Total de visualizações de página

domingo, 13 de maio de 2012

Dia das Mães: brasileiras têm menos filhos e adiam gravidez por profissão


Dia das Mães: brasileiras têm menos filhos e adiam gravidez por profissão

13/05/2012 - 10h36
Amanda Cieglinski

Repórter da Agência Brasil

Brasília – Da década de 60 até o início deste século, houve uma mudança significativa no perfil das mães brasileiras. A mulher está deixando a maternidade para mais tarde e optando por ter uma família bem menor do que tiveram suas mães e avós. Dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de fecundidade no Brasil cai a cada ano: na década de 60 era superior a seis filhos por mulher e em 2010 chegou a 1,9 filho por mulher.


Vários fatores explicam essa mudança no perfil das mães no Brasil, aponta a demógrafa e professora da Universidade de Brasília (UnB) Ana Nogales. “Os principais são o aumento da escolarização das mulheres, a urbanização e a participação feminina mais forte no mercado de trabalho”, indica a pesquisadora. A demógrafa acredita que, além dos fatores ligados à evolução do papel da mulher na sociedade, há uma influência cultural que fez mudar o padrão reprodutivo. “Na década de 80 e 90, falou-se muito em um padrão de família ideal. A mídia e as telenovelas brasileiras sempre apresentavam famílias menores e como esse modelo trazia vantagens para os filhos”, diz.

Atualmente, a taxa de fecundidade brasileira se assemelha à de países europeus como a Dinamarca, Suíça e Noruega e é inferior à dos Estados Unidos. “A redução no Brasil foi muito acelerada e sem uma política governamental para controle da natalidade, como ocorreu no México ou na China. Os países desenvolvidos não tiveram esse processo tão rápido como vemos aqui, em que a mudança ocorre de uma geração para outra”, aponta Ana.


O modelo de família com poucos filhos, entretanto, ainda não é padrão em todas as regiões do país. Enquanto a média nacional em 2010 foi 1,9 filho por mulher, no Norte ficou em 2,47 – superior à taxa de fecundidade que o país registrou dez anos antes. O menor índice foi registrado no Sudeste: 1,7 filho por mulher, inferior à média de países como a Bélgica, o Reino Unido e a Finlândia. Ainda assim, foi no Norte e no Nordeste que se contatou as maiores reduções na taxa de fecundidade entre 2000 e 2010 (21,8% e 23,4%, respectivamente).


O Censo 2010 também destaca uma mudança, ainda que menos acelerada, no chamado padrão etário da fecundidade. Até o ano 2000, a tendência era um “rejuvenescimento” no perfil das mães, com maior concentração de gestações entre as jovens de 15 a 24 anos. Mas, na última década, segundo o IBGE, observou-se uma reversão desse movimento. Em 2000, os grupos das mulheres mais jovens, de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos, concentravam 18,8% e 29,3% da fecundidade total, respectivamente. Esses patamares passaram para 17% e 27% em 2010. Ao mesmo tempo, no grupo de mulheres com mais de 30 anos, a participação na fecundidade total da população subiu de 15,85% para 18% entre 2000 e 2010.


“Na última década temos visto que a mulher está prorrogando o momento de iniciar a vida reprodutiva. Além da entrada no mercado de trabalho e da maior escolarização, nós tivemos mudanças nas relações. As mulheres estão mais independentes e quando você tem filhos isso traz mais responsabilidades com relação ao seu lar, a sua família”, explica Ana Nogales.


A Agência Brasil entrevistou mães de diferentes perfis – desde jovens que pretendem ter apenas um ou dois filhos a mulheres que adiaram os planos de engravidar para se dedicar à vida profissional. Elas falam sobre os desafios da maternidade e a experiência de ser mãe.


Daniella Goulart, professora universitária, 43 anos. Mãe de Gabriel, 1 ano.

Eu nunca tive como projeto de vida ser mãe. Para mim, a maternidade não era uma questão de realização. Sempre me dediquei muito às realizações profissionais. Apesar de toda resistência, a maternidade veio na hora certa. Me sinto madura o suficiente, não tenho aquele sentimento de que posso estar perdendo alguma coisa, de que poderia estar em outro lugar ou que o filho me limita. Depois de ter tido meu filho, descobri que tenho vocação para ser mãe e estou muito realizada. Eu acho que o ponto positivo de ser mãe na minha idade é que nós saímos na frente em matéria de informação e maturidade. O lado ruim é que eu fico calculando: quando meu filho estiver com 17 anos eu já vou estar com 60. Estou considerando que terei um filho só. Sei que ele vai pedir um irmãozinho, que poderá se sentir sozinho, mas essa é a realidade dele.


Poliana Santos Castro, fisioterapeuta, 42 anos. Mãe de Lucas, 2
anos.


Passei sete anos fazendo tratamentos e diversos exames para conseguir engravidar. Esse período foi marcado por muita angústia e uma expectativa constante. Sempre tive o sonho de ser mãe e, depois de muitos anos tentando, eu finalmente engravidei. Foi uma época muito feliz. A minha primeira alegria foi quando o exame deu positivo. A segunda, quando ouvi o coraçãozinho dele batendo. E a terceira e definitiva alegria foi quando meu pequeno nasceu. Até hoje olho para meu filho e me emociono muito. Ele é uma criança linda, esperta, sapeca. Meu filho convive muito com o irmão por parte de pai e isso me alivia porque ele não fica tão sozinho. Pelo fato da maternidade tardia, não sei se terei outro filho naturalmente, mas agradeço muito por ter um tão abençoado. A maternidade representa uma vida antes e outra completamente diferente depois. Antes, eu era apenas filha de uma mãe maravilhosa e, depois do parto, parece que nasci de novo. A carreira profissional é muito importante, mas para ser uma mulher completa eu precisava ser mãe.


Claudilene Meireles Torres, 21 anos, grávida do primeiro filho.


Estou grávida do meu primeiro filho e não pretendo ter mais. Tive que parar de estudar e vou ficar cuidando dele pelo menos até que complete seis meses. Estou feliz por estar grávida, mas tive que parar minha vida. Pretendo voltar a trabalhar e estudar assim que for possível. Acho que um filho está de bom tamanho. Quero me estabilizar financeiramente e, quando ele for maior, me dedicar à vida profissional. Agora sei que tenho uma responsabilidade muito maior, tenho alguém que depende de mim. Hoje em dia, o custo de vida é alto e pretendo dar um bom estudo para meu filho. Eu não tive oportunidades e quero oferecer isso para ele. Prefiro ter só um filho e poder dar uma educação de qualidade. Quero ensinar para ele que não é preciso ter irmãos para ser feliz, se ele quiser brincar, se precisar conversar, eu estarei sempre com ele.


Rosa Dias dos Santos, 85 anos, dona de casa. Mãe de 11 filhos.


Eu tive 17 filhos, mas seis morreram e criei apenas 11. Sou da Bahia. Eu e meu marido viemos para Brasília para tentar dar uma educação melhor para os nossos filhos, que são meu porto seguro. Para mim, meus filhos são meus pés e minhas mãos, me sinto realizada por ter criado todos tão bem. Quando era jovem pensava que ser mãe era o maior sofrimento do mundo, mas hoje ser mãe é a razão da maior felicidade. Eu tive meu primeiro com 20 anos e o mais velho, com 44 anos. Nunca trabalhei fora até porque, quando eu era jovem, o marido tinha obrigação de sustentar a casa. E como eu tinha muitos filhos era impossível trabalhar fora. Hoje em dia os pais nem sempre conseguem educar os filhos direito porque ambos precisam trabalhar e não podem acompanhar o que as crianças estão fazendo. Nunca me arrependi de ter tido tantos filhos, valeu a pena e se eu pudesse teria criado alegremente os 17. Os dias mais felizes da minha vida são quando reunimos a família inteira, é uma festa muito grande.


Ana Maria dos Santos, trabalhadora doméstica, 23 anos. Mãe de Mel Ketleyn, 8 anos, e grávida de João Luca.


Sou muito feliz por ser mãe. Vejo muitas pessoas tentando engravidar há anos e eu tenho essa sorte. Já tenho uma filha e ela é minha companheira, somos muito amigas e, às vezes, as pessoas pensam que eu nem sou mãe dela. Eu engravidei aos 14 e não foi planejado. Eu era uma criança e só não foi tão ruim porque morava com os meus pais e eles estavam sempre ao meu lado. Me apoiaram e cuidaram da minha filha até 2 anos de idade. Eu mesma não tinha preparação nem a mínima ideia de como cuidar de um bebê. Agora estou grávida do segundo e é um menino, também não foi planejado. Por mim, só teria um filho, por causa da situação financeira, ainda mais agora que eu não moro mais com os meus pais e meu marido me abandonou no quarto mês de gestação. Quem me ajuda muito são as pessoas da igreja que frequento. Criar um filho sozinha é muito difícil, dois então é mais complicado ainda. Quero estudar e correr atrás do tempo perdido, mas vou ter que esperar um pouco mais.

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo

Fonte: Dilma.org.br



sábado, 12 de maio de 2012

Chapa 4 : Educação: compromisso pela categoria




 
Teremos nos dias 19 e 20 de junho deste ano, um grande embate entre diversos grupos que atuam no Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará – Sintepp. Os filiados do maior sindicato do estado do Pará terão oportunidades mais uma vez de desmantelar o grupo político (APS – Sol) que comanda o referido sindicato por mais de 30 anos.

Nesta eleição, enquanto militantes de movimentos sociais, inclusive do Sintepp, teremos que mostrar toda a força da categoria dos trabalhadores em educação pública. O nosso movimento, continua sendo o que serve de referência para as outras categorias, que lutam por reivindicações que atendam suas demandas.

Não podemos negar, que essa referência, enquanto política tem servido como “escada” para muitos candidatos de diversos grupos que se elegem e assumem mandatos nas Câmaras municipais, Assembleia Legislativa e Congresso Nacional, através da nossa luta. 

Nessa construção histórica, que o movimento dos trabalhadores em educação  tem mostrado sempre sua cara, ora defendendo a categoria, ora servindo de “cabide eleitoral”, mas essas discussões e debates precisam ser aprofundados, precisamos trazer para o debate no interior dos nossos fóruns, questões como a leitura de contracheques, previdência, formação política, esta inclusive, deverá  ser estendida para toda a categoria, em vez de só ficar entre as lideranças; debates sobre a conjuntura política e econômica nacional e internacional, o que no momento não existe; defender, realmente, os interesses da categoria e não só privilegiar, apenas aos  aliados do grupo majoritário. Precisamos de um sindicato presente nas escolas, já que temos diretores liberados para fazer esse papel e assim vai.

PORQUE VOTAR NA CHAPA  4 – CHAPA DAS MULHERES  ?

A Chapa quatro: Educação: compromisso pela categoria; Raimunda (Ray) do Socorro Costa Barreto de Barcarena e Luciene Moutinho Sales de Parauapebas que são as candidatas à coordenação geral pela chapa. Por que vou votar nesta Chapa? Pelo fato de defender a democracia plena, sem deixar de lado ninguém; compromisso verdadeiro com a educação pública de qualidade e as reivindicações e luta sindical da categoria.

O dever do nosso sindicato é a de organização dos trabalhadores, logo, o grupo que hoje dirige o SINTEPP, repassa suas obrigações aos trabalhadores, apenas recolhem as contribuições sindicais dos trabalhadores, mas o grupo majoritário quer impedir filiado, que tem direito de votar. Essas companheiras não são sectárias, ortodoxas e não personalistas. Assim, como lutamos para colocar uma mulher na Presidência da República, a primeira a chegar ao maior cargo do país vamos  lutar para que Ray e Luciene consigam tirar esse grupo majoritário que faz da entidade um  trampolim para suas bases políticas, enquanto afasta a categoria e não questiona o governo tucano do Já Teve. Portanto, companheiros, camaradas e colegas vamos  votar em uma Chapa compromissada realmente com a luta dos trabalhadores em Educação pública. Vote na Chapa 4 da Ray e Luciene – Chapa das Mulheres.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Movimento estudantil espanhol em ação

O  movimento estudantil espanhol, organizado pela Plataforma Estado da Escola Pública, começou a fazer diversas manifestações questionando a educação na Espanha.


Para as entidades que defendem os estudantes, o governo de Mariano Rajoy começou a desmantelar o serviço público, principalmente a educação e a saúde. Em virtude deste contexto, os estudantes estão em Assembléias permanentes em várias faculdades na Espanha.


Essas manifestações, inclusive de massas, nas ruas de algumas cidades espanholas, estarão sendo consolidados no dia 22 de maio, que é a data prevista para a greve nacional, voltada para a educação.


O movimento estudantil esta recebendo apoio de vários sindicatos; assim como entidades dos movimentos sociais.   

CNTE lança a campanha "Educação sem homofobia"




No dia 16 de maio acontece em Brasília a III Marcha Nacional Contra a Homofobia, como parte das celebrações do 17 de maio, Dia Internacional de Combate à Homofobia. A CNTE, por meio de seu coletivo LGBT, lança a campanha “Educação sem homofobia”, pois acredita que o combate à discriminação e à violência contra os homossexuais é um passo imprescindível para a construção de um país mais tolerante e igualitário.


Os sindicatos filiados à Confederação já estão mobilizados. As entidades preparam suas caravanas e estarão na capital federal já no dia 15, quando o Senado Federal promove audiência pública para debater o tema “Homofobia tem cura: educação e criminalização”. Após a audiência, às 17h30, será realizada vigília em frente ao Palácio do Planalto, e no dia 16 a III Marcha Nacional Contra a Homofobia começa cedo, às 8h30.


É preciso haver leis que reprimam e punam o comportamento homofóbico. Por isso a CNTE e outras entidades da sociedade civil esperam ver aprovado o Projeto de Lei da Câmara n° 122, que criminaliza a homofobia. Mas a escola e os profissionais da educação também têm o papel fundamental de quebrar preconceitos desde cedo, discutindo as diferenças e o respeito à diversidade. O combate ao preconceito tem que começar nas escolas.


Para ajudar nessa tarefa, a CNTE lançou a campanha "Educação sem homofobia" e disponibilizou um jornal-mural sobre as atividades e discussões em torno da III Marcha de Combate à Homofobia. A publicação apresenta informações sobre o Dia Internacional de Combate à Homofobia, o PLC 122 e os avanços nas políticas de combate ao preconceito. O material vai ajudar professores e alunos a debaterem o tema em sala de aula, fazerem atividades, se mobilizarem. Para obter o jornal mural, clique aqui.


Fonte: Cnte.org.br

domingo, 6 de maio de 2012

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA- OFICINA SOME





Aconteceu no dia 04/05/2012, na escola São Benedito, comunidade de São Lopes- Bujaru-Pa a primeira de uma série  de oficinas que serão realizadas nos pólos de Bujaru sobre gravidez na adolescência. A escola é atendida pelo Sistema de Organização Modular de Ensino-SOME.
Os ensinamentos sobre essa temática não é apenas o cumprimento de um conteúdo programático, mas fundamentalmente, uma questão de cidadania. A escola não deve apenas preparar para o mercado de trabalho ou para o vestibular. Todo educador que se preze tem que ter essa visão e pô-la em prática. A escola deve fundamentalmente educar para  a vida e o SOME tem e deverá sempre ter esse viés.




É comum no nosso retorno as comunidades onde desempenhamos nossa árdua  e importante missão de educador, percebermos que um inúmero considerável de meninas pararam de frequentar a escola em função da gravidez precoce. Enquanto educadores, não podemos ficar alheios a essa dura realidade, pois, como sabemos, quando essas meninas engravidam elas  se sentem pressionadas a sair da escola porque são submetidas a  uma série de constrangimentos. Aliada a questões vexatória, vem a questão econômica-social  pois uma das primeiras atitudes da adolescentes pressionada muitas vezes  pela própria família,  é o abondono da escola.  

Um fato preocupante é que  assistência a saúde pública que quase  não existe ou é precaríssima pois não contam serviços, como creches, que poderiam cuidar dos  filhos dessas adolescentes no horário das aulas. Na zona rural, esse serviço não existe e por isso mesmo, a jovem mãe, assume a responsabilidade dos afazeres domésticos e a escola fica num plano insignificante. No outro lado questão social estão os garotos, que embora numa proporção menor, eles também é trocam  a escola pelo trabalho para poder sustentar a criança.







Das orientações que constaram sobre a prevenção ministrada durante a oficina, métodos anticeptivos, dominou a maior  parte da oficinal com destaque para o uso do preservativo como mecanismo de segurança para evitar uma DST, com destaque para o problema da AIDS, comum em todas as faixas etárias mas que vem trazendo consequências traumáticas aos adolescentes em especial.

Foi alertado que a evasão escolar pode aumentar a probabilidade da  jovem vir a ter mais de uma gravidez. Mulheres que geram o primeiro filho mais cedo, geralmente, acabam tendo outros.





Foi mostrado que há uma  forte correlação entre as taxas de gravidez juvenil e as baixas taxas de escolarização e de renda, ou seja, aumentando o grau de escolaridade, diminui o numero de meninas grávidas, daí a importância delas avançarem em seus estudos e ainda que "As meninas que estão na escola têm melhor qualidade de vida, auto-estima elevada e um maior controle sobre sua vida sexual e reprodutiva, retardando a gravidez", de acordo com o especialista em segurança alimentar e integrante do Comitê Permanente de Nutrição da ONU, Flávio Valente.

Ainda com base nas orientações importante para a sexualidade das adolescente foi explicado que a mulher só está madura para dar à luz do ponto de vista biológico, em média três anos após primeira menstruação, porque antes disso seu corpo ainda está em crescimento.








A oficina constou de diversos quadros um dos quais era  “tô louco(a) prá saber” no qual ao alunos poderiam tirar suas maiores dúvidas sobre sexualidade, garantindo-lhes o anonimato. Surgiram perguntas “ilárias” e respondondidas pela equipe de professores da maneira mais transparente e natural possível. A oficinal constou além da equipe de professores (Valdivino Cunha, Ribamar de Oliveira, Beatriz Brito, Valdecir Alves e Lásaro) esteve também a participação dos professoras da rede municipal, além de pais de alunos e da comunidade de São Lopes.









Valdivino Cunha é Sociólogo do SOME.

Maior projeto de inclusão social da Amazônia fez aniversário


O maior projeto de destaque de inclusão social do Amazônia Sistema de Organização Modular de Ensino-SOME projeto da Secretaria Estadual do estado do Pará, completou no dia 15 de abril, 32 anos de existência.
Com o SOME que atua no ensino básico da zona rural do estado, na maioria das vezes, é a única oportunidade em que um segmento da sociedade pode, realmente, estudar e que considero mais excluídos da sociedade, que são os moradores das comunidades rurais.  

Para o professor doutorando João Gomes Tavares Neto, em sua dissertação O Lado Instituite das Políticas Públicas de Educação no Estado do Pará e o Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, enfatiza que o SOME é “a expansão das oportunidades de ensino básico para os municípios do estado do Pará”. Para o autor da dissertação “O SOME é um projeto especial criado pela Fundação Educacional do Estado do Pará em 1980 e desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação a partir de 1982 até o presente momento. Este projeto tem como finalidade ofertar ensino médio para suprir as demandas do interior do Estado”.

Enquanto para o professor Francisco Edson Sousa de Oliveira, em sua dissertação O Ensino Modular em Pequenas Comunidades da Amazônia aborda que “No estado do Pará algumas circunstâncias específicas motivaram a implantação do SOME – 2º Grau como: a falta de escolas e professores qualificados nos municípios, pressões locais em torno da implantação desse grau de ensino, situação financeira do estado, que não permite atender a essa demanda via ensino regular, o que remonta ao quadro geral de problemas no Sistema Educacional Brasileiro, tanto endógeno como os que extrapolam o cotidiano da escola (...)”.

E num relatório preliminar de pesquisa realizado pela Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia, que o “SOME (...) visa garantir a oferta do ensino fundamental e médio aos alunos que moram em regiões em que não haja oferta desses níveis de ensino regularmente pelo poder público”.

Portanto, nesses 32 anos, o projeto SOME vem contribuindo decisivamente para a educação da Amazônia e pela dimensão territorial que temos e enquanto não aparecer outro projeto eficaz que substitua o SOME, com certeza, irá durar mais 32 anos.

sábado, 5 de maio de 2012

Lula recebe títulos de Doutor Honoris Causa das universidades públicas do Rio

Lula recebe títulos de Doutor Honoris Causa das universidades públicas do Rio

Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência


Por Rodrigo Mathias
A cerimônia de entrega dos títulos de Doutor Honoris Causa das cinco universidades públicas do Rio de Janeiro (UFRJ, UERJ, Unirio, UFRRJ e UFF), para o ex-presidente Lula, acabou se transformando em um ato de exaltação da política educacional colocada em prática pelo Governo Federal nos últimos nove anos.
Os reitores foram unânimes em ressaltar o aumento do investimento estatal nas universidades públicas, principalmente se for feita uma comparação com o quadro de sucateamento visto nos anos anteriores:
“Lula, que não possui formação universitária, fez mais pela educação do país do que todos os presidentes letrados que o antecederam”, afirmou o reitor da UNIRIO, Luiz Pedro San Gil Jutuca, para delírio da platéia. “Durante muito tempo só se falava em sucateamento do ensino no meio universitário, atualmente falamos apenas em expansão”, completou o reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Ricardo Motta Miranda, que fez questão de ressaltar a importância do trabalho do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, presente na plateia.
Esse foi o 12o título de Doutor Honoris Causa concedido ao ex-presidente, homenagem concedida àqueles que, independentemente de sua formação acadêmica, tenham dado uma grande contribuição à sociedade nas áreas da educação, cultura ou humanidade. Carlos Antônio Levi, reitor da UFRJ, resumiu bem a importância da concessão dessa honraria a Lula:
“Até pouco tempo era uma utopia ver um filho do sertão, que veio para o Sul maravilha tentar a vida, ganhar um título de Honoris Causa. Hoje vemos isso se tornar realidade”, afirmou.
O evento foi também uma boa oportunidade para a platéia acompanhar de perto como anda a recuperação da saúde do homenageado. Como no evento no dia anterior, Lula chegou ao palco do Teatro João Caetano, no Centro do Rio, caminhando com dificuldades e amparado por um acompanhante. A honra dessa vez coube à ex-ministra da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, Nilcea Freire.
Lula mostrou que a voz está praticamente toda recuperada, mas pediu desculpas aos convidados por ter que fazer duas coisas que não gosta: discursar sentado e não falar de improviso. Ele agradeceu a homenagem conjunta das universidades fluminenses, citando as dificuldades que teve para conseguir estudar durante sua infância:
“Vocês não sabem o que essa homenagem significa para alguém que não teve as oportunidades de estudo que toda criança deveria ter, mas que sempre acreditou no potencial libertador da educação”, afirmou. Demonstrando a costumeira humildade, ainda completou. “Entendo essa honraria não como uma homenagem pessoal, mas sim como uma exaltação ao povo brasileiro, por ter feito pacificamente uma verdadeira revolução econômica e social nos últimos 9 anos”.
Veta, Dilma!
O ex-presidente agradeceu a presença da presidenta Dilma que, mesmo sem ter feito discurso, foi a figura mais destacada do evento, depois, é claro, do homenageado. Ovacionada pela plateia ao ter seu nome anunciado, Dilma recebeu de forma bem humorada a solicitação da mestre de cerimônia, Camila Pitanga, que quebrou o protocolo para pedir à presidenta o veto ao Código Florestal, para o delírio do público presente.
Cotas
A reserva de cotas nas universidades públicas, que recentemente foi considerada constitucional por unanimidade no STF, foi um dos principais assuntos das falas. O reitor da UERJ, Ricardo Vieiralves, foi longamente aplaudido ao lembrar que a universidade fluminense foi pioneira na garantia da reserva de cotas étnico-raciais para o preenchimento de suas vagas. O tema também foi citado pelo homenageado, que afirmou ter convicção de que a política de cotas dará uma imensa contribuição para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Reuni e Prouni
Contestados pelos setores sectários, presentes nas universidades do país, o Reuni e o Prouni também tiveram grande destaque nos discursos dos componentes da mesa. Ao defender os programas, Lula fez questão de ressaltar o bom desempenho acadêmico dos alunos que puderam entrar na universidade graças a essa política:
“Bastou uma chance para a população brasileira derrubar o mito elitista de que a expansão do ensino universitário não é compatível com a qualidade”, afirmou.
Cobranças
Apesar dos elogios dos reitores à política educacional dos governos de Lula e Dilma, a presença da presidenta e do ministro da Educação, Aluízio Mercadante, na cerimônia gerou algumas reivindicações:
“A melhoria do ensino superior brasileiro é bastante expressiva, mas para avançarmos mais precisamos garantir o aumento do magistério e a alocação dos 10% do PIB para a educação”, defendeu o reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto de Souza Salles.
A cerimônia de entrega dos títulos de Doutor Honoris Causa das cinco universidades públicas do Rio de Janeiro - UFRJ, UERJ, Unirio, UFRRJ e UFF - para o ex-presidente Lula, acabou se transformando em um ato de exaltação da política educacional colocada em prática pelo Governo Federal nos últimos nove anos. O evento aconteceu na manhã desta sexta-feira (4), no Centro do Rio.


Os reitores foram unânimes em ressaltar o aumento do investimento estatal nas universidades públicas, principalmente se for feita uma comparação com o quadro de sucateamento visto nos anos anteriores:
“Lula, que não possui formação universitária, fez mais pela educação do país do que todos os presidentes letrados que o antecederam”, afirmou o reitor da Unirio, Luiz Pedro San Gil Jutuca, para delírio da platéia. “Durante muito tempo só se falava em sucateamento do ensino no meio universitário, atualmente falamos apenas em expansão”, completou o reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Ricardo Motta Miranda, que fez questão de ressaltar a importância do trabalho do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, presente na plateia.


Esse foi o 12o título de Doutor Honoris Causa concedido ao ex-presidente. A homenagem é reservada àqueles que, independentemente de sua formação acadêmica, tenham dado uma grande contribuição à sociedade nas áreas da educação, cultura ou humanidade. Carlos Antônio Levi, reitor da UFRJ, resumiu a importância da concessão dessa honraria a Lula:
“Até pouco tempo era uma utopia ver um filho do sertão, que veio para o Sul maravilha tentar a vida, ganhar um título de Honoris Causa. Hoje temos o prazes de ver isso se tornar realidade”, afirmou.


Recuperação


O evento foi também uma boa oportunidade para a plateia acompanhar de perto como anda a recuperação da saúde do homenageado. Como no evento no dia anterior, Lula chegou ao palco do Teatro João Caetano, no Centro do Rio, caminhando com dificuldades e amparado por uma acompanhante. A honra dessa vez coube à ex-ministra da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, Nilcea Freire.


Lula mostrou que a voz está praticamente recuperada, mas pediu desculpas aos convidados por ter que fazer duas coisas que geralmente não gosta: discursar sentado e não falar de improviso. Ele agradeceu a homenagem conjunta das universidades fluminenses, citando as dificuldades que teve para conseguir estudar durante sua infância:


“Vocês não sabem o que essa homenagem significa para alguém que não teve as oportunidades de estudo que toda criança deveria ter, mas que sempre acreditou no potencial libertador da educação”, afirmou. Demonstrando a costumeira humildade, ainda completou. “Entendo essa honraria não como uma homenagem pessoal, mas sim como uma exaltação ao povo brasileiro, por ter feito pacificamente uma verdadeira revolução econômica e social nos últimos 9 anos”.


Veta, Dilma!


O ex-presidente agradeceu a presença da presidenta Dilma que, mesmo sem ter feito discurso, foi a figura mais destacada do evento, depois, é claro, do homenageado. Ovacionada pela plateia ao ter seu nome anunciado, Dilma recebeu de forma bem humorada a solicitação da mestre de cerimônia, Camila Pitanga, que quebrou o protocolo para pedir à presidenta o veto ao Código Florestal, para o delírio do público presente.


Cotas


A reserva de cotas nas universidades públicas, que recentemente foi considerada constitucional por unanimidade no STF, foi um dos principais assuntos das falas. O reitor da UERJ, Ricardo Vieiralves, foi longamente aplaudido ao lembrar que a universidade fluminense foi pioneira na garantia da reserva de cotas étnico-raciais para o preenchimento de suas vagas. O tema também foi citado pelo homenageado, que afirmou ter convicção de que a política de cotas dará uma imensa contribuição para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.


Reuni e Prouni


Contestados pelos setores sectários, presentes nas universidades do país, o Reuni e o Prouni também tiveram grande destaque nos discursos dos componentes da mesa. Ao defender os programas, Lula fez questão de ressaltar o bom desempenho acadêmico dos alunos que puderam entrar na universidade graças a essa política:
“Bastou uma chance para a população brasileira derrubar o mito elitista de que a expansão do ensino universitário não é compatível com a qualidade”, afirmou.


Cobranças


Apesar dos elogios dos reitores à política educacional dos governos de Lula e Dilma, a presença da presidenta e do ministro da Educação, Aluízio Mercadante, na cerimônia gerou algumas reivindicações:
“A melhoria do ensino superior brasileiro é bastante expressiva, mas para avançarmos mais precisamos garantir o aumento do magistério e a alocação dos 10% do PIB para a educação”, defendeu o reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto de Souza Salles.


Rio de janeiro


Mesmo lendo seu discurso, Lula mais uma vez não deixou a desejar no quesito empatia. Ao falar de sua relação com o Rio de Janeiro, o ex-presidente afirmou que a cidade é a capital da alma brasileira e arrancou risos do público ao falar de suas viajens à capital fluminense:
"Frequento o Rio há mais de 40 anos e nunca me levaram na praia", brincou.


* Rodrigo Mathias é jornalista e redator do Portal da DS.