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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Doação de Livro para Biblioteca do Campus de Abaetetetuba (UFPA)

 





O volume III da Coleção Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: o Sistema de Organização Modular de Ensino foi doado para Biblioteca Professora Conceição Solano, Campus de Abaetetuba, Universidade Federal do Pará - UFPA pelo Professor Sérgio Bandeira do Nascimento, um dos Organizadores, juntamente com os professores Marina de Sousa Costa e José Ribamar Lira de Oliveira.





Desde o lançamento do volume I em 2020 e do volume II em 2022, os Organizadores têm realizado a doação dos volumes para bibliotecas públicas do Estado do Pará, proporcionando acesso as leituras, pesquisas e estudos para acadêmicos que não possuem condições de adquiri-los.





O Volume III da coleção "Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: o Sistema de Organização Modular de Ensino" conta com a participação, além dos Organizadores, de Autores como Carlos Alberto Prestes, Flávio Figueredo Santos Filho, Agenor Sarraf Pacheco, Altelmara de Sousa Silva, Luciandro Tássio Ribeiro de Sousa, Tânia Suely Azevedo Brasileiro, Luiza Cardoso de Melo, João Paulo da Conceição Alves, Gevanildo dos Santos Silva, Auristeles de Sousa Silva, Edinilson Sérgio Ramalho de Souza, Cláudia do Socorro Carvalho Miranda, Iorque Garcia Filgueiras e Francisauro Fernandes da Costa.


Com as publicações dos três volumes e doações pelos Organizadores e Autores, tem ampliado os novos estudos em diversos temas tendo o SOME como foco de estudo e possibilitando visibilidade dessa importante política pública da Amazônia paraense, que completou 45 anos, atendendo os filhos dos camponeses, quilombolas, indígenas, assentamentos, extrativistas, ramais, estradas e ribeirinhos 


Interessad@s em adquirir, entre em contato com os Organizadores e Autores. 


segunda-feira, 19 de maio de 2025

Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: o Sistema de Organização Modular de Ensino, Volume III, Lançamento no Município de Abaetetuba

 




Convite 


Convidamos tod@s para o lançamento do livro: EDUCAÇÃO EM REPERTÓRIO DE SABERES: O SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO MODULAR DE ENSINO/SOME - VOL III, com a seguinte PROGRAMAÇÃO:

Local: Auditório Central do Campus Universitário de Abaetetuba - UFPA 

Data: 13/06/2025                          

Horário: 9h às 12h:30

Mesa de abertura - 9h-9h:45 

Representante coordenação do Campus Abaetetuba, Representante da FAECS, Representante dos Organizadores do livro, Representante dos Professores do SOME e Representantes dos Alunos/ex alunos do SOME.

Mesa 01 - 9:45 – 10h 

Artigo: “O Menino sonhador e as memórias do Magistério no Marajó” - Prof. Dr. Agenor Sarraf (UFPA)

Artigo: “Narrativas (auto)biográficas de um egresso do SOME sobre as travessias educativas ribeirinhas em territórios do campo amazônico” -  Prof. Me. Francisauro Costa (UFOPA/ Doutorando/UFAM)

Intervalo – 10h. – 10:30 

Café e Agenda Cultural - Apresentação musical/dança e visitação à exposição fotográfica de discentes e docentes do SOME/Abaetetuba)

Mesa 02 - 10: 30 – 11:45 

Artigo: “Interfaces sobre as condições de oferta e a Infraestrutura do SOME em uma escola do campo no município de Oeiras do Pará (PA)” 

Profa. Doutoranda Luiza Antônia Melo(SOME/SEDUC)

Artigo: “Avaliação Exploratória do Projeto de Organização Modular de Ensino Fundamental: Um Estudo de Caso no Pará (Brasil)” 

Profa. Dra Claudia Miranda (UEPA/UFPA)

11:45 – 12:30 – Sessão de autógrafos/Livros

12:30 – Encerramento

domingo, 24 de julho de 2022

UMA EXPERIÊNCIA NOS RIOS DE ABAETETUBA


     Isto não é ficção, é uma história real, de pessoas reais que aconteceu nos idos de... algumas décadas passadas. E vamos começar por onde se deve começar. Pois bem, essa história tem seu ponto de partida em Belém do Pará, na secretaria estadual de educação. Não é um conto. É uma crônica da vida como ela é. Sem fantasias, sem estrelismo, sem super-heróis com capas voadoras e olhos com poderes de energia nuclear. Então, tudo começa assim. O Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, política pública que tem 42 anos de atividades pedagógicas, pelos interiores do Estado do Pará, abriu processo seletivo em 2011 para o referido setor da Secretaria Estadual de Educação – SEDUC, sendo que, na ocasião, foram chamados diversos professores para atuarem no ensino médio.



     Dentre os professores, um se apresentou para o coordenador geral e este lhe disse que iria manda-lo para uma comunidade quilombola ribeirinha, no município de Abaetetuba. O professor olha para o coordenador a sua frente e, sem esperar mais nada, pergunta se seria possível lhe enviar para um local onde houvesse estrada, chão batido, onde pudesse pisar com segurança sem correr o risco de afundar os pés literalmente  nas águas desconhecidas do Abaeté. Pois assim, dizia, trabalharia muito mais feliz. No entanto, recebe a notícia de que só havia vaga naquela localidade para onde foi designado. Era pegar ou largar.



     Não houve jeito, teve que se contentar com o que a sorte lhe reservara. Levantou-se, deu meia volta e despediu-se. Tomando o caminho da rua, foi para casa muito pensativo, muito provavelmente, pensando na aventura que seria essa viagem por águas completamente desconhecidas para ele. Será que não corria o risco da embarcação afundar? Será que isso já não tinha acontecido antes com algum outro professor, ou outra pessoa qualquer?



     Aquele professor nunca havia feito qualquer tipo de viagem por rio; era homem da cidade, urbano, gostava de morar na selva de pedras, estava acostumado com o dia-a-dia das buzinas infernais, com o congestionamento do trânsito, com a poluição do cigarro e das fábricas que vão envenenando o ser humano de pouquinho em pouquinho sem que perceba, ou, se percebe, já nem liga.



     Aquela notícia da sua partida imediata chegara aos seus ouvidos na quinta-feira, e, no domingo, já teria que estar viajando para a sede do município, porque, na segunda-feira, bem cedinho, teria que se deslocar para a localidade onde iria exercer suas funções de educador. E não teve jeito. Teve que ir de rabeta mesmo. E o que é uma Rabeta? É um pequeno motor de propulsão que, acoplado na traseira de pequenas embarcações ou barcos, é conduzido manualmente, com a ajuda de um bastão que determina as direções. Por extensão, é uma pequena embarcação com esse motor, ou seja, uma canoa motorizada.


    No domingo, no horário da tarde, pega o ônibus que o levaria à rodoviária, no centro de Belém, em São Brás. Ao chegar, encontra com alguns professores que iriam para o mesmo município que ele. Apresentaram-se, foi um momento de descontração e entrosamento do grupo. Tomaram o ônibus e partiram rumo à Abaetetuba. A viagem não foi longa, mas deu tempo de conversarem e se conhecerem melhor. Ao chegarem à sede do município, dirigiu-se ele e parte dos professores para um hotel, onde passariam a noite. Outra parte do grupo foi para a casa de amigos ou parentes.



     No outro dia, bem cedo, acordam e encaminham-se para o refeitório, a fim de tomar o café da manhã com pão quentinho e manteiga. Todos já devidamente preparados com suas mochilas nas costas. A equipe desse professor era composta por três pessoas: ele e mais dois professores. Depois do desjejum, um dos amigos toma a iniciativa de convidá-los para se deslocarem até um porto particular, de onde sairiam numa rabeta em direção à localidade onde foram lotados.



     Ao chegarem ao porto, o professor percebe rapidamente que havia vários outros professores e professoras procurando se arrumar no pequeno casco. Todos iriam viajar no mesmo casco que ele? Com certeza, o professor se fez essa pergunta várias vezes, quase não querendo acreditar naquela possibilidade. Quantos? Seis, sete, dez? E todo mundo se equilibrando, encostado um no outro, de costas para as águas. Quem sabe, aquele professor estivesse pensando: “Será que vale a pena passar por tudo isso pra ganhar um pouco mais, uma ajuda de custo, um adicional no contracheque?”.  Mas logo, logo, o gelo é quebrado e alguém apresenta o rabeteiro (o que pilota a rabeta) e convida o professor para entrar no casco. Com muito cuidado, conseguiu descer da ponte do porto para dentro da rabeta, agasalhando-se com alguma dificuldade junto dos outros colegas. Que momento sublime! Inusitado! Esses e outros pequenos momentos que ninguém podia imaginar, mas que iriam, depois de décadas, entrar para os anais das memórias do SOME. E que memórias. A história se imortaliza nos pequenos e quase despercebidos detalhes, coisas tão simples das quais muita gente pode achar que não vale a pena se debruçar sobre os papeis em branco, com pena e tinta, numa escrivaninha do quarto de dormir e escrever, e escrever, e escrever até a noite findar e os primeiros raios de sol adentrarem pelos vidros da janela e desmancharem a penumbra do quarto. Não! A obra não pode ficar pra depois, tem que ser escrita para que não se perca nas esquinas de pedras.



     Era a primeira aventura no mar daquele professor. Era um marinheiro de primeira viagem, estava inseguro sim, porque aquilo tudo era desconhecido para ele. Mas, ao se deparar com a tranquilidade dos outros que estavam a bordo, conversando animadamente, trocando informações, desejou uma boa viagem a todos e aceitou o seu destino. O rabeteiro deu a partida no motor, que roncou forte, soltando um pouco de fumaça; o barco começou a se movimentar e a se afastar do porto, enquanto o professor segurava firmemente com suas mãos na beira do casco atrás de si. Era visível o seu nervosismo, como que sentisse um calafrio passando entre suas espinhas. Ao mesmo tempo, via a tranquilidade das professoras e de seus colegas, pareciam acostumados àquela vida.



       - Seja o que Deus quiser! Pensou.



     Já subindo o rio, a rabeta se encontrava, volta e meia, com pequenas ondas, movimento que as águas faziam quando se deparavam com as embarcações. Esse balanço das águas que faziam chacoalhar a pequena embarcação provocava náuseas, enjoo e medo no professor, que via, assustado, o barco subir e descer o rio. Após duas horas e meia de viagem e um pânico silencioso vivido pelo nosso personagem principal (acho que somente ele sentiu isso), finalmente o rabeteiro encostou o casco na ponte da casa dos professores, desligou o motor e o barulho que estava deixando todo mundo surdo e sem poder conversar, cessou. Agora tudo era completo silêncio que dava pra ouvir o casco roçando a ponte e a corda sendo amarrada no tronco. Todos descem para a ponte em silêncio, carregando suas mochilas e, quem sabe, dentro delas, muitos sonhos, quilos e quilos de sonhos.



     Aquilo tudo foi uma verdadeira adrenalina, mas apenas o início da adrenalina para aquele professor. Uma experiência que ele não iria esquecer jamais em todos os anos de sua vida, passasse por onde passasse, estivesse onde estivesse, fizesse cinco ou quarenta anos, mesmo que conhecesse outros lugares, jamais esqueceria aquela inusitada experiência nos rios de Abaetetuba.



     É! Há certos caminhos que caminhamos, em que a educação nos faz refletir sobre o quão grande ela é. E percebemos que ela precisa de nós para melhorar o homem. Por isso, parodiando Milton Nascimento quando canta “todo artista tem que ir aonde o povo está”, eu digo: “Todo educador tem que ir aonde o aluno está”. E ponto final.

 

Por Prof. Ribamar Oliveira

Revisão Professor e Poeta Carlos Alberto Prestes

Belém, 24 de julho de 2022

domingo, 17 de janeiro de 2021

Precariedades do Ensino de Arte na Amazônia

 

Em sua Dissertação, que defendeu no mestrado no INSTITUTO PRESBITERIANO MACKENZIE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA, tendo como título Os limites e possibilidades do emprego de multimídias no ensino de arte no Município de Abaetetuba/Pará, ANGELINO GOMES FERREIRA JÚNIOR, São Paulo – SP, 2009, aborda o seguinte:

 

Trabalhando com as disciplinas, Educação artística para o ensino fundamental, Arte 2, para o ensino Médio, neste projeto de ensino modular (SOME), obedecendo, o rodízio de localidades, que cada equipe trabalha, pude observar  as peculiaridades  de cada região por qual passei, onde a comunidade e sua relação com escola apresentavam comportamentos bem diferenciados, no que diz respeito à relação, escola, aluno e professor. O diferencial se apresentava na localidade onde a presença dos pais era atuante, pois através de suas reivindicações diante dos poderes públicos, conseguia estabelecer o mínimo desejável. Em contra partida, em outras, ao chegarmos para ministrar a disciplina, sequer tinham as cadeira para os alunos no local também improvisado. por não suportar na escola, a demanda de alunos. Além da estrutura física deficitária e de recursos tecnológicos inexistentes, há também a evasão de alunos, o não comparecimento dos professores e a sua não permanência na localidade, seja pela não adaptação a este modo de trabalhar em educação, pois em muitos casos abandonam o módulo pelo meio, ou voltam na mesma hora que experimentam a realidade da comunidade e vão trabalhar os dois meses de cada módulo. Em outros casos a sua ausência diz respeito à falta de conduta profissional.

 

 

São várias análises que podemos repensar diante do contexto das práticas educativas do referido Professor do SOME, no município de Abaetetuba. Angelino Júnior enfatiza que as estruturas de funcionamento dessa política pública são precárias, inclusive, em muitas localidades as carteiras que tinham na sala de aula não atendiam o número de alunos matriculados em determinadas turmas. Isso é fato! Durante esse período, a imprensa divulgava em suas manchetes, como alunos “jacarés”. Porém, em outras localidades quando os pais eram atuantes, estes cobravam do poder público, a qualidade de ensino de seus filhos. Sem estrutura física e recursos tecnológicos que pudesse exercitar suas atividades pedagógicas, o Professor tinha dificuldade de trabalhar. Problemas que foram sendo detectados ao longo dos trajetos de sua pesquisa.

 

Além de outros fatores que não contribuem para o bom desempenho de aulas dignas e de qualidades como, a evasão escolar, que pelas dificuldades de sobrevivências, os alunos abandonam as aulas e ficam atrás de fontes de rendas para contribuir com a família. Sem contar os professores omissos com a educação e as suas atividades profissionais, que provocam a precariedade do ensino público nos interiores, através do SOME. Angelino frisa algumas situações em que o profissional não aparece para trabalhar nas localidades de funcionamento do Modular. Situações que ainda existem em algumas Unidades Regionais de Educacionais, no Estado.

domingo, 11 de outubro de 2020

O SOME no ensino fundamental

 









Segundo o parágrafo único do Artigo 2º da Lei Nº 7.806, de 29 de abril de 2014, trata: "O Ensino Modular é direcionado a expansão de oportunidades educacionais em nível de ensino fundamental e médio, para a população escolar do interior do Estado, onde não existir o ensino regular, de modo complementar ao ensino fundamental”¹.


Refletindo sobre a lei acima e o Sistema de organização Modular de Ensino – SOME, sendo uma política pública importante para o desenvolvimento do Estado, enquanto alternativa para os alunos que não têm oportunidades de estudar na zona urbana. Até antes de tornar o SOME uma política pública de Estado, ele era um projeto de governo, logo ao bel prazer de cada governante. A lei do SOME foi fruto de muita luta muito suor e labuta de companheiros e companheiras que sabiam a importância do projeto para a educação paraense no campo. 

 

O SOME quando foi idealizado em fins de 79 e inicio de 80 o principal propósito seria o ensino médio, porém, em meados da década de 1990 em diante, foi sendo readaptado para o ensino fundamental, atendendo as demandas de alguns municípios, entre eles: Aveiro, Abaetetuba, Ponta de Pedras, Bujaru, entre outros. Em 1994, passou a funcionar com o ensino de 5ª a 8ª séries, inicialmente na zona rural do município de Aveiro, no Tapajós, na localidade de Apacê, Cametá, Brasilia Legal e Santa Cruz. Neste mesmo ano, o SOME atendeu 12 localidades e cerca de 700 alunos do ensino fundamental. Expandindo localidades e cargas horárias nos interiores do Estado do Pará. 

 

Com a área territorial de nosso Estado e principalmente com a chegada de grande contingentes de pessoas oriundas de outros estados, além do crescimento da população através dos diversos projetos implantados na década de 80, 90 e 2000, o SOME se estrutura e funciona para atender também esse novo público.   

 

Atualmente só o município de Abaetetuba permanece com o SOME no ensino fundamental, gerenciado pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará – SEDUC, assim como no ensino médio. No livro Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino. Editora Paka-Tatu, 2020. (...)O projeto SOME/fundamental, nas comunidades ribeirinhas dos rios Ajuaí, Furo Grande, Itacuruçá e Urubuéua, no município de Abaetetuba, no período de 1996 a 2001, no intuito de reconstituir a história do projeto SOME/Fundamental por meio das reminiscências narradas pelos atores sociais envolvidos“. Artigo que ressalta o processo de implantação do SOME, no município de Abaetetuba².

 

Ressalto que a dissertação do ex-professor do SOME, Angelino Júnior, enfatiza características de uma das localidades, tendo como objetivo de estudo, a comunidade de Rio Doce, no município de Abaetetuba, de ensino fundamental: “Os moradores desta comunidade vivem quase que exclusivamente sobre as águas. As casas, na sua maioria são de madeira, cobertas por telhas de barro, produzidas em olarias de localidades próximas, ou de palha extraída de palmeiras locais. A maioria das casas tem o seu assoalho alteado, pois o movimento das marés inunda e escoa os arredores das casas todos os dias. Devido a esse fator, quase toda movimentação do povo desta localidade é feito através de barcos, casquinhos e rabêtas, que são pequenas embarcações com motores a diesel no centro de seu casco. Trabalham basicamente no extrativismo vegetal e animal, sua subsistência, complementado-a com a atividade artesanal voltada para o utilitário e comercial”³.

 

Destaco a dinâmica da estrutura e funcionamento do SOME em diversos municípios e localidades proporcionando uma educação melhor para os alunos/as dos interiores, tanto no ensino médio, quanto no ensino fundamental. Interessante mesmo, e termino com um depoimento de uma informante do referido município que participou de todo o processo de implantação do SOME nas localidades que contribuiu com o artigo citado, diz: “(...) Lembrei que antes de chegar o SOME na comunidade as meninas que não arrumavam logo um filho, fugia com namorado ‘Era moda do momento’ e os professores começaram a fazer campanhas, reuniões pra conscientização (...)”.

 

1 -  Lei Nº 7.806, de 29 de abril de 2014

 

2 - MIRANDA, Claudia; MORAIS, Célia; OLIVEIRA, Ana; MIRANDA, Haroldo. O SOME e a educação serpenteada entre ilhas e rios no município de Abaetetuba: Vivências e Práticas educativas IN COSTA, Marina; OLIVEIRA, Ribamar; BANDEIRA, Sérgio (Org). Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino. Editora Paka-Tatu, 2020.

 

3 – Júnior, Angelino Gomes Ferreira. “Os limites e possibilidades do emprego de multimídias no ensino de arte no Município de Abaetetuba/Pará”. Dissertação. Instituto Presbiteriano Mackenzie, do Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura, no ano de 2009,


sábado, 8 de fevereiro de 2020

Questões referentes a categoria dos Professores do Estado do Pará




                                                              *Cosmo Cabral       




1 - Em relação a propaganda enganosa do governo do Estado na mídia informando a opinião pública que já paga o Piso salarial do professor, o SINTEPP através de sua direção vai lançar um vídeo desmentindo o governador; 



2 - A SEDUC quer retirar o pagamento das aulas suplementares no mês de férias do professor; 



3 - A direção do SINTEPP aguarda a nova Secretaria de Educação assumir o cargo para agendar o inicio de negociação referente a pauta que reivindica;



4  -  Um dos principais pontos da pauta, esta relacionada  ao  Piso salarial da educação  que corresponde atualmente o valor R$ 2.886,7 4, cujo índice de reajuste foi de 12,47%;                   



5  - Vamos ter dificuldades com o governo de pagar o valor real do piso, alegando que o Estado não tem condições financeiras em arcar com o Piso  e  querer parcelar. o índice de 12,47%  ou propor um  índice mais rebaixado;      


6  -  A categoria já esta impaciente e começa se revoltar contra o governo e aguarda Assembleia do SINTEPP, para decidir os rumos da categoria em caso de intransigência do governo na mesa de negociação;




*O autor possui graduação em Direito, Pedagogia e Geografia. Sindicalista atuante no Sindicato dos Trabalhadores do Estado do Pará - SINTEPP.  Professor do SOME, lotado na Ure de Abaetetuba. 

sábado, 28 de dezembro de 2019

Reconstruindo a História e a Memória do SOME




Entrevista concedida pelo Professor Roosevelt, lotado em Abaetetuba, no dia 14.07.2010.


Segundo o referido Professor, "entrou no SOME, no ano de1986, para ser preciso, no dia 03 de junho de 1986, começando no município de Rondon do Pará, trabalhando no Curso de Contabilidade. Rondon, estava começando a se desenvolver, neste período, era só poeira.  E continua, a equipe era eu e o Professor Luís Carlos, no circuito de Rondon do Para, Rio Maria, Xinguara e Brejo Grande do Araguaia. Municípios do sul do Pará, na época o sul do Pará, era um bicho papão, as pessoas tinham medo de se deslocar, principalmente quando se falava em Rio Maria, porém, quando chegávamos lá desenvolvíamos nosso trabalho e não era nada disso que as pessoas falavam, quando se trabalha com a educação e quando levamos informações para os alunos a história vai mudando e trabalhei seguidamente quatro anos no sul do Pará, na qual a primeira turma de Rondon do Pará levou meu nome. Com o Curso de Contabilidade da época, os nossos alunos tiveram grande credibilidade junto às empresas, comércios, bancos, houve concursos e a maioria dos alunos foi aprovada nos concursos que realizavam, sendo beneficiados pelo SOME no Município".


E continua: "Depois fui removido para outros circuitos e lugares como Dom Eliseu, Tucumã, Ourilândia do Norte,... E sempre trabalhando com o Curso de Contabilidade".


O informante, vai relatando e resgatando importantes considerações como: "Interessante, Riba, é que o SOME sempre desenvolveu projetos de intervenções, dependendo da realidade da localidade ou município, nós executamos o Projeto em D. Eliseu em que os alunos foram conhecer a Serra de Carajás, que é a maior mina mineral do mundo, que fica no Estado do Pará e nós como paraenses não conhecíamos, elaboramos um projeto para ser aprovado pela Companhia do Rio Doce e levamos 40 alunos. A partir de Açailândia pegamos o trem até Parauapebas, onde a Vale proporcionou hospedagem, alimentação e todos foram bem recebidos na Serra dos Carajás".


Além disso, enfatiza que "Depois, comecei a trabalhar próximo de Belém, como São Francisco do Pará, Moju, Maracanã que é outra realidade, sempre desenvolvendo projetos e todo mundo sabe, que o SOME não é só sala de aula, o Módulo é muito mais que isso, trabalhar projetos nas comunidades, conscientizar nossos alunos, sempre reivindicando o que é de direito, aquilo o que pode ser melhor, aquilo que vai servir para vida dele e sempre debatendo a formação do cidadão e juntamente com os colegas, sempre participando das organizações dos professores. Lembro que quando trabalhava eu, o Professor Raimundo Rosário, o Professor Leonardo Pantoja, sempre tínhamos dificuldades, na época atrasava ajuda de custo (Gratificação hoje) e foi feito um Encontro no antigo Centro de Treinamento de Recursos Humanos - CTRH, em Marituba, com a Professora Glória Paixão (Diretora do 2º Grau) e estava acontecendo a discussão em relação à Ajuda de Custo que estava atrasada três meses e o Professor Raimundo do Rosário falou para a Professora Glória Paixão perguntando se o dinheiro era dela, parece que é seu e disse, o dinheiro é nosso, nós que pagamos impostos, enquanto os poucos professores paralisaram, depois conseguimos reverter o quadro, através de muita pressão".


Um dado importante também, abordado pelo Professor entrevistado: "Nesse momento, no segundo mandato de Jader Barbalho, depois do Governo de Hélio Gueiros, o interessante é que neste governo a Ajuda de Custo era paga em PRD (Folha suplemetar), e quando íamos atrás, sempre diziam que estavam sem previsão. No governo Jader, ele atrelou a Ajuda de Custo no contracheque o que amenizou o problema com 100% de gratificação em cima do bruto".


Assim, aborda "Paulatinamente, no final da década de 90 e inicio de 2000 os Cursos de Contabilidade e Magistério foram extintos, voltando a educação normal, sendo o professor readaptado as disciplinas afins, como no meu caso, que sou Contador, fui aproveitado na disciplina de matemática e comecei a trabalhar em outros municípios próximos de Belém como Igarapé-Miri, Moju, Abaetetuba, inclusive já trabalhando no ensino fundamental".


E deixa claro, "No Módulo as dificuldades são grandes, assim como são grandes os desafios, para o professor trabalhar no Módulo, ele precisa ter identidade interiorana, eu não tenho dificuldades, já que nasci no interior, sou de Ponta de Pedras, nascido e criado no interior, então as dificuldades que muitos colegas enfrentam eu não tenho, eu tiro de letra e tenho o Módulo não como segunda casa, porém, como primeira, porque eu vivo, eu sofro quando o Professor do SOME não é respeitado, não o respeito que merece, sofro quando colegas entram no Módulo sem compromisso que deveria ter, a gente tenta ajeitar e tenta amenizar, porém, é complicado".


O Professor enfatiza o lado politico do SOME, naquele momento:"Continuamos na luta, os governos passam e a gente contínua. Hoje tenho 24 (33 anos atualmente) anos de Módulo. Só tive dois empregos. Trabalhei sete anos no Colégio Moderno e entreguei o lugar e o SOME, só saio quando me aposentar. No inicio do Governo Ana Júlia, na localidade de Maúba, em Abaetetuba, adequamos o projeto da Rede Globo sobre Cidadania, onde com apoio de várias instituições nós conseguimos tirar documentos da comunidade que não possuíam, corte de cabelos, palestras, oficinas, etc. Foi interessante o trabalho. Mas sabe que as dificuldades são muitas. E qualquer atividade que você faça, envolve recursos, dinheiro. E sem dinheiro para trabalhar é complicado. O SOME tem 30 (39 anos atualmente) anos e eu particularmente tenho 24. Acho interessante no Módulo às mobilizações quando são necessárias. Lembro quando estava em Concórdia do Pará, em 2003, com as mudanças de Módulo para GEEM, tivemos que fazer atividades para conseguir recursos para mobilizar em prol do Módulo e conseguimos trazer cinco ônibus com alunos e deu tudo certo, porque não faltou nada em termos de alimentação, transportes, hospedagem, isso foi interessante, o mais interessante foi trazer o pessoal de Porto de Moz, saímos domingo 9 horas e chegamos a Belém 1 00 h da terça-feira, conseguimos trazer 20 alunos, fora que tínhamos mobilizado em Cachoeira do Arari. O importante, é que tivemos o apoio de algumas Prefeituras e quando as comunidades estavam reunidas, parecia um formigueiro humano, muito lindo, mesmo!".



E acrescenta informações fundamentais: "Marcamos uma concentração e chegou às delegações de Igarapé Miri, Abaetetuba, de todo que é lugar, chegando ao mesmo tempo e isso que até hoje, continuamos lutando e temos problemas internos, claro que temos, ninguém consegue agradar todo mundo. Tem colegas com ciúme do outro, achando que um está querendo aparecer mais que outro, eu penso diferente, que quando estamos lutando, estamos em prol de um objetivo".


O Professor acredita que "Quer melhorar o Módulo, se o Módulo melhorar melhora para todos e estamos ai para tentar alavancar ainda mais este trabalho e nunca esquecendo o compromisso fundamental que é o aluno. Temos nossos anseios, porém, o maior objetivo é o aluno, a gente fica feliz, quando ver nossos alunos aprovados em concursos públicos ou nos vestibulares, que é isto que realiza o Professor. Professor nenhum se realiza com reprovação de alunos. O professor só se realiza, quando o aluno é aprovado e quando o aluno é reprovado, o professor não se realiza porque também é reprovado. Para o Professor Roosevelt, a recepção nas localidades onde funciona o SOME quem faz é o próprio professor, quando assume seus compromissos nas comunidades".


Para ele, "o Módulo em 2003, com a descentralização, perde sua identidade, por exemplo, trabalho hoje em Abaetetuba, e eu não conheço a metade dos quase 100 professores que trabalham no polo. Quando é realizada reunião em Belém, tem colegas que participam que eu não conheço. Estive no ano passado no mês de julho, em Ponta de Pedra, e minha irmã me apresentou uma professora do Módulo, que ela não participa das reuniões da categoria, é isso que faz com que nós não tenhamos identidade, devidas a falta de encontros. Antigamente, nós tínhamos todo ano planejamento, se reunia no antigo CTRH, uma semana e lá tínhamos oportunidade de se integrar, unir, conhecer os colegas, fora isso tinha Encontros Pedagógicos nos colégios, perdemos o CTRH, isso perdeu praticamente a humanização do SOME, criar expectativas quando chega à comunidade e isso que é interessante o professor preservar o respeito que a comunidade, ainda tem pelo Professor, muito embora o Professor não tenha o mesmo respeito pela comunidade, quando digo isso é quando o Professor não cumpre sua parte, o compromisso. Às vezes digo para meus colegas, quando não é possível desenvolver uma atividade extraclasse, pelo menos cumpra o mínimo ou o básico que é trabalhar o seu conteúdo, já é o mínimo que o aluno merece".


Encerra a entrevista, com a certeza que "Com a descentralização, em 2003, o SOME ficou descontrolado, as equipes não eram as mesmas. Hoje, ainda tenho uma equipe coesa, que e necessário em virtude da infraestrutura que não é oferecida aos professores. Tanto na Casa do Professor, quanto no funcionamento do Módulo a equipe conseguiu se estruturar. O Professor fica isolado, não tem televisão, não tem radio, parabólica, gravador, computador, energia. Por isso, quer chegar e logo voltar, Na nossa equipe, nós não temos esses problemas, porque tudo que uma casa tem, nós temos, um Kit completo, ou seja, quando a gente chega numa localidade que não tem energia , nos temos gerador de energia. Quando entra Professor novo, ele vai se adaptando e se sente bem trabalhar com a gente, além de cobrar a participação, apesar de muitos colegas não gostarem de ser cobrados, mas com jeito nos conseguimos amenizar as dificuldades que poderá acontecer. O interessante é que a cada localidade nos temos uma história e quando chegamos aos fazermos o ambiente, respeitando seus hábitos e costumes de cada localidade. Por exemplo, o meu caso, eu constituir família em Rondon. Tudo o que eu tenho foi através do Módulo. Vivo bem, meus filhos estão sendo bem encaminhada, uma filha que faz medicina, o outro faz educação física, o outro estar a caminho da Universidade, tudo fruto do Módulo. Outro local interessante que trabalhei foi em Medicilândia, apesar de muitos colegas acharem longe, mas eu gostei de trabalhar, Porto de Moz, também gostei, Abaetetuba, atualmente trabalhando, adoro também, pelo fato de serem ilhas. Quando você constitui o ambiente, os problemas amenizam. Em Igarapé-Miri, na localidade de Icatu, quando discutíamos naquele momento municipalização, levamos vereadores e outra pessoa qualificada no assunto, para debater se era viável municipalizar ou não, mesmo sabemos que a municipalização gera um caos, municipalizou, mesmo sabendo que é uma questão política, mas houve o debate. Conseguimos levar mais 4 localidades, foram dois dias de debates. E o evento deu certo. E quando você organiza e mobiliza um evento dessa natureza ou outro, você ver gente que chega, parece uma festa, por isso que o Módulo está fazendo 30 anos e esperamos o Encontro em pleno menos quatro localidades".     



segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Desmonte da Escola Pública na Amazônia







Uma das maiores políticas públicas de inclusão social da Amazônia, O Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, que no próximo 15 de abril, completará 40 anos de existência no Estado do Pará, atendendo no Ensino Médio os filhos de trabalhadores rurais, quilombolas, indígenas e ribeirinhos e gerenciado pela Secretaria Estadual de Educação - SEDUC, sofre o desmonte quanto a forma de gerenciar de alguns gestores ou assessores que assumiram coordenações nas Unidades Reginais de Educação - URES ou coordenações em alguns municípios, prejudicando a estrutura e funcionamento dessa importante política pública  para educação do campo.


Tem-se que entender que a luta da categoria dos educadores do campo, especificamente do SOME, pela sua manutenção tem sido de resistência constante ao longo desses anos. Mesmo funcionando em sistema diferente das outras modalidades, já que os educadores se deslocam de suas residências pra as localidades onde desenvolvem suas práticas educativas, a categoria se mantem organizada em defesa de um SOME digno e de qualidade.


O contexto educacional do mundo rural sofre transformações recentes e o SOME se adequando conforme sua realidade, já que pela dimensão territorial do Estado, tem necessidades de ampliação de mais localidades com o ensino médio.  Ressalte-se que a categoria tem um papel importante nesse processo,  mesmo com todas as adversidades enfrentadas. 


Portanto.  gerenciar um  setor público requer diálogo e intermediação com conversas precisas e aceitação, inclusive das propostas divergentes. Esse é o melhor caminho para uma boa gestão pública e não como está acontecendo, como foi postado nas redes sociais, o caso da 3ªa URE, de Abaetetuba, conforme Comunicado do Professores para as comunidades de funcionamento do SOME. O movimento continua em ação em prol da educação. 


Logo Evandro Ghedin, no Livro Educação do Campo, da Editora Cortez, escreve "O pensar que nos distancia do mundo é o mesmo que nos possibilita compreendê-lo. A possibilidade de pensar é condição para a construção e a constituição da significação do mundo. Pensamos que o grande desafio e tarefa da Educação, nesse momento, ´é educar para o pensamento, pela filosofia da práxis crítica e consequentemente, para solidariedade, para democracia, para a cidadania, para a tolerância, para o reconhecimento do diferente, para o respeito às formas de manifestação cultural, para a paz. (...). Vamos refletir, gente! 







COMUNICADO às Comunidades Ribeirinhas do município de Abaetetuba que são atendidas pelo SOME-Sistema Modular de Ensino.



O início do 3° módulo de 2019 estava previsto, de acordo com o calendário enviado pela Seduc, para o dia 02 de Setembro, porém, por decisões arbitrárias vindas da 3° URE Abaetetuba, na pessoa da Sra. Alessandra Dias, não foi possível o deslocamento às localidades por equipes. A senhora citada nem foi apresentada oficialmente aos professores que compõem o quadro efetivo do SOME Abaetetuba, no entanto, sabe-se que ela responde (informalmente) pelo SOME-Abaetetuba dentro da jurisdição regional. As equipes foram alteradas em seus circuitos e suas respectivas lotações, que estão com graves erros, nos memorandos de apresentação que foram entregues aos professores, e até mesmo no sistema de lotação no Site da SEDUC. Com todas essas mudanças, bruscas e sem explicações plausíveis e justificáveis, tornou-se problemático o deslocamento, pois a URE não reuniu em nenhum momento com professores, não levou em consideração a lotação que já havia sido feita no início do ano letivo, desrespeitando todo o planejamento que o Sistema Modular necessita para que possa ser executado nas ilhas e estrada de nosso município durante o ano letivo, pois requer logísticas específicas para o funcionamento em cada escola atendida pelo SOME. Para tentar resolver toda essa problemática, os professores deslocaram-se ao prédio da Seduc em Belém na última terça-feira, os quais foram recebidos pela Secretária de Educação, Leila Freire, que afirmou não ter feito nenhuma orientação para esta URE em relação às mudanças de lotação, e que enviará a Coordenadora Estadual do SOME para uma Reunião na segunda-feira feira, em que espera-se, traga uma solução.



A principal reivindicação é a manutenção da lotação feita no início do ano, e entregue à Seduc. Hoje, 07 de Setembro, indignados com as decisões tomadas por Alessandra Dias, um grande número de professores e alunos do Sistema Modular de Ensino estiveram na avenida para pedir sua saída e dizer NÃO À AÇÃO ARBITRÁRIA QUE TEVE CONTRA A CATEGORIA. E ainda, denuncia-se aqui o assédio moral que está sendo feito aos mais de 100 professores do SOME-Abaetetuba.












quinta-feira, 14 de março de 2019

Movimentos Sociais na Amazônia







No município de Abaetetuba, região do baixo tocantins, no Estado do Pará, os movimentos sociais conseguiram vitória significativa com a organização de várias entidades representativas. 






Representantes  do Conselho do FUNDEB, Conselho Tutelar, Sindicato dos Trabalhadores em Educação - Sintepp, Vereadores, Representantes de Escolas do Estado, Pais de alunos, Promotor Público, Cooperativa e Sindicato dos Rabeteiros e Governo Municipal participaram da Audiência Judicial com o Juiz da 1ª Vara sobre a Regulamentação do Transporte Escolar no município.







Diante da pressão das entidades e instituições que participaram, ficou definido que a Prefeitura Municipal de Abaetetuba irá cumprir em 48 horas para regulamentação do atendimento  do transporte escolar no município e pagar as dívidas com os rabeteiros, que prestam serviços, nas regiões das ilhas e na cidade. 







O não cumprimento da decisão, as multas irão pessoalmente para a Secretaria Municipal de Educação e Prefeito. Ficou, também, acordado que a Prefeitura terá cinco (05) dias para apresentar justificativas do não atendimento da liminar ou se está com o transporte escolar funcionando desde novembro de 2018.






Do lado de fora do Fórum da Comarca de Abaetetuba, um número significativo de pais de alunos, alunos e comunitários participaram de uma grande Ato, com intervenções de várias lideranças e presentes utilizaram do microfone no carro som para fazer seus protestos reivindicando o Transporte Escolar público digno e de qualidade, 






Parabenizo as entidades envolvidas, como a Cáritas, Pastoral Social da Paróquia de Nossa Senhora Rainha da Paz, das Ilhas, movimentos sociais do campo entre outras e organização politica do movimento.

















































O Blogueiro agradece a Professora e Sindicalista Waldira Calado, com as imagens e fontes.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Por uma educação digna e de qualidade




Plenária significativa


Ontem, no município de Abaetetuba, no Estado do Pará, aconteceu uma reunião do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, política pública estadual que atende os filhos dos camponeses, ribeirinhos, indígenas e quilombolas da zona rural, com a participação de vários seguimentos das comunidades atendidas pelo ensino médio, do SOME, entre eles educadores, Diretores de escolas do município, Diretor da Escola Sede, Coordenação do SOME, Gestora da Unidade Regional de Educação - URE, Ordem do Advogados do Brasil - OAB, Secretaria Municipal de Educação, entre outros.



Mesa da reunião



O principal objetivo da reunião  foi a questão da lotação do educadores do município, em que a Secretaria Municipal de Educação - SEMED, deseja lotar os educadores só pela parte da manhã, enquanto em várias comunidades de funcionamento  do SOME, política pública estadual, , as aulas são pela parte tarde e sempre, infelizmente, como acontece em outros municípios do Estado, o calendário do SOME segue o calendário do município.  O SOME tem a Lei Estadual 7806/14 e tem a política de Convênios entre Municípios e Estado, em que a necessidade do transporte escolar por parte da comunidade escolar seja do município, seja do SOME, fica sob a responsabilidade das Prefeituras municipais. O dinheiro vem do Ministério de Educação e Cultura - MEC, que paga em oito parcelas durante o ano aos municípios e não pode ser desviado para outros fins. Portanto, os alunos tem direito de ter o transporte escolar e ter um ensino público digno e de qualidade.



Educadores atentos aos debates


O Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, que completará 39 anos no dia 15 de abril próximo é uma das politicas públicas do Estado, que funciona desde 1980, sendo a maior em inclusão social da Amazônia, com milhares de alunos atendidos na zona rural, já que não tem condições financeiras de estudar nas zonas urbanas.




Intervenção intensa dos educadores


Nas intervenções dos educadores do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, ficou claro o desmonte da educação pública pela política neoliberal, prejudicando parte significativa ou a maioria da população. 



educadores cobram educação de qualidade


Com a reunião que foi produtiva pelo nível de organização e discussão, teve como resultado a formação de uma Comissão de Professores do SOME e representantes da Secretaria Municipal de Educação, tendo como foco, uma audiência na Secretaria Estadual de Educação - SEDUC.


Gestores públicos não se preocupam com educação digna



O blogueiro torce pelo sucesso dos educadores e alunos do Some, pelo impasse atualmente que seja resolvido para melhoria da sociedade; assim como, em outros municípios.


Educador João Pinto do Some de Abaetetuba

O blogueiro agradece ao educador e amigo João Pinto, lotado na 3ª Unidade Regional de Educação - Ure e pertencendo ao quadro do SOME de Abaetetuba pelas imagens.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Movimento de resistência pela manutenção do SOME







Mais uma mobilização de resistência pela manutenção do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, aconteceu ontem, pela parte da manhã, na Secretaria Estadual de Educação, na Rodovia Augusto Montenegro, em Belém do Pará. O movimento foi organizado pelas comunidades ribeirinhas de Abaetetuba, entre elas, Sapucajuba, Maúba, Itacuruçá,  Urubuéua Fátima, Ajuaí entre outras, juntamente com os educadores dessa modalidade de ensino. 







Aproximadamente 200 pessoas participaram do ato, Lideranças comunitárias, alunos, pais de alunos, representantes de entidades e professores de outros municípios como de Tomé Açu, Moju, Castanhal, além de Abaetetuba estiveram reivindicando a permanência do Some nas comunidades ribeirnhas. 








Na audiência com a Secretaria Estadual de Educação - Seduc, através do Secretário Adjunto, Diretora do Ensino Médio e Coordenador do Some, a comissão que representou o movimento, cobrou a participação efetiva da instituição nos convênios com a Secretaria Municipal de Educação de Abaetetuba, em regime de cooperação na manutenção do ensino fundamental maior a partir do 6º ano. A matrícula no 1º ano do ensino médio nas regiões das ilhas e no Estado, foi também, outra reivindicação do movimento, o que conseguiu a garantia e a ampliação das discussões no Grupo de Trabalho - GT, que existe entre Seduc e categoria dos educadores do Some. Outras pautas entraram no debate, como transporte escolar e a merenda escolar. No final do ato, as populações ribeirinhas se deslocaram para o 2º andar do prédio da Seduc, como forma de ocupação e palavras de ordem e apito.






As populações das comunidades ribeirnhas, sendo um  "Povo aguerrido, lutador e conhecedor de seus direitos, que exerce sua cidadania a partir da luta de classes", ressaltou o Professor Cesar Pantoja, que considerou a audiência e o movimento vitorioso.






O blogueiro esteve presente, dando todo apoio necessário ao movimento que foi um sucesso, principalmente, pela organização política. Parabéns, colegas!