a ocorrer a partir da década 80 nas sedes dos municípios que ainda não tinham o ensino de 2o Grau implantado.


                                     Professores em ambiente externo da Instituição

       De início, em fase experimental temos o SOME sendo implantado em quatro municípios paraenses: Igarapé-Açu, Nova Timboteua, Igarapé-Miri e Curuçá. O Estado do Pará foi o pioneiro neste tipo de projeto no país e serviu de modelo para outros Estados como o Amapá, Amazonas;  diversos municípios, como o modular municipal do ensino fundamental, como no município de Concórdia do Pará, entre outros e diversos modelos para outros países, como o México.... Alguns levantamentos realizados.

                      Professores em roda de conversa sobre a memória e história de Curuçá





sábado, 4 de janeiro de 2020

Berços do SOME




Após estudos elaborados pelos técnicos da Fundação Educacional do Pará – FEP, sob a coordenação do então Professor Manoel Moutinho, Superintendente Geral e muitas reuniões, chegou-se a conclusão que uma proposta viável para solucionar a falta de 2º Grau nos interiores que ainda não tinham o ensino, mesmo com as pressões de parte significativa de interessados que desejavam a continuidade de seus estudos, já que não eram beneficiados, foi idealizado o sistema por blocos ou módulos. O Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME foi pensado pela FEP, que naquele momento era responsável pelo gerenciamento do 2º Grau no Estado, além do nível superior.



Nas diagnoses elaboradas pelos estudos técnicos foram criados alguns critérios ou caracterização para que os municípios que seriam atendidos com a implantação do Sistema de 2º Grau idealizado pelo Estado a pedido do Governador Tenente Coronel Alacid da Silva Nunes.       



Segundo monografia Ensino de 2º Grau – Sistema Modular de Ensino, de Maria da Conceição Correa Saraiva e Glória Maria Farias da Rocha, de dezembro d 1987, no Curso de Especialização em Educação e Problemas Regionais, pela Universidade Federal do Pará enfatizam a importância dos municípios como experiência.



Foram selecionados quatro municípios atendidos para experiência de o Sistema Modular, que foram os seguintes: Curuçá, Igarapé Miri, Igarapé Açu e Nova Timboteua. O Município de Curuçá, inclusive, já foi abordado pelo Blog do Riba, com a entrevista da ex-aluna e professora dessa importante política pública Iris Gomes (Curuçá: Um dos municípios que foi o berço do SOME, de 27 de dezembro de 2019). Vamos tentar caracterizar cada um desses municípios que foram fundamentais para continuidade de estudos do 2º Grau para muitos alunos do Estado do Pará, com a implantação do SOME, em 1980.



O município de Curuçá, que se localiza na mesorregião do nordeste paraense, microrregião do salgado, estende-se por 672,7 km² e tem aproximadamente 35.000 habitantes segundo o último censo, sendo vizinho dos municípios de São João da Ponta, Vigia e Magalhães Barata e Marapanim.



Em 1980, o município de Curuçá, possuía uma população de aproximadamente 30.000 habitantes, com uma área de 925 km². Entre as principais atividades econômicas do período era a pesca, agropecuário e o setor terciário.



Segundo Saraiva, Maria & Rocha, Glória, “No aspecto educacional, o município possui 48 (quarenta escolas estaduais, sendo 47 de 1ª a 4ª e uma (I) de 5ª a 8ª, 20 escolas municipais de 1ª a 4ª e uma de 1ª a 3ª séries, mantida pela Colônia de Pescadores em convênio com a SUDEPE)”. Funcionou no período de 1968/78 o ginásio, regido pela Lei 4024/61, oferecendo o 2º uma demanda de 786 alunos. Destes, muito “se deslocaram para Belém e Castanhal a fim de continuar seus estudos”.



Outro município importante incluído com a implantação do SOME, em 1980, foi o município de Igarapé Miri. Na linguagem tupi, traduzindo significa “Caminho de Canoa Pequena”, que se evolui a partir do comercio de madeiras que eram exploradas, sendo transferidas para Belém. Este Distrito foi criado com a denominação de Santana do Igarapé-Miri, no ano de 1758, subordinado ao município de Belém e foi elevado à condição de cidade com a denominação de Igarapé-Miri, pela lei estadual nº 438, de 23-05-1896. O município é conhecido como a capital mundial do açaí, pertencente à mesorregião do nordeste paraense, com uma população de 61.000 habitantes.



Com o fim do ciclo da cana de açúcar a partir de 1980, o município de Igarapé Miri passa por uma serie de mudanças em se tratando do aspecto econômico. Alguns dados interessantes nos chamaram atenção, dos 54 engenhos que produziam a cana e a famosa cachaça, até o ano de 1975. Com a decadência da matéria prima e produção, desses apenas nove restaram até o ano de 1983, provocando sério problema na economia do município, principalmente o desemprego provocado pela crise, inclusive vindo estabelecer o desaparecimento a partir da década 90, com produção baixíssima a partir desse momento. Com isso, fez com que os ex-grandes proprietários de engenhos se fixassem em Belém, capital do Estado, fazendo novos investimentos em outros ramos, principalmente no comércio, surgindo grandes redes de supermercados e deixando o trabalhador rural na “amargura”, segundo o ditado popular da região e muitos se mudando para a periferia da cidade do município sem a mínima infraestrutura, consequência do êxodo rural, como tem acontecido nos interiores do estado, tá aí, Bujaru, Moju, Abaetetuba, Concórdia do Pará e outros. Isso tem provocado problemas sociais sérios que os diversos governos fingem não ver e muito mais resolver. Além da cana de açúcar, que se destacava no setor primário, tinha também a produção de arroz, mandioca, milho e pimenta do reino e exportação de madeira. Quanto ao aspecto voltado para o setor secundário, o município de Igarapé Miri tinha 08 serrarias na zona urbana e 05 na zona rural, 15 engenhos de aguardente e três fábricas de móveis na zona rural que davam um grande impulso na economia do município.



Nas palavras de Saraiva, Maria & Rocha, Glória, “Na área educacional, o município ainda é regido pela Lei 4024/61, funcionando com 195 escolas municipais e estaduais com curso primário e uma com o curso ginasial, oferecendo uma demanda de mais de 400 alunos para o 2º Grau. A Lei 5692/71 no nível de 1º grau ainda não foi efetivada, visto que não existem recursos habilitados. A maioria dos professores possui apenas o pedagógico por etapas por Abaetetuba, município vizinho”. No cenário apresentado, em virtude de demanda e falta de recursos qualificado para atuar no 2º Grau, segundo os técnicos responsáveis pelas diagnoses, a implantação do SOME foi uma necessidade.



No município de Igarapé Açu, foi implantada o SOME após ser analisado e estudado tecnicamente pela comissão responsável da FEP, em fins das décadas de 70 e inicio de 80.  Município que tive a oportunidade de trabalhar pelo Centro de Treinamento e Recursos Humanos – CTRH “Arthur Viana”, setor responsável pela Formação de Professores da Secretaria Estadual de Educação do Estado – SEDUC/PA durante os anos de 80 e 90, com os Programas do Projeto Monhagara, Estudos Adicionais (O qual participei no município), Gavião e outros, já que não tínhamos Universidades e Faculdades nos interiores do Estado do Pará. Interessante que no momento em que trabalhei neste município não tinha essas informações sobre a implantação do SOME, já que meu foco de interesse era o resgate da história e da memória da localidade que estava atuando. Ressalto que durante o Curso de Formação para Professores em Igarapé Açu, em Estudos Adicionais, que dava autorização para professores primários trabalharem com o 5º e 6º ano do ensino fundamental maior, com educadores que aprendi muito de Maracanã, Mirasselvas, Primavera, Peixe Boi, além de Igarapé Açu.



 O surgimento da cidade de Igarapé-Açu, aconteceu através do núcleo colonial Jambu-Açu, que foi fundado em 1895, no KM-118, da Estrada de Ferro de Bragança. É importante ressaltar que o núcleo de Jambu-Açu, com grande destaque para a região, fazendo parte de um projeto e foi criado a partir da política do governo estadual, que era de colonizar toda a Região Bragantina, com destaque especial para escoamento das matérias primas para Belém e colonização, sendo que a Estrada de Ferro de Bragança desempenhou um papel fundamental neste momento. Vale destacar que no núcleo colonial de Jambu-Açu fixa-se algumas famílias, entre elas de espanholas.



Atualmente o município de Igarapé Açu, segundo dados de 2016, possui uma população estimada em 37.547 habitantes, numa área de 786 Km². Sendo os municípios de São Francisco do Pará, Santarém Novo e Santa Maria vizinhos;



Na monografia de Saraiva, Maria & Rocha, Glória, com a implantação do SOME, em 1980, “O município possui uma população de aproximadamente 22.000 habitantes, distribuído em uma área de 756 Km². A população economicamente ativa está voltada para zona rural, no plantio da mandioca, o milho, muruci e pimenta do reino, sendo este último produzido em grande escala por grupos de japoneses, bem como para beneficiamento de madeira, arroz e fabricação de farinha de mandioca”. Sendo que e continuam “Na zona urbana, o setor terciário é predominante, a população trabalhadora se localiza no comércio e nos serviços públicos de educação e saúde”.



Em se tratando da educação do município neste momento, segundo, segundo Saraiva, Maria & Rocha, Glória “No setor educacional e cultural o município possui 42 escolas municipais (...) 40% localizadas em povoados distantes, caracterizadas como unidocentes ou plurisseriado: três escolas estaduais sendo dois de 1ª a 4ª series e uma de 5ª a 8ª séries. Verificamos que 1976 a 1979, 194 alunos concluíram o Curso Ginasial (Extinto em 1979), 87 alunos concluintes da 8ª série. Favorecendo uma demanda de 289 alunos para p 2º Grau, que aliada à carência de professores habilitados, justificou a implantação do SOME”.



A facilidade das distâncias consideradas pertos da capital do estado contribui para o êxito e sucesso do então projeto idealizado pelo Superintendente Geral da FEP, Manoel Moutinho. Isso contribuía com os deslocamentos dos envolvidos inclusive o acompanhamento. Com isso, deu-se a implantação do SOME, no município de Nova Timboteua.



A implantação do SOME no município atendeu também os alunos de Peixe-Boi, Maracanã, entre outros. O município possuía uma população de 11.000 habitantes, numa área de 633 Km². As principais atividades econômicas naquele período era a agricultura,  predominante, com a pimenta do reino e a pecuária.



Na educação tinha 42 escolas na zona rural, sendo a maioria unidocente e plurisseriada. Na zona urbana o município possuía apenas 3 escolas, tendo 37 alunos  concluintes. Vale destacar, que no período de 1977 a 1979, 48 alunos concluíram a 4ª etapa dos Supletivos, tendo como fonte pesquisada   Saraiva, Maria & Rocha, Glória.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Curuçá: Um dos municípios que foi o berço do SOME







Com pesquisas e entrevistas que servirão para publicações no Ribaprasempre.com (Blog do Riba), foi realizada conversa informal e gravada entre o Prof. Ribamar, um dos administradores do Blog, Professora Marina Costa e a ex Aluna e Professora Iris do Socorro, do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME que estudou na segunda turma formada pelo Curso de Magistério, no município de Curuçá, nos anos de 1981, 1982 e 1983.



Segundo a entrevistada, o SOME foi fundamental para sua vida, primeiro possibilitou estudar e concluir o Curso no município de Curuçá, onde residia, já que sua família não tinha posses financeiras para mandar estudar no município de Castanhal e quem ia estudar, além de dormir e ficar nas casas dos outros, passavam por cada situação, já que era o local mais perto onde tinha o ensino regular. Na época foi uma novidade, segundo a informante, a maioria dos estudantes que terminavam ensino ginasial não tinham condições de estudar fora, como foi o caso dela. Outro aspecto que o SOME proporcionou foi o avanço do conhecimento para o município, possibilitando melhores perspectivas para os estudantes que desejavam voos maiores, assim como possibilitou também a formação de professores do curso primário, enquanto mão de obra qualificada na zona urbana e na zona rural. Inclusive, durante esses anos, muitos colegas foram formados nos cursos de licenciaturas se tornando professores do ensino regular.  



A ex Aluna, Professora Iris enfatiza também que muitos de seus colegas desse período assumiram diversos cargos públicos com destaques nas decisões do município, como de Secretários de Educação, Diretores de Escolas, Escola Sede, entre outros.



Após a conclusão do Ensino Médio fez os vestibulares e passou em dois cursos: em Letras, na Universidade Federal do Pará – UFPA e Pedagogia, na Universidade da Amazônia – UNAMA. Como era impossível fazer os dois cursos, preferiu continuar fazendo o de Pedagogia. Logo que concluiu, ingressou no SOME, com o circuito: Xingu ara Rio Maria, São Domingos do Capim e Brejo Grande do Araguaia. Esteve também em Muaná, Afuá, Goianésia, Santana do Araguaia, Uruará, Placas, Tucumã, Ourilândia, Medicilândia, Água Azul do Norte, entre outros.



Iris, fala com alegria, felicidades e determinação por ter se formada pelo SOME e depois ser Professora, porém, infelizmente em virtude da nova LDB, saindo o Curso de Magistério, já que trabalhava com disciplinas pedagógicas e ficando apenas o Secundário, teve que pedir remoção para Belém, assumindo cargos de Vice Diretora, Diretora de Escola e Diretora de Use e se aposentando como Diretora. Trabalhou 14 anos no SOME como Professora.



Lembra-se dos bons tempos do SOME, quando rever algumas fotos, inclusive com suas filhas, que hoje são profissionais liberais, com muitas sacolas quando viajava. Diz também que seus alunos do SOME muitos concluíram cursos superiores se tornando, médicos, advogados, juízes, engenheiro e inclusive, com a facilidade das redes sociais, ainda tem contatos com alguns.



Conclui a entrevista abordando que o SOME tem que ser mais valorizado pelo governo do Estado, já que atende o seguimento mais carente da sociedade e que Curuçá, Igarapé Açu, Igarapé Miri e Nova Timboteua formaram o primeiro circuito e experiência do SOME, depois expandindo para o resto do Estado.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A onda aqui é preservar !







Recentemente, estive na Praia do Crispim, no município de Marapanim, que fica distante de Belém, aproximadamente 170 Km e conheci um belo trabalho desenvolvido pelo vendedor  de sucos naturais Wilson Garcia Ferreira, conhecido como Che Guevara.






Com um visual diferente em seu carro de venda, um somzinho de qualidade e frases de efeitos pintadas em seu equipamento de trabalho, consegue empolgar os turistas e nativos com seu jeito descontraído e o trabalho de limpeza da Praia do Crispim, que já faz por 16 anos. 








Os sacos plásticos de 50 litros possuem suportes, onde são colocados o lixo deixado pelos frequentadores da linda praia natural da Amazônia. Ele quando não está vendendo, estar fazendo esse trabalho e consegue animar pessoas para ajudá-lo. Exemplo de trabalho sobre o meio ambiente e, mais interessante é um trabalho voluntário, com recursos próprios e sem apoio financeiro de ninguém. Parabéns para esse rapaz, que faz um excelente trabalho.








O tempo aproximado é de 3:30hs, com sua localização em Castanhal, Terra Alta, Curuçá e Marapanim, sendo utilizadas as BR 316 e PA 136.