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quarta-feira, 19 de março de 2014

POLÍTICA DE FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL










Entre a programação da paralisação que acontece em diversas categorias de trabalhadores do estado do Pará, o Sindicato dos trabalhadores em educação pública – Sintepp promoveu seminário sobre a POLÍTICA DE FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL, com a exposição da Dra. Dalva Valente Guimarães Gutierrez, do Grupo de estudos em gestão e financiamento da educação, da Universidade Federal do Pará – Ufpa. Após a explanação foi aberto para questionamento em relação ao assunto abordado, com várias intervenções dos presentes.






Os objetivos da palestra foram:
1 – Situar o contexto da politica de financiamento da educação brasileira;
2 – Identificar a Origem/Fonte dos recursos para a Educação;
3 – Caracterizar e identificar os valores do FUNDEB, do Salário Educação e dos Programas de FNDE;

4 – Situar as perspectivas de luta em relação ao financiamento da Educação no contexto do novo PNE-Plano Nacional de Educação.






Para que se entenda melhor a situação do tema, a Dra. Dalva Gutierrez abordou o financiamento da educação que representa uma clara intervenção do poder público numa área que se define como direito da cidadania, com condições materiais de viabilização da democratização da educação com qualidade e dever do Estado (União, Estados, Municípios em suas respectivas áreas de competência), deve ser oferecido pelos entes federados em regime de colaboração.







A Professora, também explicou  o processo histórico de vinculação de recursos de 1934 aos dias atuais, considerado pelo bloqueio de fundamental importância.

Nesta perspectiva, frisou que o aluno do ensino médio rural o custo é de R$2.971,24 por ano, o que vale para nossos alunos do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME; enquanto que o aluno do fundamental corresponde  R$2.628,40.


Outro dado interessante que foi exposto corresponde ao número de matrículas que no momento representa 70% para os municípios e 30% para o estado. Já que arrecadação corresponde aos alunos matriculados, neste caso a maior arrecadação fica com os municípios.


A programação foi excelente.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Perspectivas 2013






“QUEM AQUI SE TORNOU SERVIDOR POR OBRIGAÇÃO? TENHO ABSOLUTA CERTEZA QUE NINGUÉM AQUI FOI OBRIGADO A ENTRAR NO SERVIÇO PÚBLICO! PORTANTO SE ALGUÉM AQUI ACHOU QUE IA FICAR RICO ENTRANDO NO SERVIÇO PÚBLICO, SE ENGANOU!”
           
             Simão Jatene (22.09.2011) – Teatro Maria Silvia Nunes (Estação das Docas)



Com esse discurso deu para perceber qual o cenário para o ano de 2013? Levando em consideração o aspecto educacional, no estado do Pará., a posse dos novos prefeitos, que aconteceu no dia 01 de janeiro, não foi novidade para a população, onde deixam bem claro, a prioridade, à contenção de despesas, e desse discurso é um alerta como será a educação em nosso estado, onde é uma atividade que não gera lucro, a não ser para as escolas particulares.



Tratando do ensino público, estadual ou municipal, a situação será de caos, já que percebemos nesta virada de ano, aproximadamente 40 municípios de estado do Pará não estavam em dias com os pagamentos dos servidores. Tem município, que não pagou novembro, dezembro e o 13º salário. Já pensou como se encontra a situação dos nossos colegas de profissão, e será que receberão?



Em Ananindeua e Belém, ainda não aconteceram à municipalização do fundamental maior (5ª 6ª. 7ª e 8ª série). Já pensaram nossos educadores que atuam, principalmente nessas séries, se os tucanos com essa contenção de despesas resolverem municipalizar, como ficarão a CH de nossos colegas? Com certeza, não haverá turmas disponíveis para todos os educadores efetivos, sem falar nos contratados.



Penso também que a situação da saúde dos servidores do estado não vai ser fácil, já que parte significativa de convênios relacionados ao PAS está sendo descredenciado, dificultando, portanto, a marcação de consultas e cirurgias para os servidores.



Interessante que mesmo com tudo isso, o nosso sindicato (Sintepp – grupo majoritário), fica se omitindo, calado, não faz nada; enquanto isso a categoria padece nas mãos desses acordos políticos e é quem mais sofre. 

sexta-feira, 4 de março de 2011

As lacunas da política educacional brasileira


                                                                                                            Fernando Capez

Vivemos nos dias de hoje uma crise geral. Fala-se em crise nos órgãos de segurança pública, no sistema penitenciário, no Direito Penal, na Febem, sempre desconsiderando o fato de que todo esse estado de coisas é um reflexo da crise da sociedade em seus mais amplos espectros.

A trajetória de violência que vem se desenvolvendo em nosso país é produto de uma das mais graves crises: a da educação, pedra angular da formação dos indivíduos e do Estado Democrático de Direito. Quando esse segmento da atividade humana fracassa, não há política de segurança pública que possa conter a onda de criminalidade.

Sem as normas educacionais, morais e religiosas, que atuam na formação e na inibição do indivíduo para a prática de crimes, dificilmente o Estado conseguirá conter a criminalidade. A sociedade desorganizada e deseducada continuará sendo uma “fábrica” de criminosos, e o Estado, na mesma proporção, continuará despendendo dinheiro público para conter tais criminosos.

É um grande círculo vicioso que só a educação poderá romper. No entanto, há anos o Poder Público atua com descaso na formação dos indivíduos. Muitas vezes as escolas construídas são verdadeiras mega-estruturas, como os CEUs, mas não contém o que realmente importa: condições para a formação do indivíduo como cidadão, isto é, como indivíduo construtor de sua trajetória individual e social. Sendo assim, o Estado Democrático de Direito, sem cidadãos formadores de opinião, participativos e conscientes, é uma verdadeira falácia.

O Poder Público se esquece que a formação do cidadão não se resume à construção escolas e à inserção dos menores nessa estrutura. Até porque a maior parte desses menores advém de ambiente familiar nocivo, onde imperam maus-tratos, drogas e álcool. E que é pior: os próprios menores já se encontram num quadro de alcoolismo e de dependência química.

Infelizmente, as escolas não têm estrutura nem um projeto para a fixação desses indivíduos nos bancos escolares. Mas como fixar as crianças e adolescentes nas escolas? Como fazer para que permaneçam nos bancos escolares sem que seja em troca de merenda escolar? Como estimular esses indivíduos para que o estudo seja um desafio em suas vidas?

Como podemos, ao lado da formação educacional, tratá-los psicologicamente, para que as frustrações pessoais não desencadeiem processos auto-destrutivos que levam às drogas, à bebida e ao crime? E como tratar aqueles que já se encontram nesse quadro?

Podemos fazer algumas constatações a respeito da atual crise no sistema educacional:

• Está havendo a politização da educação em detrimento de uma política educacional;

• A preocupação política reside em disponibilizar verbas sem ao menos ter uma proposta clara de Projeto Educacional;

• As tentativas feitas até então se distanciam da busca da reconstrução do indivíduo como cidadão crítico, criativo e participativo;

• O Estado buscou a universalização do ensino, a sua democratização através da construção de escolas, mas isso não implicou necessariamente na manutenção do indivíduo nos bancos escolares;

• Uma política educacional não se resume tão somente em verbas destinadas a cobrir as deficiências; ultrapassa esse plano, pois envolve pessoas com suas potencialidades e papéis a desempenhar na sociedade, que por alguns fatores de ordem social, econômica, cultural e educacional estão sendo desvirtuados das finalidades consubstanciadas nos proponentes da educação como processo formativo e informativo;

• É preciso que as autoridades tomem consciência da importância de se investir na educação como uma das formas mais relevantes de formação de cidadania no que diz respeito ao seu compromisso social, onde o indivíduo possa aprender a atuar conforme os padrões morais, éticos e legais, canalizando toda a sua potencialidade de forma transformadora.

Podemos concluir que:

• É preciso que se opere uma transformação do papel do professor como agente de mudança para as novas gerações. O professor é a pedra angular do projeto de transformação do indivíduo;

• É necessário encontrar formas de manter o vínculo do menor com os bancos escolares;

• Para que isso se dê, são necessários projetos em parceria, em que os esforços do Estado vão ao encontro dos da sociedade, destacando o papel das universidades, associações e fundações como mediadores nessa integração do sujeito em formação. Precisamos de um Projeto de Reconstrução da Cidadania;

• Há também a necessidade da instituição da escola em tempo integral, na qual se trabalha o aprimoramento da educação da criança nos aspectos físico, psíquico, intelectual e de socialização, onde haja uma grade de aulas diversificada, que inclua não só matérias curriculares, mas também extracurriculares, como artes, aulas de ballet, karatê, capoeira, artesanato, jogos intelectuais, xadrez, higiene pessoal, musicalização, formação humana, oratória para crianças, línguas estrangeiras, artes, literatura infantil, esportes, educação ambiental, entre outros;

• Ao lado disso, o Poder Público deve assegurar atendimentos por psicólogos e assistentes sociais a alunos das escolas públicas de educação básica que deles necessitarem;

• É preciso, enfim, ter em mente que a auto-estima do sujeito está vinculada à sua capacidade de percepção e consciência enquanto indivíduo autor e construtor de seu próprio projeto de vida. Quando se perde esse sentido, desencadeiam-se processos que o levam à sua própria autodestruição, levando às drogas, ao álcool e à violência. È fundamental despertar para o acompanhamento, tanto do ponto de vista da prevenção como do resgate da pessoa por meio da educação.